Hinata
Uma das coisas mais importantes que é preciso saber sobre o tryst é que ele pode ou não ser recíproco. A lei da vida diz que cedo ou tarde vai acontecer, mas a questão do tempo é que vai importar. Você tem seu tryst quando vê seu soulmate pela primeira vez ou quando ele realiza um ato que faz seu coração bater mais forte, nesse momento o certo é que uma explosão de cores praticamente te cegue e você fique desnorteado, o mesmo deve acontecer com seu parceiro e daí vocês vivem felizes para sempre. Não que funcione assim em todos os casos. O tryst pode demorar a vir para a outra pessoa. Existem alguns casos raros em que ele nem vem.
— Faça uma reverência para suas majestades!— o capitão exigiu. Tobio obedeceu a contragosto.— Me desculpe, vossa realeza, ele é um jovem teimoso e de poucas palavras.
— Tudo bem, Sawamura, suas habilidades sociais não importam muito para esse trabalho. Contanto que ele desempenhe sua função adequadamente não me importo com o restante.
— Qual será minha nova função?— ele falou pela primeira vez. Seu timbre era forte e sua expressão demonstrava tédio. Ele ainda estava suado e trajava o uniforme padrão dos guardas reais, seu cabelo caia no rosto, mas o que mais me chamava atenção eram seus olhos. Não sabia que cor era aquela e nem por que era a única que eu via, mas simplesmente não conseguia desviar o olhar.
— Você será o principal guarda do príncipe Hinata, o acompanhará para todos os lugares e o protegerá com sua vida se preciso.— Daichi respondeu altivo. O mais alto finalmente me fitou intrigado.
— Ele é o príncipe?— apontou para mim com o dedo, o capitão deu um tapa na sua mão.
— Sim, e tenha mais respeito com sua realeza.
— Me chamo Kageyama Tobio.— ele ignorou o capitão e me estendeu a mão.— Será um prazer dedicar minhas habilidades a uma vida de babá.
Meu rosto queimou e meu pai riu.
— Eu não preciso de babá!— respondi indignado ignorando sua mão.
— Gostei dele, você começa imediatamente.— um dos servos do rei chegou afoito, correndo. Ele sussurrou algo no ouvido do meu pai.— Infelizmente não poderei ficar mais tempo, o dever me chama. Confio meu filho a você Kageyama Tobio, seu dever é protegê-lo, faça-o corretamente e nunca lhe faltará nada.
Kageyama fez uma mini reverência, que foi o suficiente para meu pai já que o mesmo se retirou logo em seguida.
— Só para você saber que isso não vai durar muito tempo.— falei quando já estava caminhando para meu quarto e Kageyama me seguiu. Decidi não olhar mais para seu rosto para não ficar encarando seus olhos.
— Espero que não.— ele respondeu.— Como prefere ser chamado? Sua alteza? Sua magnificência? Vossa majestade?
— Preferia que não chamasse.— disse já irritado. Esse cara me dava nos nervos e nem fazia meia hora que nos conhecemos.
— Então será pequeno príncipe.— me virei para trás no mesmo instante.
— Não ouse fazer piadas com minha altura.— falei pausadamente cutucando seu peitoral.
— Isso seria mais assustador se você não estivesse na ponta dos pés.— ele meditou segurando meu pulso e me encarando fixamente. Retribui seu olhar inconsciente prestando atenção na maldita cor das suas orbes. Fiquei tão perdido naquela imensidão que só voltei a mim quando ele limpou a garganta para falar: — Perdeu alguma coisa no meu rosto?
— Só estava procurando sua educação, mas pelo visto ela não está em lugar nenhum.— me desvincilhei da sua mão que ainda me segurava e caminhei até a porta do meu quarto onde parei um pouco chocado.
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Tryst (Kagehina)
Diversos"- Escute, pequeno, eu não te salvei de uma maldita revolta para você morrer desnutrido em um lugar qualquer. Querendo ou não tenho que te manter vivo, agora podemos fazer isso do jeito fácil, onde você obedientemente veste suas roupas e faz o que e...