** Capítulo 18 **

6.1K 496 57
                                    

Pov. Axel

Só queria sair de todo esse circo para não voltar a pisar no lugar onde estou destinado a pisar. Envolto a meu próprio mundo, as horas passam ao meu redor. Suplico silenciosamente para que tudo isso seja um pesadelo e para que eu possa acordar logo. Suplico com todas as minhas forças para que isso seja apenas um sonho ruim.

Eu perdi a mim mesmo; aquela pessoa que queria fazer tudo o que é bom diante dos demais. Agora, para quem farei? Pelos meus filhos, não acho que conseguiria continuar com os planos que tinha; tudo se foi.

Pego um copo de rum e bebo tudo de uma só vez. Nem sequer sinto o ardor em minhas garganta.

Pego a garrafa; subo os degraus e para em frente ao nosso quarto. Ao entrar me encontro com o meu inferno, em cada puto canto da casa é ela quem eu vejo, é o seu perfume que sinto; ele não vai embora...

Cada respiração que dou é a sua fodida fragrância que sinto.

Bebo um longo gole da minha bebida e meus demónios começam a tortura. Cada momento que estive com ela passa em minha mente, tudo parece tão real.

Suas costas colada em meu peito; como se estivesse procurando calor, a última vez que a fiz minha... Sua voz sussurrando coisas em meu ouvido; a primeira vez que saiu um "eu te amo" de seus lábios.

A impotência, a raiva e a dor me possuem. Jogo a garrafa contra a parede mais próxima, e esta se transforma em um milhão de pedaços. De nada valem as lembranças, seu odor esta impregnado em todo o quarto, o toque em minha pele...

De nada vale manter toda essa merda dentro de mim, se ela não esta aqui. Ela se foi Axel, se foi! Por mais que rogasse e implorasse por uma segunda oportunidade, não valeu de nada. Ela esta morta.

Pego o meu celular, só ha um pessoa que cuidaria dos meus filhos sem rejeitar o meu pedido. Disco o seu número e no terceiro toque, q sua voz sonolenta me dá boas vindas.

- Alô - respiro fundo para controlar as minhas palavras.

- Ela se foi. Não sei o que fazer com as crianças. Ela foi egoísta e morreu, só deixou de respirar e se foi... - eu tento puxar um pouco de ar. - Você precisa vir buscá-los. Esta perto de mim fará dano a eles, como aconteceu com ela e eu não quero isso. Só leve eles para longe de mim para que a minha maldição não caia sobre eles. - escuto o choro de Helena do outro lado da linha. - Só não demore tanto. - eu desligo o telefone.

Isso será o melhor pra eles, quanto mais longe estiverem de mim, menas possibilidades terá que eu os machuque.

Eu não fiz as malas deles, Maria deu banho neles. Ambos esticam os bracinhos para mim para que eu os pegue, mas eu os ignoro e mantenho distância.

Ethan esta cuidando de tudo, alguns dias atrás cedi a custódia dos gêmeos e da menina. Não quero me envolver em suas vidas; quero que sejam pessoas normais e rodeados de uma família maravilhosa. E eu sou só um fracasso.

Cada um dos gêmeos estão prontos, cada um estão em suas cadeirinhas dentro do carro e vão para um aeroporto particular com Maria. Eu os sigo de perto com o meu carro, ela irá viajar com eles. A pequena ainda não pode ir, ela só esta com uma semana e ainda permanece na UTI neonatal.

O tempo passou voando e em uma semana me transformei em uma merda maior ainda, não dormia, muitas vezes amanhecia no clube bebendo ate perder a consciência; todos os meus negócios seguiram seu curso, menos a minha vida, mas paralisou junto com o seu coração, é patético mas real.

Antes de embarcarem no avião, me aproximo deles e beijo as suas testas, Maria me olha aflita.

- "Sei que não deveria me meter nisso mas antes de qualquer decisão procure ajuda e se cuide, senhor Axel" - ela se despede deixando em minhas mãos uma espécie de diário com as iniciais A&H gravadas numa capa de couro azul.

A Vingança 3: A Crueldade do Pecado (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora