Pov. Axel
Sair desse olho do furacão que eu estou metido não é fácil. Durante toda a minha vida eu tenho vivido no meio da maldade, avareza e morte, minha existência é um caos desde que eu saí da barriga da minha mãe, mas eu não quero o mesmo para os meus filhos. Eu preciso seja diferente para que me ajude a deixar este mundo em que estou, o lema que eu dizia todas as noites antes de sair de casa “matar ou te matam” para ser claro me manter vivo, agora eu penso diferente, repito o seguinte “se não te mata, se aniquilam os seus entes queridos, te deixam morto igual a eles”, fodidamente esse não será o meu caso novamente.
Sei que tomei a decisão certa de me afastar daquele mundo. Foi a melhor que eu podia tomar para todos, não é fácil deixar esse mundo mas não é impossível, com a motivação certa e estar rodeado das coisas mais importantes é no suficiente para tomar as rédeas da minha vida desvairada.
Ser uma pessoa honesta, que trabalha debaixo das leis e as segue, pra mim é como procurar uma agulha no palheiro. Controlar o meu temperamento é terrivelmente doloroso, não posso extravasar na frente dos meninos, há momentos em que eu tenho que sair de casa e liberar as más vibrações, realizando alguma atividade ou fazer qualquer coisa que me ocorrer naquele momento.
Não é fácil ver o rosto sorridente de Hannah como se nada tivesse acontecido entre nós. Como ela pode estar na frente da pessoa que lhe fez tanto mal? Simplesmente conviver comigo como se não fosse nada? Sinceramente não tenho resposta, admiro a sua valentia, mas isso não apaga as lembranças que me atormentam tanto que não consigo dormir. Fechar os olhos é o mesmo que me voltar ao calvário que eu fui submetido, agora eu tenho pesadelos com a minha nefasta e oprimida infância.
Hannah me sugeriu ir procurar ajuda, isso não significa que as minhas lembranças será apagada, porque isso é impossível, passará muito tempo para que isso aconteça e minha consciência deixe de mutilar meu cérebro com aquelas imagens, mas me ajudará a conviver com as consequências do meu pecado.
Estou cansado de analisar todos os atos que eu cometi e as consequências supera todos os limites, não posso sequer olhar nos seus olhos sem que uma onda de arrependimento, angústia e desassossego me afogue cada vez que estamos perto um do outro.
Eu observo ela fazer gestos graciosos para os bebês, que começa a gargalhar. Gargalhadas inocentes que me deixe extasiado ao observar esses pequenos seres sem culpa dos meus pecados.
É gratificante vê-la junto com os meninos, não sei lidar com isso, não é um sentimento de culpa ou vulnerabilidade, na realidade não sei aonde estou com a cabeça, já nem sei mais o que pensar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Vingança 3: A Crueldade do Pecado (Completo)
Romansa3° livro da Saga A Vingança Sinopse: Perdoar a si mesmo é um martírio, e ainda mais quando passa dia após dia e a pessoa que você mais machucou, agisse como se nada tivesse acontecido na sua frente.