O grupo

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11 am
26.08.18
Domingo

Mais um domingo ensolarado na Florida, e lá estava a ruiva escrevendo a carta da semana.

Era difícil esconder esse segredo de Noah, mas temia que se contasse estragaria a amizade deles. Então, a melhor forma de colocar tudo aquilo para fora eram cartas, que pintavam os lábios de Noah com sorrisos radiantes.

Ser apaixonada por Noah trazia a tona todo aquele clichê, era um sentimento único e o seu favorito. Os sorrisos bobos, as borboletas no estômago, a ansiedade por conta da espera por uma mensagem. Talvez Sadie pensasse nele até demais, e por muito tempo.

Quando termina de escrever, "City Boy" - música da banda de seu melhor amigo, que foi parar como seu toque de celular após a perda de uma aposta - começa a tocar em seu celular, indicando uma ligação. O nome de Millie aparece na tela.

-- Oi Mills - ela diz

-- Oi peste, cadê você? -- A morena soou irritada do outro lado da linha.

-- Tô em casa.

-- Ai meu d...-- pausa -- Tu esqueceu da praia?

-- Putz...

-- Sabia que isso ia acontecer! -- Millie cochicha algo com alguém.

-- Oi cabeça de fogo - Maddie fala.

-- Oi Mads.

- Você não vem?

-- Vou sim! Só vou me arrumar. Diz pra Millie vir me buscar que em quinze...dez minutos eu tô pronta.

-- Pode deixar!

Sadie desliga e deixa o celular carregando em cima da escrivaninha, apesar de ele já está no 100%. Ela caminha até seu guarda-roupa balançando a cabeça para o seu coque se desfazer. Olha para baixo e se depara com seu pijama de unicórnio. Faz um biquinho, chateada por ter que tirá-lo.

-- Desculpa, mas dessa vez eu tenho que ir.

Após se despir, encarou seu corpo no espelho. Achou defeitos que nem existiam. Achava seus seios pequenos demais, pensava que a cintura não era fina o suficiente, sua pele era branca demais e conseguiu achar gordurinhas, estrias e celulites espalhadas pelo corpo. Ela não era perfeita, sabia disso, mas quem é? Mesmo que esses defeitos existissem ela ainda era... aceitável... não, bonita... Não, reformulando, ela ainda era linda. E mesmo se não fosse, não era só isso que a definia.

Rio do quão idiota era ter que ficar se lembrando de acreditar nisso todos os dias, porque se não fizesse, ninguém acreditaria por ela. Tentou deixar aquilo de lado por um momento.

A menina abre uma pequena gaveta do seu armário e começa a revirar as roupas a procura de algo, até que acha um maiô listrado preto e branco e coloca. Pega um short branco e se encara no espelho.

- É... Acho que dá pro gasto - diz pra si mesma.

Por fim, pega a bolsa de praia em sua escrivaninha e desce as escadas para esperar a amiga na sala.

As cartas de Sadie Sink Onde histórias criam vida. Descubra agora