it's a whole universe

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resumo: futebol e conversas sobre o silêncio





– Michael! Vem jogar com a gente! – Jake grita, chamando o amigo.

Eles haviam chegado à Brigham há cerca de três horas e apenas se instalaram, antes de correrem para o lado de fora a fim de terem um pouco de diversão e ar livre. O trabalho de montar a lona e toda a estrutura ficaria para o dia seguinte. Logo, vários circenses se juntaram decididos a jogar uma partida de futebol no pátio cimentado, até mesmo Daryl e Lucy aderiram à  ideia.

Michael não era muito bom com coordenação motora e equilíbrio, ou seja, com esportes em geral – apesar de se interessar em assisti-los –, optando por ficar de longe, alternando sua atenção entre um livro e entre os amigos que jogavam alegremente.

Luke, pelo contrário, se animou com a ideia instantaneamente. Ele amava todos os esportes, mas futebol era de longe o preferido do escritor. Após contar que costumava ser o capitão do time na época de escola foi selecionado para liderar um dos times dos circenses. Que jogariam sem camisa.

Então Michael estava muito bem ali, obrigado.

– Se o Clifford for jogar quero ele no meu time! – Thomas se apressou em dizer, dando um sorriso gentil para mais novo, fazendo o estômago de Luke dar algumas piruetas. Porém, o que recebeu como resposta foi um balançar de cabeça negativo e um gesto de mãos que ele não entendia.

– Não sou muito bom. – Era o que o garoto tentava dizer.

– Você pode ser o goleiro, Mike. Por favor, eu nunca te pedi nada. – Diz, com um pequeno bico se formando nos lábios – Você não precisa ser do time sem camisa, ao contrário do que aquele tarado pediu. Sério, ele não sabe disfarçar o tombo que tem por você? – Jake bufa, fazendo Michael revirar os olhos e Calum, Lucy e Ashton darem uma risadinha cúmplice. Porque apenas eles podiam entender a linguagem de sinais.

Por fim, o mais novo se levanta e respira fundo. Ele sentia que aquele jogo seria uma vergonha completa e ele levaria muitos gols. Muitos mesmo. Enquanto caminhava pelos circences para ir até seu lugar, Luke lhe ofereceu um sorriso adorável e encorajador. Michael queria sorrir de volta, mas tudo que conseguia era um mínimo repuxar de lábios, mas que para Hemmings era mais do que o suficiente.

Ele se posiciona no gol improvisado e faz sinal de positivo com as mãos, indicando que estava pronto para começar. Então, Nicholas, que estava exercendo papel de juiz, apita dando início a uma partida.

Tudo se torna uma bagunça de risadas, gritos e pessoas correndo umas atrás das outras por causa de uma bola. Óbvio que eles estavam roubando e desrespeitando as regras originais enquanto se puxavam e empurravam uns aos outros, mas era aquilo que tornava tudo mais divertido.

Michael estava gostando e até mesmo conseguiu defender algumas bolas, impedindo o time de levar muitos gols. O que facilitava a história era que Tom também não era um bom goleiro.


– Alguém joga o Luke não chão! – Lucy gritou fazendo todos rirem, enquanto o escritor corria com a bola nos pés em direção a Michael.

– Um minuto para o fim da partida! – Nicholas alerta.

– Nós estamos empatados! Você tem que defender essa, Michael! – Calum grita também.

Clifford arregala os olhos para Hemmings que vai em sua direção com rapidez. O mais velho afasta o pé direito e Michael sabe que ele está prestes a chutar, então tenta focar na bola. Mas então o inesperado acontece. Luke acaba pisando em cima do objeto e escorregando, caindo bem em cima do garoto de cachos.

Michael leva alguns instantes para entender o que tinha acontecido e perceber que Luke estava sem camisa em cima dele. E agora o encarava. Clifford queria gritar para o garoto que ele estava o esmagando. Mas ficar ali e observar os olhos azuis como se o mundo ao redor tivesse parado para eles era bem tentador. Além de ser uma opção muito melhor.

Até Jake gritar.

– Montinho!

E então ele sentir alguns corpos pularem sobre eles.

Ouch.

– Ai Lucy, você está pesada! – Ouve Calum resmungar com a voz abafada.

– Cala a boca, Hood. Seu cotovelo está furando a minha barriga.

– Quem sabe assim você fica mais leve!

– Jake, seu pênis está na minha cara! Ah! Jake! Jake! Jake! – Grita.

– Ew. – Todos resmungam em um nojo uníssono. Knight não é a pessoa mais higiênica do mundo.

– Gente, o Michael está ficando vermelho... – Luke comenta preocupado.

E em questão de segundos, Calum está empurrando todos eles para os lados, a fim de proteger o amigo e lhe dar espaço e ar para respirar. Às vezes, eles deixavam o espírito de criança se aflorar e esqueciam das consequências de algumas brincadeiras, especialmente quando todo o circo parecia estar mais leve e animado. Como naquele dia, em que Simon não havia gritado com ninguém ainda e todo mundo está apenas jogando futebol ou se divertindo de outras formas.

– Mike, você está bem? – Pergunta, vendo o garoto assentir devagar e respirar fundo algumas vezes.

– Desculpa aí Mike, às vezes a gente exagera e esquece que cinco pessoas pulando em cima de outra pode machucar. Ou no caso impedir a respiração, já que você tem asma. – Jake sorri e encolhe os ombros de forma culpada e ingênua – Deus me livre se a gente te mata!

– Cala a boca, Jake! – Ashton revira os olhos.

Michael permanece deitado no chão e apenas levanta a mão, esticando o polegar, sinalizando que estava tudo bem e continuando a respirar fundo. Luke ri do gesto preguiçoso e se senta ao lado do mais novo, tomando longas respirações, afinal ele também havia sido esmagado e não tinha sido nada legal, especialmente porque ele havia tentado ao máximo se segurar para não pressionar Clifford ainda mais.

– Galera, o jantar está pronto. – Joy, a vidente do circo (e mãe de Hood), se aproxima com um sorriso no rosto – Tem lasanha, então se apressem para comer enquanto está quente.

As poucas palavras da mulher são suficientes para despertar todos os jovens circenses, que quase imediatamente começam a correr em direção a tenda, que funcionava como cozinha, empurrando uns aos outros pelo caminho em uma disputa de quem chegaria primeiro. O que provavelmente logo se tornaria uma disputa sobre quem come mais.

– Vocês não vem? – Lucy grita, enquanto empurra Calum de lado, o fazendo tropeçar nos próprios pés.

– Nós já vamos! – Luke grita de volta e vê um sorriso malicioso deslizar pelos lábios da garota.

No entanto, ele apenas ri e balança a cabeça negativamente, antes de suspirar e se virar para olhar Michael.

– Tudo bem por aí? – Pergunta ao perceber que a respiração do menino está começando a voltar ao normal.

Michael assente e saca o celular do bolso, em seguida digitando uma única palavra: – Asma.

– Você não deveria estar sempre com uma bombinha? – Arqueia a sobrancelha de forma repreensiva, mas tudo que Michael faz é encolher os ombros – Eu estou parecendo o Calum, não é? – Ri, o assistindo concordar com um aceno de cabeça – Desculpa.

– Não. Não é algo ruim. É bom saber quando realmente se preocupa com você. Mas ele... Exagera. – Faz uma careta enquanto digita e Luke assente enquanto lê.

– Ele é como uma mamãe urso, sempre pronto para atacar se atacarem o filhote.

– Hahaha! Isso foi engraçado. E verdadeiro.

Luke sorri para a mensagem e então, o silêncio cai confortavelmente sobre eles. Ao contrário da maioria das pessoas - e isso inclui o escritor -, Michael gosta do silêncio e acha que muitas coisas podem ser ditas mesmo quando não há palavras. Como nesses momentos em que os dois estão sozinhos e quietos, apenas relaxando. São nesses momentos que ele sente que Luke gosta verdadeiramente de sua companhia. Especialmente em noites tão bonitas e estreladas.

– Uma moeda por seus pensamentos. – A voz doce o desperta dos devaneios e ele olha para o mais velho, encontrando um sorriso adorável e olhos gentis.

– Apenas pensando em como gosto do silêncio. Talvez seja por isso que eu tenha nascido assim.

– Ou talvez você goste do silêncio justamente porque nasceu assim. Já tinha pensado nisso? – Michael nega – Eu sei que você não pode falar, mas isso não significa que precisa ficar em silêncio. Há muitas formas de falar sem usar a voz.

– Yeah...

– Eu acho que o silêncio é poético. Mas ele não é muito convidativo para mim, eu gosto de conversar e quando estou sozinho gosto de ouvir música.

– Alguma banda em especial?

– Eu não tenho um favorito. Mas The Fray e Cage The Elephant têm tocado bastante no meu iPod.

– Eles são muito bons. – Concorda.

– Você gosta? Legal! Quem sabe um dia eu não toque algo dele para você...

– Eu ficaria lisonjeado. Especialmente se for Come A Little Closer... Só dizendo. – Luke ri.

– Eu captei a dica, Clifford. – Sorri, dando uma piscadela – Vamos comer? Eu estou com muita fome.

– Daqui a pouco, vou ficar aqui observando mais o céu. Por que não foi com os outros?

– Gosto das nossas conversas. – Dá de ombros e se levanta, começando a andar em direção à tenda. Ele para quando seu celular apita no bolso.



De Michael:

Você disse que vê galáxias nos meus olhos, mas eu vejo o universo inteiro no seu.

Ele sorri e volta a caminhar.


🆘️

eu amo meu Muke é isto

É MUITO FOFURA PARA UM CASAL !!

gente que tombo foi aquele que os meninos nos assustaram com o "clipe"de valentine, tinha ficado decepcionada até eles darem a data do oficial, amém 5sos nunca me decepcionando

I saw galaxies in your eyes  | version MUKE|Onde histórias criam vida. Descubra agora