I saw galaxies in your eyes | version MUKE|

once upon a kiss

resumo: uma história para contar e um beijo sob fairylights

- Eu disse ao Luke que vejo o universo inteiro nos olhos dele. – Michael confessa a Calum no silêncio daquela noite, após todos terem jantado e já estarem em suas respectivas camas, um olhar tímido no rosto.

- E o que ele disse? - Pergunta, com os olhos brilhando e um sorriso carinhoso contornando os lábios.

- Nada. Ele estava indo para a cozinha jantar e eu fiquei para trás, então mandei a mensagem. Mas ele parou para ler e acho que sorriu, não sei bem... Ele estava de costas. - Suspira, mexendo nos dedos nervosamente.

- Você realmente está tentando dar uma chance, não é?! - Sorri e mexe nos fio do mais novo carinhosamente, sem esperar uma resposta para a pergunta retórica que havia feito.

- Talvez ele mereça...

- Eu tenho certeza que ele merece, Mike. Apenas... Tenha paciência. Agora vamos dormir que amanhã é um longo dia de montar a lona e ensaiar.

O maior concorda e eles se ajeitam na cama antes de deitarem e se enrolarem nas cobertas aconchegantes. Calum pensando nas palavras que Luke lhe dissera naquela noite, pouco antes de Michael chegar para o jantar.

- Eu estou muito apaixonado pelo Michael. - Geme, ao se jogar na cadeira e esconder o rosto entre as mãos.

- Conte-nos uma novidade! – Jake revira os olhos, comendo um pedaço de sua lasanha - Está estampado bem na sua testa para quem quiser ver.

- Exceto pelo próprio Michael. - Ashton acrescenta.

- Michael não quer aceitar que alguém possa se apaixonar por ele de verdade. Mas estou tentando mostrá-lo aos poucos que é possível. - Calum suspira.

- E eu agradeço de coração. Quando eu estava vindo pra cá, ele me mandou uma mensagem dizendo que vê o universo nos meus olhos. O universo! Eu quase caí pra trás, tenho que certeza que deu pra ver meu sorriso, mesmo eu estando de costas.

- Acho que podemos por a surpresa em ação.

-

- Bom dia, raio de sol! - Karen cumprimenta o filho na manhã seguinte, sorrindo carinhosamente e deixando um beijo nos fios bagunçados. Achando adorável a o rosto amassado de quem havia acabado de acordar - Bom dia, meninos!

- Bom dia, tia! - Os quatro respondem em uníssono, antes se aproximarem e deixarem um beijo no rosto da mulher e indo em direção para se servirem do café da manhã.

- Bom dia, mãe. - Gesticula preguiçosamente e se jogando nos braços da mãe, para um abraço carinhoso.

- Vai comer alguma coisa para ver se levanta esse ânimo seu.

- Fiquei conversando com o Cal até tarde ontem.

- Mas vocês não têm juízo, não é mesmo?! Hoje é um dia atarefado, muitos ensaios e venda de ingressos. A lona já está quase toda montada e vocês ao menos tomaram café. Se apressem.

E assim como Karen dissera, o dia fora longo e trabalhoso. A bilheteria sempre tinha alguém à espera de um ingresso e em certas horas havia até mesmo fila de pessoas querendo comprar um bilhete para os shows que aconteceriam no dia seguinte. Uma plateia lotada era motivo de mais motivação nos ensaios dos circenses.

Quando não estavam no picadeiro ensaiando os respectivos números, estavam treinando do lado de fora da lona, fingindo se apresentar uns para os outros e se ajudando. Michael e sua nova ajudante, trabalharam durante todo o dia conferindo os holofotes - para não haver problemas como da última vez -, firmando cordas, pendurando coisas e limpando os objetos usados pelos artistas.

- Você não sente vontade de se apresentar? Sabe, invés de ficar nos bastidores e fazer a mágica acontecer... - Sophia havia perguntado cautelosamente.

Michael pensou por alguns segundos e deu de ombros, antes de digitar uma resposta: - Não sei, estou acostumado. Passei a minha vida inteira aprendendo e fazendo essas tarefas. Os circos de horrores não estão mais na moda... E você?

- Não tenho talento para nenhuma arte, mas sempre quis ser parte de um circo. - Sorri carinhosamente.

- Você já é parte da família.

Calum, Ashton, Jake e Luke sumiram durante todo o dia. Michael só conseguiu os encontrar à mesa na hora do jantar. Essa noite era macarrão com queijo. E ele estava particularmente feliz.

- Vocês sumiram o dia todo. - Acusa, se lambuzando com molho de queijo, fazendo os amigos rirem.

- Estávamos acertando os últimos detalhes da sua surpresa.

- E quando vou saber o que é? - Pergunta com os olhos levemente arregalados e brilhando de animação (e um pouco de curiosidade).

- Você está com a boca toda suja de molho. - Luke ri e se estica sobre a mesa para limpar o rosto do mais novo com um guardanapo. Michael sente suas bochechas esquentarem sentindo o olhar carinhoso do mais velho.

- Bom... Depois do jantar. - Calum responde, sorrindo para a cena tão bonita e cheia de um amor contido - Mas não se apresse para comer.

Assim que acabam de comer, Michael é arrastado para fora da mesa e antes que pudesse perguntar qualquer coisa, alguém estava tampando seus olhos com uma venda.

- O que está acontecendo?

- Você vai ter que ficar por mais alguns minutinhos assim até terminarmos de finalizar sua surpresa. – Jake explica.

Ele cruza os braços um pouco irritado com tanto suspense. Por fim, opta por imaginar o que seria a surpresa, antes que sua curiosidade estragasse tudo. Clifford não consegue pensar em nada, o que o deixa ainda mais frustrado. Não estavam comemorando nenhuma data especial e ainda faltavam seis meses para seu aniversário.

- Prontinho! - Ele ouve a voz de Calum se aproximando.

- Mike, a gente vai tirar a venda e você vai para a lona principal, ok? - Ashton diz animado.

- Tudo bem... - Gesticula com as mãos tremendo levemente de nervosismo.

Logo, a venda é retirada de seus olhos, o possibilitando de poder voltar a enxergar as coisas ao redor. Eles estão perto da lona e Michael olha para os seus amigos, um pouco hesitante. Eles o olham de volta de forma encorajadora. O mais novo respira fundo e se vira, caminhando lentamente para onde sua surpresa deveria estar.

À princípio, está tudo escuro, mas então Michael avista um pequeno caminho no chão feito com fairylights e um único canhão de luz focalizando no centro do picadeiro. E sob a luz, sentado de pernas cruzadas no chão está Luke com um sorriso suave nos lábios e o caderno de couro na mão. Michael sente seu interior aquecer com a visão e então se senta na única cadeira, posicionada de frente para o mais velho.

- Há algum tempo você vem me importunando para saber sobre o que vai ser meu livro... - Começa a dizer de forma brincalhona - E então eu decidi finalmente contar para você um trechinho, porque não está todo pronto ainda... Obviamente.

Michael ouve atentamente, sentindo seu corpo vibrar se animação e ansiedade. Ele espera o mais velho começar a ler, mas é surpreendido quando o vê colocar o livro de lado e erguer um pouco as mãos no ar.

- Por trás de cada coisa requintada que exista há algo trágico. Essa frase escrita pelo meu autor preferido sempre me encantou, mas nunca realmente fez algum sentido para mim. Até o dia que resolvi fugir para um circo.

Luke está contando a história usando a linguagem de sinais e a cena faz Michael derrubar algumas lágrimas.

- Era por volta do ano de 1965, eu havia acabado de me formar na faculdade de Medicina em Oxford, mas aquele não era o meu sonho. Era o sonho dos meus pais e após anos me esforçando, finalmente me formei e entreguei a eles meu diploma. "Agora eu vou seguir o meu sonho", eu disse a eles e no dia seguinte me juntei ao circo que estava passando pela minha cidade. O Giramundo.

Michael quis sorrir, mal havia começado a história e ele já gosta do personagem principal.

- Mas essa história não é sobre mim, Adam. Essa história é sobre uma vida totalmente diferente das outras e principalmente, sobre Micael. Um palhaço que sob uma máscara e uma maquiagem bem feita, escondia uma infelicidade que nunca mostrava a ninguém. Ao contrário da maioria dos palhaços, ele não podia falar ou sorrir. Contudo, tinha um coração maior que o mundo e o dom de encantar qualquer um que pudesse olhar através de seus olhos. Olhos, estes, que possuíam todas as galáxias do universo guardadas neles e esperando para serem exploradas.

O livro de Luke é sobre Michael. Luke está sobre ele. Luke está na sua frente contando uma história que havia escrito sobre ele usando a linguagem de sinais.

- Luke! - Suspira, tentando secar as lágrimas de felicidade - Isso foi a coisa mais linda que eu já ouvi... Vi.

Luke se levanta com um sorriso e algumas lágrimas escorrendo pelo rosto, se aproximando lentamente do mais novo.

- M-Michael... - Ri docemente - Eu gosto tanto de você. Desde o primeiro segundo que eu coloquei meus olhos em você, todo concentrado correndo de um lado para o outro. E você era tão arisco, tipo um bebê gatinho e então, a gente foi se aproximando aos poucos e você foi confiando mais em mim, só me fez gostar ainda mais de você.

- Eu também gosto de você, Lukey. Demorei a perceber e aceitar, mas você me conquistou e me mostrou que posso confiar em você.

- Eu posso por favor, te beijar? - Sussurra, acariciando o rosto do mais novo.

Michael respira fundo, sentindo as borboletas em seu estômago criarem vida e baterem as asas violentamente. Ele fecha os olhos e lentamente balança a cabeça positivamente.

Ele sente o nariz de Luke deslizar contra o seu suave e carinhosamente, em seguida ele sente os lábios finos e macios fazerem uma trilha por sua bochecha e então encostarem devagar nos seus.

O mais velho junta suas bocas e desliza os lábios com calma. Michael abraça a cintura do mais velho e sente as mãozinhas do mais velho enrolarem em seus fios platinados o puxando cuidadosamente para mais perto. Eles se beijam como se o mundo tivesse parado e nenhuma língua se atreve a passar por ali, o mais novo sente seu lábio inferior ser chupado e mordiscado e suspira contente.

Eles se separam com alguns selinhos carinhosos. Michael abre os olhos para ver uma cena linda: Luke sorrindo de olhos fechados e com suas lindas covinhas amostra.

O universo inteiro naquele sorriso.

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EU AMO MUITO MEU CASAL MUKE

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