Capítulo 4

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Ainda não tinha passado uma semana desde que vira pela ultima vez Conrad, no entanto, já esperava o pior. Tinha ido para a tal morada que ele me indicara, um pequeno apartamento nos arredores de Londres. Tinha apenas um quarto. Suponho que Conrad fosse dormir na sala, se ele estivesse aqui, mas ele não está. Desde que entrara naquele autocarro tudo parecia diferente.Pela primeira vez encontrava me sozinha. Era horrivel pensar que podia ficar assim para sempre mas era uma realidade agora, a minha realidade. Quando entrei na casa pela primeira vez estava tudo de pantanas. Livros e roupa espalhados pelo chão, comida estragada no friorifico, os moveis todos destruidos, perguntava como é que Conrad tinha encontrado esta casa, obviamente quem habitava aqui anteriormente tinha saido á pressa. No primeiro dia limitei-me apenas a limpar a casa, o suficiente pra passarem a existir condiçoes para alguem viver ali, quando chegou a noite não consegi dormir. Tinha a cabeça a mil e por isso passei a noite praticamente toda acordada a ler, para compensar tinha passado o dia a seguir a dormir. 

Perdi completamente as esperanças de Conrad voltar quando finalmente após três dias consegui ligar a pequena televisão da sala. Os noticiarios não falavam de outra coisa a não ser do atentado terrorista que tinha acontecido no aeroporto de Londres. Desde que vira pela primeira vez as noticias sobre este acontecimento nunca mais desliguei a televisão, assim se falassem alguma coisa sobre Conrad, por mais pequena que fosse eu iria saber. Tinha passado exatamente cinco dias desde que tinha ficado completamente sozinha neste mundo.Tinham passado exatamente cinco dias desde que tinha ficado completamente sozinha neste mundo, tirando as vezes que ia apanhar um pouco de ar à rua, ou comer ou fazer as minhas necessidades, estava sempre no sofá, até nele eu dormia. 

Estavam a dar as noticias agora por isso como sempre estava sentada nele para as ouvir e quem sabe, se tivesse um pouco de sorte, iria descobrir alguma coisa sobre Conrad.

É aterrorizante saber que eu sou a próxima. Ainda por cima agora que não tenho o meu Cêpan para me proteger, para me aconselhar. Temos-nos mantido sempre à frente deles com as constantes mudanças, fugindo. Mas eu estou cansada de fugir, sei que isso é o que nos mantém vivos, se pararmos, eles nos encontrarão. E, agora que sou a próximo da fila, devem ter intensificado a procura, sem dúvida. Certamente sabem que estamos a ficar mais fortes e a desenvolver os nossos Legados, ou pelo menos os outros devem estar. No meu outro tornozelo há a outra cicatriz, o sinal que se formou quando o feitiço lórico nos foi lançado, naqueles últimos e preciosos momentos antes de deixarmos o nosso mundo.A nossa realidade. Agora a realidade é outra e está marca é aquilo que nos une, apesar de estarmos espalhados pelos 7 cantos do mundo, estamos unidos, estamos ligados uns aos outros mais do que pela raça, simplesmente.

Levo a minha mão ao tornozelo direito e toca na minha cicatriz. Um círculo... um morto. Enquanto toco na cicatriz, tento imaginar quem ele era, se era rapaz ou rapariga, onde vivia e quantos anos tinha quando morreu. Tento lembrar-me das outras crianças que vieram na nave e dar números a cada uma delas. Penso em como seria encontrá-las, conviver com elas. Como teria sido se ainda estivéssemos em Lorien. Como seria se o destino de toda a nossa raça não dependesse da sobrevivência de tão poucos incluindo a minha. Como seríamos se não estivéssemos enfrentando a perspectiva da morte pelas mãos de nossos inimigos tão cedo.

Tinha passado exatamente cinco dias desde que tinha ficado completamente sozinha neste mundo. Estava sentada na cozinha quando de repente alguém arromba a porta. Salto imediatamente sa cadeira e vou para a entrada. Era um mogadoriano. Grito.

-Shhiu...!- Pede-me o mogadoriano. Ele acha mesmo que eu me ia calar para ele me matar facilmente. Tento dar-lhe um murro mas ele desvia-se. Tento de novo e consigo acertar-lhe na barriga. Ele era sensivelmente o dobro de mim em questão de altura. -Estou aqui para te salvar!- Continua ele. Ele só podia estar a gozar com a minha cara. 

De repente aparece uma rapariga loira que entra imediatamente no meu apartamento. O mogadoriano também olhou para ela.

-Quem és tu? - perguntou à tal rapariga.

-Ele é perigoso por favor afasta-te! - Diz-me ela ao lançar o mogadoriano contra a parede com telecnesia. Ele tentava debater-se mas sem sucesso. Ela era mais forte que ele.

-Es uma Guard! -exclamei feliz.- Qual é o teu número? 

A rapariga ficou um pouco indecisa se me havia de dizer ou não mas antes que ela o pudesse fazer o mogadoriano tenta dizer qualquer coisa apesar de não se perceber muito bem pois era como se ele tivesse uma mão invisivel a apertar  seu pescoço.

-Vamos em...bora....não...te.. mos muito....tem...po! -Tenta dizer ele.

-O que estas a dizer?- pergunta a tal rapariga soltando um pouco a sua telecnesia sobre ele para o deixar falar.

-Vêm aí outros...e eles vêm matar-vos...temos que sair daqui agora. -Diz o mogadoriano no exato momento em que uma explosão se dá à entrada do prédio.

Um mogadoriano com ar arrogante lançasse à outra Garde com um punhal na mão mas ela desvia-se dele fazendo-o ir contra a parede com a sua telecinese. Tirou-lhe ainda o punhal da mão e espetou-o no mogadoriano seguinte. Ouço um barulho de um carro la fora e um rapaz a gritar qualquer coisa. Fico parada no mesmo sitio o tempo todo a ver a rapariga lutar ferozmente com os meus inimigos mortais.
Outro mogadoriano vai contra ela e consegue colocar a sua espada no seu ombro direito, felizmente só de raspão. Ela da-lhe um murro bem na cara e de repende o chão começa a vibrar, parecia um terramoto mas localizado apenas à volta do mogadoriano que o faz cair instantaneamente no chão devido ao choque.

-Vamos! - Grita ela pegando na minha mão e pulando da janela a nossa direita. Ouço vários mogadorianos a quebrar as outras janelas e alguns a vir do outro lado da rua. So temos tempo de entrar dentro do carro juntas e mal o fazemos a rapariga pede ao rapaz de cabelo escuro para arrancar e é o que ele faz antes de sermos completamente encurralados.Somos seguidos por pelo menos cinco carros mas o rapaz não para e acelera a toda a velocidade.

-Que número és tu? - perguntei à tal rapariga um pouco surpresa, andando aos solavancos no carro.

-Sou a número um! - diz-me ela. -Como sabes que faço parte da Garde ? 

-Isso é impossível! Tu morres-te! -digo-lhe olhando pela janela para ver se eles ainda nos estavam a seguir.

-Não não morri! Eu estou bem aqui.

-Mas eu ja posso ser ferida! Eu recebi a tua cicatriz!

-A cicatriz...!- responde-me ela.

-O que foi? - perguntei-lhe preocupada.

-Apareceu-me uma cicatriz, na verdade o meu símbolo, não sei porque...

-Supostamente tinhas que morrer para isso acontecer e eu ficar vulnerável...a minha arca! 

-O que tem? - perguntou-me ela tambem preocupada.

-Esqueci-me dela na casa.

-Não podemos lá voltar.- responde-me ela lamentando a perda da minha arca.- Que número é que tu és? - pergunta-me ela super contente.

O rapaz ao volante vira o carro numa esquina e eles perdem-nos de vista fazendo com que ele reduza a velocidade.

-Eu sou a número dois! - digo esboçando um sorriso na cara.

A Força Da Numero DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora