Pedido Inesperado

CAPÍTULO 37

Próximo ao horário combinado para o almoço, Eliza levou os Sacks de volta à mansão Priestly, e alegremente, aceitou o convite para participar da refeição. Laurie contou à Andy e às gêmeas que ficou encantada com as lojas de decoração que visitaram. Richard, embora não fosse ligado ao assunto, não negou que os apetrechos fossem realmente belos, ainda que caros.

A necessidade de uma escolta de dois guarda-costas foi um adendo estranho ao passeio, mas Eliza e os pais de Andy entendiam a situação, e preferiram a presença deles, a ter que lidar sozinhos com o assédio dos paparazzi.

Carena preparou uma refeição deliciosa, e mesmo as gêmeas, que vinham sentindo-se um pouco enjoadas e sem apetite ultimamente por conta do tratamento mais pesado, conseguiram comer um pouco de massa e sobremesa. Depois do almoço e de alguma conversação, assim que medicadas, as meninas enfim foram descansar.

Apesar de Andy e Sophie terem comprado o material para os exercícios, adiaram o início das atividades até a semana seguinte, quando as gêmeas teriam o intervalo entre as sessões de quimioterapia. Sophie não queria arriscar um estresse desnecessário começando uma programação nova em um período onde elas estivessem mais vulneráveis.

Não desejando ficar longe das meninas, e também, querendo evitar novo encontro com os paparazzi, Andy insistiu para que os pais passassem mais tempo com Eliza. Como as gêmeas ficariam horas dormindo, e Andy afirmou que escreveria um pouco aquela tarde, os dois acabaram concordando. Laurie estava mesmo morrendo de vontade em ajudar a montar os objetos que Eliza comprara para o novo apartamento, e Richard, aproveitaria para conhecer um pouco mais da vizinhança.

Assim que Andy os despachou e verificou que as meninas estavam bem e ainda descansando, foi para seu escritório pegar o notebook. Havia tido umas ideias para seu livro e queria anotá-las, antes que as esquecesse.

* * * *

Com a companhia de uma caneca de leite gelado, um pacote de Oreos e música clássica em seu iPod, Andy digitava distraidamente, recostada à cabeceira da cama, quando viu a porta do quarto principal ser aberta.

— Miranda?! Que faz aqui numa hora dessas? — indagou surpresa, e certamente mais alto do que deveria, vide o olhar de reprovação da mulher mais velha.

Andy fez uma careta, e, toda atrapalhada, imediatamente retirou o fone dos ouvidos, ao mesmo tempo em que tentava colocar o notebook de lado.

A resposta imediata de Miranda foi apenas um estreitar de olhos e torcer de lábios.

Andy suspirou, para então reunir um pouco de dignidade e usar de movimentos mais graciosos.

Miranda ficou assistindo-a, seu olhar, incrustador, uma sobrancelha perfeita arqueando-se.

— Farelos na cama, Andrea? Francamente! Você consegue ser ainda pior que nossas meninas.

Andy ficou sem graça, e para sua mortificação, sentiu-se ruborizar culpavelmente, sabia que Miranda detestava restos na cama. Geralmente, escrevia em seu escritório, mas estava sentindo um pouco de dor nas costas e achou que a maciez do colchão seria mais conveniente.

A jovem repórter levantou-se e tratou de limpar a bagunça. Depois, esticou meticulosamente os lençóis. Timidamente olhou para Miranda e bateu os cílios longos e escuros exageradamente.

A editora bufou e sua carranca derreteu. Abriu os braços, e logo, viu-os cheios com Andrea. As duas se abraçaram longamente, aquecendo-se no contato, conectando-se aos cheiros.

— Agora, sério, o que faz aqui? Não que eu esteja reclamando... — Andy quis saber, à medida que beijava o pescoço de Miranda.

— Resolver um de nossos problemas... — a outra contou após um pequeno gemido apreciativo.