Sentada no telhado, observava o nascer do sol. O céu estava num tom meio alaranjado e os pássaros catarolavam irritantemente, levando a minha paciência para o ralo. Odiava aquele lugar. Exatamente tudo ali me tirava do sério.Maldita a hora que minha mãe teve a ideia de nos mudarmos para Los Angeles. De início, até gostei, mas não imaginava que moraria no meio do nada. Quem em sã consciência iria imaginar isso? Minha mãe e meu irmão mais novo. Idiotas. Por isso que iria dar um basta em todo aquele inferno. Não era obrigada a ficar num lugar em que não me sentia bem, não mesmo.
Estava farta de encontrar animais imundos em meu quarto, de ter que seguir uma trilha e atravessar uma ponte velha para ir à escola, pior, eu chegava toda quebrada por tropeçar em raízes de árvores e cair naquela relva nojenta ao longo do caminho. Por mim, podiam cortar todo aquele verde que não sentiria um pingo de saudades. Avistei por entre as árvores, Dylan se aproximar com um enorme sorriso nos lábios.
Sorri junto a ele, afinal, meu namorado era a única razão para estar alegre naquele momento horrível da minha vida. Eu o amava e sabia que também era amada. Fiz sinal para que aguardasse e pulei a janela, entrando no meu quarto. As malas já estavam prontas sobre a cama. Havia passado a madrugada arrumando-as sem ser percebida por meu irmão que dormia no quarto ao lado. Joguei-as para fora, ouvindo o baque de cada uma ao atingir o chão. Após verificar uma última vez o quarto, saí.
Enfim, liberdade.
— Bom dia, gatona. – Dylan proferiu e abraçou-me, fisgando meus lábios.
O beijo foi intenso como sempre era e confesso que adorava. Quem não gostaria?
— Bom dia, mas temos que ir. – Afastei-me e peguei as malas. Dylan também me ajudou a carregá-las.
Seguimos uma trilha até chegar á velha ponte que dividia um lado da floresta ao outro. Atravessamos-a e fomos em frente, rumo à rodovia. Podiamos ir pela estrada menos distante da minha casa, mas demoraria muito tempo para chegarmos onde queríamos. Por ainda estar cedo, pensei que seria vantajoso ir pela via principal, já que naquele horário não ficava tão agitada. Depois de tropeçar em algumas raízes e me embaralhar em arbustos, alcançamos o fim da mata.
O carro do Dylan nos esperava, estacionado na lateral da floresta. Sabia que ali não era lugar de deixar um carro, porém não discutiria. Como havia dito antes, não tinha tumulto na pista, facilitando o nosso plano de fuga. Entrei no veículo e o meu namorado pôs as bagagens no porta-malas, se acomodando no banco ao meu lado no minuto seguinte. Virou-se para me olhar.
— Pronta? – Perguntou.
Suspirei e fiz uma reflexão sobre a situação, se realmente seria preciso fugir para me livrar dos problemas. Minha mãe não me dava tanta atenção quanto oferecia para o Alvin, claramente ele era o seu filho preferido. Eu sempre era a desviada, usuária de drogas e delinquente. Tudo bem, não deveria ter feito coisas daquele tipo, mas pensava que praticava por não ter ganhado amor da minha mãe e não me arrependeria de ter fugido.
Eu estava totalmente errada e a vida me mostraria da pior forma possível.
— Pronta. – Respondi convicta.
Dylan retirou o automóvel com dificuldade por conta dos altos relevos que continham ali. O sol já havia esquentado e a rodovia principal já não estava tão tranquila quanto antes. Entramos no trânsito que acabara de ficar engarrafado e transtornado. Num instante estávamos felizes e no outro, nem tanto. Foi como num piscar de olhos e tudo mudou. Homens fardados atiravam nas pessoas presentes naquele engarrafamento, deixando-me extremamente assustada.
Por quê? Matar realmente era a melhor forma de resolver algo?
Eles se aproximavam cada vez mais. Avistei uma garota tentar sair de um carro mais à frente, porém foi executada em menos de dois segundos. Meus batimentos cardíacos já não estavam normais, estavam acelerados como a minha respiração. Senti algo se mexer ao meu lado e percebi que Dylan abria a porta traseira do carro.
— Não tô afim de morrer. – Se explicou e pulou para fora do veículo. Acabei fazendo o mesmo.
Corremos pela floresta, indo pelo mesmo caminho que fizemos para alcançar a autoestrada, só que voltando. As raízes que tanto detestava foram ignoradas por mim, somente me importava em chegar em casa, sã e salva. Entretanto ao finalmente ver as cercas de madeira da minha humilde residência, contemplei algo estranho. Minha mãe estava com o tom da pele pálido, suas mãos e lábios estavam sangrentos. Ela andava em minha direção como se eu fosse um pedaço de carne.
Minha mãe queria me morder? O mundo mudou e eu não fiquei informada?
Quando estava à centímetros de mim, foi acertada na cabeça por um pedaço de madeira. Dylan havia a atingido.
— Credo! – Exclamou.
Como eu me encontrava em estado de choque, apenas corri para dentro de casa. Não conseguia raciocinar, agir. Passamos quase o dia inteiro trancados naquela cabana que chamava de casa.
Já de tarde, não aguentava mais ver o corpo do Dylan indo para lá e para cá na sala. Resolvi ir ao único lugar que me trazia paz, o telhado. Sentei-me e olhei para o céu que estava da mesma cor que naquela manhã. O sol se escondia por detrás dos pinheiros e a escuridão tomava conta do lugar.
Havia voltado à estaca zero.
Uma movimentação nos arbustos me chamou a atenção. Fiquei com medo e entrei novamente em casa sem ao menos ver do que se tratava, todavia daquela vez eu agi. Contei para o meu namorado e saímos pela porta dos fundos. Enquanto caminhavámos apressadamente pela mata, encontramos um acampamento. Havia barracas e um carro. Sem pensarmos duas vezes, corremos até o veículo. Daquela vez, Dylan dirigia pela estrada mais próxima à minha casa. Por um momento senti alívio, mas foi rapidamente embora quando ouvi uma zuada de buzina.
— Dylan!
De repente veio o clarão. Desespero. Escuridão e silêncio.
Me desculpem!
Perdão pela demora. É muito difícil ligar um capítulo ao outro, mas o resultado final deixa o meu coração aquecido.
Aconteceu diversas coisas comigo nessas duas semanas, por isso peço que dêem sempre uma olhada no meu quadro de mensagens. Assim vcs ficam mais informados sobre tudo.
P.s.: Por favor, digam que conseguiram pegar as referências! São três, porém uma é óbvia, quero ver quem acertou as outras duas.
P.s2.: Eu sei que a Lydia é chata e tudo mais. Fiz de propósito rsrs. Ah! Não confiem no Dylan.
P.s3.: Calma! A Lydia esqueceu do Alvin (seu irmão), só que EU não. Vocês irão entender depois. Adoro um mistério...
CHEGA DE P.Ss! Bom feriado.
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Walking With The Dead
Mystery / Thriller×× ESTE LIVRO FOI ESCRITO QUANDO EU TINHA 16 ANOS ×× Já pensou na possibilidade de acontecer um apocalipse zumbi? Não? Então é melhor refletir sobre esse assunto. Cobiçados cientistas descobrem um novo e perigoso vírus numa experiência profissional...