O martelo foi arrancado de minhas mãos por Nick que fincou o mesmo nas costas daquela coisa. Meu irmão esmagava a cabeça do ser fedorento, enquanto eu continuava estático no lugar, vendo toda aquela cena horrível. Mesmo tendo ciência de que devia agir.Mas eu era um covarde, nunca conseguiria fazer algo melhor que fugir. Então não pensei duas vezes e corri para a floresta.
Olhar para trás era uma tarefa impossível, não queria que meu irmão visse o quanto o seu gêmeo era frouxo.
Meus pés cambaleavam conforme aumentava a velocidade, porém eu não parava de forma alguma de correr. Alguns arbustos me atrapalhavam no caminho, fazendo meu corpo colidir com a maioria deles e até mesmo em árvores. O sol estava indo embora, dando permissão para que a lua viesse junto com a escuridão. Tudo o que eu mais temia.
Diminui a velocidade quando ouvi passos e galhos quebrando não muito longe de mim. Meu coração gelou. Olhava para todos os cantos, rodava no mesmo lugar sem ver um sinal, até que algo me chamou atenção. Um grupo de seres horrendos como o que atacou o meu pai minutos atrás, vinha em minha direção.
Droga! Era como os games que conhecia, só que mais feio e amedrontador.
Aquilo não podia ser real.
Dei passos de ré, sem deixar de encarar aquela multidão de bichos nojentos. Não andavam rápidos, mas chegavam cada vez mais perto de mim. Seus dentes sujos de sangue me alertaram que eu não podia ficar mais um segundo sequer ali. Ainda não era minha hora de morrer.
Respirei fundo e disparei em alta rapidez. Eu não fazia a mínima ideia para que lado estava indo ou para onde, e confessava que não importava. Somente em estar vivo, nada mais.
A noite já havia chegado, não ajudando com o fato de eu estar no meio de uma floresta, sendo perseguido por coisas. Avistei um pequeno vestígio de luz que logo foi apagada, a alguns metros de distância do local em que estava. Sem um pingo de hesitação, segui em passos largos até o lugar onde vi a luminosidade. Era uma simples e velha casa com cerca a rodeando.
Nunca havia visto aquela casa, também eu não saia muito da minha.
Pulei a cerca e olhei para trás, apenas para me certificar que os bichos estavam remotos, mas não estavam. Eles se aproximaram da pequena e frágil cerca de madeira, fazendo-a cair com o peso deles sobre ela. Não tinha para onde mais correr e os monstros chegavam mais perto a cada piscada de olhos que dava. Entrei na varanda da casa e fiquei esperando minha morte.
Pelo menos havia tentado, ou não.
Uma daquelas coisas estava a centímetros de mim, preste a tirar um pedaço do meu rosto fora quando tamparam a minha boca e me puxaram para dentro da casa. Meu corpo caiu no chão e minha respiração estava escassa, contudo estava em segurança. Ou era apenas o que eu pensava. Abri os olhos e vi um rapaz e uma garota inquietos na sala.
— Porra! Ele trouxe um bando de zumbis! – O garoto passava os dedos freneticamente nos seus fios de cabelo azul.
Zumbis.
— Eu sei! Mas não podíamos deixá-lo morrer, droga. Não somos assim. – A menina disse, apontando o dedo para mim.
— Tem razão. – Suspirou e deu um beijo singelo nos lábios da loira.
Os zumbis batiam na porta e nas janelas, me dando medo. Levantei do chão e caminhei até onde os dois namorados estavam, mas parei quando a garota tirou uma faca do bolso. Arregalei os olhos em espanto.
— Isso é pra você. – Arremessou a faca e desviei da mesma. — Pega logo, idiota!
Peguei a faca no chão, mesmo sabendo que nunca iria ter coragem o suficiente de usá-la. Os dois riam a cada movimento que eu fazia. Fiquei parado, sem ter o que fazer ou falar. Convenhamos que eu não era bem o tipo de pessoa que puxava assuntos. Em outras palavras, eu era introvertido. O Nick que sempre foi mais extrovertido que eu e tudo mais.
Nick. Eu não deveria ter o deixado lutar sozinho. E se ele estivesse morto?
Eu nunca me perdoaria.
Sem perceber, comecei a chorar. Não sabia se era por causa do meu pai, do Nick ou por tudo o que estava acontecendo. Quando que aquele pesadelo iria acabar?
— Ei, cara, não precisa chorar. A Jenna consegue ser um pouco insolente quando quer. – O garoto tentou me acalmar.
— Cala a boca, Kevin! Não sou tão incoveniente assim. – O empurrou, fazendo-me rir.
Porém a risada durou pouco, pois os zumbis haviam derrubado a porta.
— Cacete! – Kevin exclamou e correu para os fundos da casa, junto com Jenna. Eu os segui logo depois.
Saímos pela a porta dos fundos e fomos direto para o meio das árvores. A casa estava infestada de zumbis para todos os lados que logo nos viram e andaram em nossa direção, mas desviaram quando Kevin jogou uma lanterna. Os zumbis seguiram como cachorros atrás de um disco. Logo alguém puxou meus ombros e olhei para atrás. Nicolas.
Ele estava vivo.
— Nick! Que bom que está vivo!
— O quê? Tá de brincadeira com a minha cara? Eu quase morri te procurando! – Gritou.
— Não dá pra discutir depois? Temos que ir. – Kevin avisou.
— Quem é você e o que fez com meu irmão? – O segurou pela gola da camisa.
— Para, Nicolas! Ele me ajudou! – O puxei pelo braço.
— Kevin!
Jenna gritou e todos olhamos para a direção em que suas íris azuis miravam. Os zumbis haviam nos notado.
Eles nunca iriam nos deixar em paz?
Então todos do grupo correram, inclusive uma garota que eu não sabia quem era. Seus cabelos castanhos voavam conforme corria, não permitindo-me enxergar seu rosto.
Quem era ela?
Olá!Queria saber se estão gostando do modo como estou escrevendo a história, mostrando o ponto de vista de cada personagem. Talvez só os protagonistas irão ter esse privilégio, não sei, ainda estou pensando.
Próximo capítulo vai ser solo do Kevin, se preparem.
É só isso mesmo. Votem, por favor.
BEIJO NO ♡
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Walking With The Dead
Mystère / Thriller×× ESTE LIVRO FOI ESCRITO QUANDO EU TINHA 16 ANOS ×× Já pensou na possibilidade de acontecer um apocalipse zumbi? Não? Então é melhor refletir sobre esse assunto. Cobiçados cientistas descobrem um novo e perigoso vírus numa experiência profissional...