RESPONSABILIDADE

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Já passei por muitas situações difíceis, mas aquela em que estava vivendo era a mais inacreditável de todas

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Já passei por muitas situações difíceis, mas aquela em que estava vivendo era a mais inacreditável de todas.

Mortos que caminham e devoram pessoas. Já havia visto tantas coisas, porém nada se comparava com zumbis. As histórias de terror que a minha irmã contava nunca mais me fariam ter medo do escuro. De modo algum reclamaria da época em que fui praticamente obrigada a ser escoteira por minha mãe.

Eu não sabia que aqueles finais de semana acampando no meio da Okanogan-Wenatchee National Florest me ajudariam tanto. Quando notei as pegadas no gramado, perto das barracas, eu soube.

Samantha havia sido mordida por um daqueles zumbis que nos perseguiam pela mata. Jenna estava desesperada por encontrar o carro já quebrado. Kevin tentava a acalmar, em vão. Steve observava tudo calado, sem reação. Nicolas se revoltou e ficou fora de si, atacando os zumbis, com a faca da Jenna. A menina encontrada no veículo chorava sem intervalo de tempo. E eu... Bom, não tinha outra escolha a não ser tomar providência para ficarmos seguros.

Era óbvio que Nicolas não teria capacidade de executar todo o bando, e não o ajudaria, pois éramos somente dois contra uma multidão de zumbis. Nicolas não soube como reagir à situação de Samantha de um jeito normal. Preferiu usar a força e o ódio.

Nada daquilo resolveria o problema, então tomei a frente do caso, já que ninguém se quer se mexia.

— Para, Nicolas! – Exigi, tentando puxar seu braço, em vão. — Isso não vai adiantar! Precisamos ir ao hospital mais próximo se queremos a Samantha bem!

— Cala a boca, caralho! – Virou-se para me olhar. O suor escorria por seu rosto e os pingos de sangue dos bichos escondiam a sua beleza, deixando a sua aparência como de uma pessoa malvada.

Mas eu arriscaria dizer que ele não era uma pessoa tirana. A noite em sua casa quando me amparou provou aquilo.

— Por favor, pare, Nicolas. Não vale à pena. – Supliquei em voz baixa. Talvez gritar o irritasse ainda mais. — Por favor, Samantha precisa de você.

O moreno abaixou a faca e respirou profundamente. Lançou o olhar para a garota assustada com o ferimento em seu braço. Ela chorava ao ver Nicolas lutar contra os infectados. Ele percebeu aquilo quando focou nos olhos avermelhados da Samantha. Correu até ela e a abraçou.

Os gemidos dos zumbis nos fizeram lembrar de que precisávamos correr.

Dávamos passos rápidos e pesados pela relva. A poucos metros da gente, o bando de mortos-vivos não paravam se quer um segundo. Não estarmos mortos, era a nossa vantagem, pois daquele jeito podíamos ter mais velocidade que os zumbis. A pergunta que não queria calar era: para onde iríamos?

Estávamos quase saindo da floresta, dava para ver a cidade por entre as árvores e os arbustos. Talvez se fôssemos para a área urbana, conseguiríamos encontrar abrigo. Ou até pessoas que poderiam nos ajudar. Quanto mais gente melhor, era o que pensava.

Walking With The DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora