MELHOR MAL ACOMPANHADA DO QUE SÓ

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Andando por entre os veículos parados em uma das estradas mais movimentadas de Las Vegas (antes de toda a desgraça acontecer), eu e Lydia procurávamos por combustível, já que o do nosso carro tinha chegado ao fim

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Andando por entre os veículos parados em uma das estradas mais movimentadas de Las Vegas (antes de toda a desgraça acontecer), eu e Lydia procurávamos por combustível, já que o do nosso carro tinha chegado ao fim.

Mas eu não estava somente atenta caso algum infectado aparecesse, também - a todo momento - estava de olho na pistola em que Lydia apresentava em mãos. Eu entrava em estado de diligência a cada movimento estranho que a garota fazia.

Não podia arriscar. Lydia já havia provado que não era de confiança desde o episódio no hotel, quando Kiara alegou que quase morrera durante a vasculhagem de corredores. Seria muita burrice a minha ficar dando sopa.

— Achou bonita, Jenna? – Lydia se referiu à sua arma. A garota havia percebido a minha atenção sobre o objeto. — Fique tranquila, não vou te matar. A não ser que...

— Não estou com medo de você, Lydia. – Rebati e voltei a me concentrar em encher um galão de gasolina. — Tenho coisas mais relevantes para me preocupar do que uma garota que brinca com uma arma.

— Sério? – Lydia apareceu na outra janela do carro. — Eu, se fosse você, media melhor as palavras. – Ela deu a volta para ficar perto o bastante de mim. Perto o bastante para me irritar. — Sabe, eu sou capaz de...

Antes que Lydia terminasse sua frase, um zumbi se aproximou pronto para atacá-la. Mas eu o impedi, enfiando minha faca em seu crânio, fazendo sangue espirrar e sujar meu rosto já imundo. Lydia levou um baita susto quando avancei perto dela e matei o zumbi.

Eu bem que podia deixar aquele infectado matar Lydia, mas isso me faria ser que nem ela. Sem contar que, em tempos como aquele, era melhor andar mal acompanhada do que sozinha. E Lydia não sabia manusear aquela pistola, era óbvio. Quando estávamos no hotel, ela mirava num zumbi e acertava no muro ou em qualquer outro lugar.

De fato, Lydia não passava de uma criança mimada que pensava que alguém iria nos salvar e que aquilo não seria nada além de uma memória perdida em sua mente. Para ela, nada do que estávamos vivendo era real.

— Vamos retornar antes que anoiteça. Temos que encontrar um lugar pra passarmos a noite. – Falei, catando o galão e indo em direção ao nosso carro, que estava estacionado na outra pista. A fazia.

Por algum motivo não havia veículos naquela ali.

— Claro. – Lydia resmungou. Aposto que suspirou e revirou os olhos, como havia feito desde o dia que a conheci.

Atravessamos a pista e quando chegamos próximo ao nosso carro, ouvimos barulhos de motores potentes quase nos deixando surdas; logo avistamos ao longe duas motos na estrada, indo em nossa direção. Rapidamente corri para a parte traseira do carro e puxei Lydia para junto de mim.

— Meu braço! – A chata reclamou e eu tapei sua boca com a minha mão livre.

Havia dois homens em uma moto e um homem e uma mulher na outra. Eles desceram das motos assim que pararam na estrada. Fiz sinal para Lydia, indicando para irmos para debaixo do carro.

— Isso não estava aqui antes. – Um cara que usava um casaco jeans sujo de sangue, disse.

— Jura? – A mulher ironizou, tirando o capacete da cabeça. A mulher que trajava um short muito menor que o seu tamanho e um casaco de pele. Calçava um par de botas enormes. Seu cabelo estava arrumado em duas tranças, uma de cada lado da cabeça. Sem falar do coldre que carregava duas facas táticas em volta da sua cintura.

— Calem a boca! – Um homem que segurava um revólver brilhante se aproximou do carro que eu e Lydia estávamos escondidas logo embaixo. — Maldita a hora que permiti vocês virem comigo. Bando de inúteis.

Ele abriu o carro e pegou lá de dentro o meu isqueiro. Que droga! Eu amava aquele isqueiro.

— Olha só, Zippo Constantine. – O homem falou tirando um cigarro do bolso de sua jaqueta de couro e o acendeu com o meu isqueiro. Depois guardando o isqueiro no bolso.

Ouvi um chiado e notei que um dos homens estava com um rádio comunicador em mãos e procurava por sinal. Ele subiu no carro e sem demora o rádio começou a soar.

Louis, consegue me ouvir?

O ladrão de isqueiros tirou o cigarro da boca e respondeu:

— Desembucha, Noah! Algum deles ainda está vivo?

Não, senhor. Quer dizer... Encontramos uma mulher e ela estava muito ferida, então decidimos levá-la para o hotel. Seu nome é Adriana, ela veio do "Shopping".

— Sua anta! Você agora é salva vidas, por acaso? – O homem berrou, furioso. — Pode começar a se despedir, Noah, porque eu vou te matar assim que chegar ao hotel! E você sabe que estou falando sério. Idiota.

— É isso que dá colocar homem pra fazer alguma coisa. – A mulher se encostou em uma das motocicletas.

— Vamos, antes que eu mate vocês também! – O ladrão de isqueiros ordenou. — Sai! – Puxou a mulher de sua moto, que resmungou de dor no braço.

Os quatro foram embora, deixando a marca das rodas de suas motos na pista.

Eu e Lydia saímos do nosso esconderijo. Enchi o tanque e imediatamente entrei no carro, seguida pela garota. Engatei a macha e já estávamos em alta velocidade.

Para onde nós iríamos? Eu não fazia a mínima ideia. Mas de uma coisa eu estava certa: não podia voltar para Las Vegas.

No meio do caminho, ao longe, avistei um enorme caminhão atrapalhando a estrada. Nele havia uma placa que dizia: não ouse ultrapassar. Aquilo era muito estranho e eu não quis arriscar. Então, tratei de ir por outra estrada, mas quando cheguei lá, estava fechada do mesmo modo: com um caminhão e aquela mesma mensagem. Já era noite, eu e Lydia ainda não tínhamos saído de Las Vegas. Todas as estradas que pegamos foram fechadas. Decidimos ir para sei lá onde pelo deserto, apenas para passar as pistas. Não entramos literalmente no deserto, provavelmente nos perderíamos.

Após minutos calada, Lydia abriu a boca:

— Isso é coisa daqueles caras, aposto. – Constatou o óbvio. — Não acredito que vou morrer num deserto. Que ótim...

Mais uma vez salvei a vida daquela idiota. Dessa vez, a segurei antes que caísse num gigantesco buraco cheio de mortos-vivos dentro.

— Eca!

— Deixa isso aí. – Agarrei Lydia pelo braço e voltei a caminhar, porém estagnei quando me deparei com um... Um shopping.

As luzes estavam acesas, ou seja, tinha pessoas lá dentro. Um homem careca apareceu pelos portões e acenou.

Ele parecia amigável...

Lydia também parecia, quando precisava da nossa ajuda.

Lydia também parecia, quando precisava da nossa ajuda

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Peguem as pistas, por favor.

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