SOBREVIVÊNCIA EM PRIMEIRO LUGAR

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Puta merda

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Puta merda.

Era a frase que resumia perfeitamente a minha e a situação de todos presentes naquele caminhão.

Estávamos uma verdadeira desgraça. Com roupas molhadas de sangue; cabelos desarrumados; hematomas espalhados pelo corpo e fedorentos para um caralho, nós estávamos fodidamente ferrados. Não acha irônico?

Numa hora tínhamos armas, munições, abrigo, automóveis e comida. Na outra: BOOM! Não tínhamos mais porra nenhuma, a não ser um caminhão que mal andava. E ainda perdemos duas pessoas. Samantha e Kevin. Em menos de uma semana!

Sem contar a triste falta do meu pai que eu sentia. Droga, eu sentia tanta saudade dele. Até mesmo das suas broncas e castigos. Eu daria tudo para voltar no tempo e ter obedecido o meu pai quando me mandava fazer as tarefas do pequeno sítio em que morávamos. Eu teria sido um filho melhor do que eu fui, ao contrário do meu irmão que sempre foi bom e carinhoso com o papai.

Era para eu ter seguido seus conselhos e assim o nosso pai morreria pelo menos com um pouco de orgulho de mim. Nem pude dizer adeus, tal como aconteceu a minha mãe.

Mas naquele momento eu tinha que ter foco se não queria ver mais ninguém sendo morto. Principalmente o Steve; ele foi o único da minha família que me restou, seria tolice minha o deixar ir também. Por mais que eu não merecesse um irmão como ele, eu era muito egoísta para admitir que não era digno.

Enterrado em meus pensamentos, fui interrompido pelo barulho absurdo que o caminhão fez. A lata velha havia pifado, que ótimo.

— Agora pronto! Estamos literalmente sem porra nenhuma. – Me levantei, acordando Kiara que dormia apoiada em meu ombro há um tempo.

Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto inchado, logo me xinguei mentalmente por tê-la assustado. Grr! Odiava quando ela me encarava com seus olhos vazios, parecendo arrancar a minha alma do corpo e desvendar meus segredos mais obscuros. Confesso que tinha medo daquilo.

Andei até uma pequena janela que dividia a parte traseira do caminhão da parte frontal, onde Steve e o irmão da Lydia estavam. Steve descia do automóvel quando me aproximei.

O que o pirralho do meu irmão estava aprontando?

Ei! Onde pensa que vai?! – Exclamei já o puxando pelo seu suéter ridículo. Cara, aquele suéter era feio demais.

Meu irmão me lançou seu típico olhar de enjôo quando eu o repreendia ou proibia de algo. Ele podia ser facilmente comparado com uma criança.

— Eu quero fazer xixi. – Respondeu ríspido.

Só podia ser o pirralho do meu irmão! Quem em sã consciência para em pleno apocalipse para mijar? Steve Castillo. Ah, eu não ia permitir, não mesmo. Todavia, por quê que ele estava agindo tão secamente comigo?

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