#12 - A Única Que Conhece a Verdade

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A sensação do ambiente seco e gélido era sempre presente e o ar pesado e frio penetrava nas narinas do rapaz com ardência. Estava cada vez mais difícil dar seus passos e sair daquele local escuro, mas com muita insistência ele conseguiu caminhar e ir até a parede, apalpando algo nela que o reconheceu como uma maçaneta, abrindo-a. Seus olhos foram iluminados pela fraca luz do lado de fora. Observou de um canto a outro e quando abriu a porta por completo, se surpreendeu de canto com uma grande movimentação vinda do chão, e olhando para lá, se deparou com vários insetos juntos cobrindo todo o piso. Baratas, minhocas, sanguessugas e lesmas, entrelaçadas em uma verdadeira confusão, comendo umas às outras. Os arrepios tomaram de conta do corpo dele após ficar totalmente paralisado, não de medo, mas sim por que ele sentia que sua fome implorava para ele encher sua boca com aquela refeição "saborosa" e cada vez mais aumentava sua vontade de mastigar aquelas criaturas, então pôs-se de joelhos e encheu as duas mãos com os insetos, esmagando alguns deles, abriu a boca e...


─ Lawliet?! ─ Suzan chamou por ele já pela terceira vez.

─ Hm? O que? ─ tentou recobrar a consciência. ─ Ah, oi Sue! Desculpe, estava distraído.

"Tive um sonho acordado ou isso foi só mais uma alucinação?", ele pensou.

─ Tudo bem com você? ─ Suzan continuou, sentando do lado dele na cama.

─ Sim! Tudo bem sim.

─ E ela? ─ mencionou a garota deitada na mesma. ─ É a única que ainda não acordou.

─ Bom, ela só está um pouco mais pálida desde a última vez que a vi, mas está com uma expressão tão serena que até aparenta estar tão bem.

─ Espero que esteja bem!

─ Sim! Eu também.

Houve uma breve pausa e um minuto de silêncio.

─ O nome dela é Kira, certo?

─ Sim, Kira Meyers! Somos primos, mas ela carrega o nome do pai. ─ disse enquanto acariciava a mão dela, sempre observando atentamente à qualquer sinal de resposta no rosto.

─ É um lindo nome! ─ prendeu uma mecha de cabelo atrás da orelha. ─ Vocês tiveram a infância juntos?

─ Na verdade não. A família dela morava em outra cidade e eu só vim a conhecer quando nós tínhamos 14 anos, e agora, ambos com 18, minha paixão por ela nunca cessou desde o primeiro dia que a vi.

─ Vocês têm a mesma idade e ainda é apaixonado por ela?! ─ foi pega de surpresa.

─ Eu sei que isso deve ser errado, mas sei lá, meu coração palpita forte quando a vejo.

─ Não! Eu não vejo isso como uma coisa ruim, é algo até, "fofo".

─ Obrigado. ─ ficou meio sem jeito.

─ Mas e então? Você já disse isso pra ela?

─ Não. Nunca tive coragem, e também, ela namorava alguém.

Pesadelo - Os Jogos de EllaOnde histórias criam vida. Descubra agora