• terceira página - Merah

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O Clima era agradável para um passeio em família naquela pequena pracinha da cidade. Muitas pessoas caminhando com seus filhos, outras famílias faziam piquenique no gramado, uma ocasião relaxante para qualquer um que pudesse visitar a praça sob a luz radiante do sol que abandonava o local pouco à pouco.

Em um banco mais afastado dos demais, estava uma mulher sentada sozinha, pouco mais de trinta anos de idade, apenas observando o horizonte ao pôr do sol. O céu formou um belo "quadro" naquele fim de tarde, em cores de salmão, azul e amarelo descorado, uma ótima visão.

Massageava carinhosamente sua barriga ao conversar com a criança. Não era um hábito seu, porém, o crepúsculo a despertou um tipo de sensação incomum para ela, apesar de repudiar sua gravidez indesejada. Naquele momento ela havia cedido aos "encantos".

Sua visão estava firme para a panorâmica, mas algo repentinamente desviou sua atenção. Era uma movimentação à sua direita, alguém se aproximou e sentou-se ao seu lado, sem seu consentimento.

─ Então? Com quantos meses você está? ─ perguntou a outra mulher, não muito interessada na sua resposta.

Porém, não houve uma.

─ Minha filha está quase nascendo! ─ ela continuou. ─ Só queria que ficasse claro, para você deixar a sua longe da minha, você sabe né? Você não é bem visada nesta cidade, e se a minha filha for vista brincando com a sua, a má reputação que você carrega pode cair diante de nós também. Você entende?

Continuou sem respondê-la, ignorando-a completamente.

As duas mulheres nunca se deram muito bem durante seus anos de convivência, e agora com ambas grávidas, tudo só tendia a piorar, porém, a primeira delas que sofria todas as calúnias, jamais se importou com o que os outros pensavam e diziam à respeito dela. Ouvia tudo calada e sem pestanejar, o que aumentava as chances de qualquer um vier a fazer o que quisesse com ela.

─ Ei?! Não se faça de desentendida! Você está me ouvindo?! ─ exigiu por respostas. ─ Sua filha nunca chegará aos pés da minha! Serão como água e vinho, uma grande diferença entre ambas. Você nunca quis essa criança, e não será agora que fará diferença!

O sol se pôs, e a movimentação de pessoas na praça começou a diminuir.

A primeira mulher ainda não tinha cedido às palavras maldosas da segunda, sequer estava a dando atenção, o que só alimentou ainda mais seu ódio. Mal saberia ela que cerca de um mês após o nascimento de sua tão amada filha, a mulher sofreria um acidente misterioso de carro e assim viesse a óbito.

Então, tudo o que a mulher que sofria as acusações se lembrava dela, foi da última coisa do qual a mesma se gabou, e era justamente sobre o nome da sua criança.

"─ Ela terá o nome de uma deusa, tudo para a engrandecer nesta vida! Um nome digno de riquezas e sucesso, Merah."

Recordava-se de cada letra de suas "últimas palavras" como se a frase dita estivesse escrita em uma enorme folha de papel, dentro de sua cabeça.

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