• quinta página - Italia

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"É um lindo dia ensolarado!", pensou a jovem moça deitada no gramado do parquinho. Fechou os olhos e lançou um sorriso ao sentir a brisa suave tocar seu rosto ao passar por ela, então caiu em pensamentos e quase dormiu, debaixo da sombra aconchegante que a velha árvore de carvalho produzia. Começou a recordar-se da letra de uma música que falava sobre o verão, já a sabia de cor, então passou a cantarolar a mesma, mas antes que pudesse chegar no refrão, perdeu a concentração ao ouvir o final de uma conversa de duas garotas atrás de si.

─ ...e ele é tão fofo! ─ disse uma delas.

─ Mas e então? Será que vai criar coragem para finalmente se declarar? ─ rebateu a outra.

A garota, que estava em seu momento de descanso, levantou-se curiosa para saber do que se tratava os comentários que arrancaram-lhe de sua "paz interior", então buscou nos arredores do parque para descobrir o que estava acontecendo. Surgiu uma forte pontada em seu coração quando avistou ao longe, o garoto do qual ela passou a sentir uma forte admiração cerca de quatro meses atrás. Ele estava sentado em um banco de madeira distante, mas para a infelicidade dela, ele não estava sozinho, pois uma outra garota (de cabelos negros e lisos, pele clara) estava sentada ao lado dele, apoiada com os cotovelos nas coxas enquanto sorria depois de cada frase dele.

A garota sentiu uma pontada de ciúmes, pois sabia que o seu admirado tinha uma "queda" por aquela outra menina, sentiu-se ainda muito triste, em perceber que não era ela (sua própria pessoa) sentada ali ao lado dele.

─ Quem é ela mesmo? ─ uma das meninas perguntou a amiga.

─ É a filha daquela mulher viúva da rua de baixo, você deve conhecer, é amiga da sua mãe se não me engano.

─ Ah! Filha da Sra. Draven?

─ Sim! Ela mesmo.

A mocinha continuou ouvindo a conversa e se sentiu mais triste ainda... Triste em observar como a garota tinha um belo sorriso, do qual aparentemente encantava o garoto toda vez que ela lançava um, e então os olhos dele se enchiam de brilho e paixão.

─ Acho que ela não sabe que ele a ama! ─ continuou a garota mais eufórica.

─ Tadinho!

Não suportando mais ouvir aquele "diálogo patético" (segundo ela) e continuar vendo aquela cena dolorosa, a menina se levantou do gramado. Apanhou os tênis e saiu andando na direção oposta, de cabeça baixa. Não deixou de se menosprezar em pensamentos em nenhum momento, pois realmente se sentia mal e com o fim de tarde totalmente estragado.

"─ Por que eu tenho que ser tão inútil? Por que elas sempre são mais bonitas do que eu?"

Afastou-se e sumiu no horizonte. Queria poder olhar para trás, mas se recusou, deixando para trás a sua autoestima e seu controle emocional. Deixando a paz do qual ela pensou que poderia finalmente alcançar.

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