Meu Caveira (Concluído)

Cap. 08

Eu não sei explicar muito bem a reação de todos ao me ver. Pareciam estasiados, assustados.

- NÃO ACREDITO!!! - Thaíssa foi a primeira a se manifestar.

- E aí, vocês não vão...

Sem antes eu terminar eu sou surpreendido por um beijo. Já esperava quem fosse.

- Meu amor, que saudade eu estava de você. Tem noção da falta que fez? - ela parou por um momento para dizer todas essas coisas e recomeçou o beijo novamente.

- Agora estou aqui, está bem? Tenho todo o tempo do mundo para matar a saudade de ti e da nossa família - encosto nossas testas, sorrio.

Antes mesmo de qualquer outra ação eu sou surpreendido por Lilly pulando em minhas pernas a espera de eu dar-lhes atenção.

— Olha como minha filha está grande!! — passo a mão por seus pêlos sedosos.

- PAPAI!!!!! - Miguel chorava. Isso me lembrou o dia em que lhe dei a notícia da breve desaparição. - Saudade de você, muita saudade - dizia meio enrolado e errado, como criança normalmente diz.

Peguei o garotinho que estava com os braços abertos no colo. Abracei com todas as minhas forças, aquele era o abraço que eu mais esperei durante todos esses quatro meses. Ali infelizmente ou felizmente eu já não consegui controlar mais as lágrimas. Ele era meu bem mais precioso.

- Meu filho, o papai estava com tanta saudade de você... Eu te amo muito!!!

Voltei a olhar para todos, minha mãe chorava com um sorriso imenso no rosto.

- Woon, mãe, vem aqui - abro os braços pronto para o abraço.

E, sim, foi um dos melhores abraços da minha vida. A maior parte era o sentimento de ter por perto quem a gente esperou tento para ver.

- Eu te amo demais - beijo sua testa.

Mal saí do abraço e...

- Calma, galera, tem Cadu Sampaio para todos - risos.

É, todos me deram um abraço coletivo.

- Espera! - Luís parou todos, levando seus olhares para o mesmo. - A pergunta que não quer calar: Cadu Sampaio se formou no curso de operações especiais COEsp?

Eu diria que a cena foi muito engraçada. Todos mantinham uma expressão facial de curiosidade. E eu, claro, estava gostando de fazer suspense e vê-los apreensivos daquele jeito, não vou negar.

- EU ME FORMEI!!!!

Os gritos de felicidade da minha família era algo surreal. Lá, bem lá no fundo, eu lembrava de cada momento vivido, da saudade que eu sentia, hoje vejo que tudo aquilo valeu a pena. Após todos me parabenizaram, cada um me abraçar, dizer coisas positivas para essa minha nova jornada, minha mãe e meu pai me chamaram na cozinha. Eu não sabia que a minha volta seria melhor do que o esperado. Entrei na mesma com meu filho nos braços, ainda me recuperando do reencontro.

- Eu esperei tanto por esse dia, parecia que ele não chegava. Todo dia eu quase chorava, era uma angústia danada não ter meu filho pela primeira vez perto de mim. Nunca ficamos tanto tempo longe um do outro. O que me salvou foi esse pequenino, aqui - ela aperta as bochechas dele, fazendo o mesmo sorrir. - Se parece tanto contigo. Me lembra de quando você nasceu, ele é sua cópia.

- Aahh, mãe, você sabe que eu te amo muito, né? Todos os dias eu pensava em desistir também. Mas eu parava e pensava: se eu cheguei até aqui é porque a partir de agora eu tenho que persistir. A cada dia eu chorava ou pensava em desistir, mas vocês, meus irmãos, meu filho, Beatrice, minha família ao todo, isso me levou a motivação.