Desculpem a demora, Corujinhas. Estou de volta, de férias, agora que as coisas vão começar a andar💕
Ao chegar na escolinha de meu filho e ver apenas ele sentado no banco da diretoria, me partiu o coração em mil pedaços.
— Filho?
Miguel me olhou como nunca havia olhado antes. Por um momento eu fiquei com medo. Era uma mistura de desgosto e insegurança.
— Você me esqueceu.
— Eu sei filho, eu sei... mas...
— A mamãe não me esquece.
Pronto. Agora deu.
— Quer ir ao shopping? Naqueles brinquedos?
— Eu quero ir pra casa — sua expressão ainda é de desapontamento e decepção.
O que eu poderia dizer? Qualquer palavra pode ser usada contra mim mesmo durante o processo de guarda.
Dois dias depois...
Miguel está diferente comigo. Não sei se a mãe dele pediu que ficasse diferente comigo ou ele mesmo decidiu. Parece que está desapontado. Não entendo, foi só um dia. Um único dia em que me atrasei ao buscá-lo. No dia seguinte eu já busquei no horário certo, mesmo assim ele continuou dizendo poucas palavras, agindo incomum comigo. São exatamente sete e vinte da manhã, ainda não fui chamado para nenhuma operação, mas estou no ambiente de treinamento. Talvez forçando minha mente a se esquecer daquela garota ela realmente esqueça.
— Olá...
Deixo a barra pesada no lugar e me levanto do banco. Eu ainda não tinha visto ela, mas eu sabia que era uma mulher por causa da voz. Peguei uma toalha ali por perto, onde eles disponibilizam para nós ao final do treino. Finalmente, depois de secar meu corpo do suor, olho para a moça. Diferente do que eu pensei, ela não era uma mulher qualquer. Não qualquer querendo esnobar, digo, com vestimentas comuns, sabe? Eu sabia bem que uniforme era aquele e muito bem o que ela fazia.
— Desculpa interromper, eu...
É, ela tropeçou em um dos equipamentos da academia. Senti a insegurança dela e a vergonha que ela deve imaginar ter passado — eu acho. Andei em sua direção, afim de ajudá-la a se levantar e finalmente dizer o que tanto queria desde que chegou.
— Você está bem... — seguro em suas mãos, ajudando a mesma a levantar. Por um segundo meu olhar passou por seu crachá —, Perita Sarah Andrade? — Sorrio.
Seus lábios se alargaram.
— Mil perdões — ela ri. — Eu deveria prestar mais atenção por onde ando — a moça olha para o equipamento pelo qual voou por cima.
— Acontece.
— Bom — a doutora se levanta ajustando seus uniforme —, sou perita.
Assinto.
— Sim, eu vi — risos.
— Meu Deus, eu quero me demitir — a morena dos cabelos formados em cachos pequenos, um pouco abaixo dos ombros, sorri, envergonhada e desapontada consigo mesma.
— É seu primeiro dia?
— Sim. Estou substituindo a Dr. Adriana na operação. Ela se afastou por conta da saúde.
— Deixa eu adivinhar, você veio me fazer perguntas sobre aquele dia? — Abro um sorriso engraçado nos lábios.
— Sim, é isso aí — ela pisca e faz uma arminha nas mãos, como se fosse "isso mesmo". O que todo mundo faz, acredito eu. — Por que eu tenho que ser assim, meu Deus? — Risos. — Podemos nos sentar e conversar?
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Meu Caveira (Concluído)
Storie d'amoreUm jovem policial que acabara de entrar para a equipe do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais) depois de dias chuvosos ou calorosos demais, por quatro meses treinando e sendo avaliado, também está prestes a se divorciar e entrar na justiç...