Pesadelo

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1 de dezembro.
10 horas da noite.

Chris

Poucas semanas para a minha esperada viagem, e Deus, eu estou prestes a ter ataques de ansiedade.

Há cinco anos desejando esse momento,mas enquanto alguns não tem todo o dinheiro ou se mantém ocupados trabalhando, mantemos contato por ligação de grupo, mensagem ou até mesmo cartas? Por alguns de nós trabalharmos, Depois de um tempo decidimos criar um horário de ligação, Todos dia as 5 horas. Raramente não fazemos as ligações, mas quando acontece um imprevisto, mandamos mensagem, um raro acontecimento.

Desligo o chuveiro e solto um longo suspiro, hoje foi um longo dia. Devidamente vestida como mendiga - eu não ia sair mesmo - penso, sento em frente do notebook enquanto secava meu cabelo com a toalha.

Um breve olhar a geladeira, e fazendo uma careta, penso: não sei o que deu em min para não comer.

Ligo a webbcam, espero todos entrarem.



Já está demorando.



Eu poderia estar comendo.




Quem morreu às 11 horas já está é podre.


- Para lá e para cá, para lá e para cá.- dizia enquanto rodava na cadeira de escritório branca.

Repito a frase umas dez vezes, ainda de costas para o notebook. Nem percebo quando todos já entraram e para né assutar todos gritam o mais alto possível.

- Meu deus Chris! Tu tinha que ver tua cara! - Mia falava entre gargalhadas escandalosas.

Em resposta, mostro meu dedo do meio para ela. E quando eu ia dizer uma resposta mais afiada, Millena interrompeu.

- Certo, certo não briguem crianças. Tenho um aviso, faltam apenas vinte e seis dias para nossa viagem! - Millena diz enquanto mostrava o calendário, destacando o dia vinte seis. Atrás dela estavam as gêmeas, Jadi e Jash.

O comentário me faz sorrir, e uma série de comemorações surgem.

- Alright, alright, mas temos um probleminha quanto a isso, que eu esqueci de contar. - Era mia que falava agora.

- Fale minha consagrada. - Nicolas disse a mia, mas não deu a chance de resposta pois continuo a fala. - Não vai me dizer que está grávida?! É por isso que está com esse humor de merda?! Você não me ENGANA!

Mia se levanta tão rápido que bate na mesa onde o seu computador está, e o faz cair.

- NÃO, NÃO, NÃO É ISSO. MEU DEUS NÃO! - responde ainda se recompondo e reposicionando o notebook na mesa.

A brincadeira gera risos e gargalhadas, e a maioria delas? Millena e Karina.

- Tá bom gente, agora deixa ela falar.

Luiz se pronúncia pela primeira vez em defesa de Mia.

- Ryan quebrou o celular denovo mas vem mesmo assim, e, duas pessoas vão ter que dormir aqui, os hotéis estão lotados pelas férias. E para a piorar os carros alugados chegam só quinta e não terça.

Desta vez, não há comemorações.

A conversa se estende por mais duas horas, e com alguns já bocejando, Karina se pronunciou:

- Eu ficaria aqui por horas mas, amanhã tenho que trabalhar para me sustentar.

- Bom então acho que já está na hora de todos dormirem. Boa noite! - Lais disse, acenando para a câmera.

- Tchau tchau vadios! Boa noite! - Jadi disse e acenou.

- Boa noite!

O cansaço não me impede de dormir com facilidade.

Uma voz, fraca e quase inaudível, ecoa no cômodo. Em passos lentos e em alerta, eu ando até onde vem a voz.

No chão, encontro Mia, chorando.
Me aproximo dela o mais rápido que posso, e de imediato, vejo seu corpo machucado.

- O que aconteceu? - Eu perguntei, enquanto me ocupava em analisar quaisquer outras feridas mais graves.

Ela não me respondeu. Estava em choque.

- Mia! Me responda! O que aconteceu aqui?

- Levaram eles! Eu não pude protegê-los! Eu...Eu...- dizia entre soluços.

- Eles quem? Precisa ser mais clara!

- Todos! Millena, Jadi, Ryan... Como? Como souberam? Como descobriram? COMO?!

Congelo. Não era possível. Mia em minha frente, chorava e repetia a mesma frase.

"Eu não consegui protegê-los"

Eu não consegui. Agora eles enfrentariam alguém por nossa culpa. Por minha culpa.

Sem que eu perceba, as lágrimas já desciam livrementes, sem controle.

Passos em nossa direção, eu pude ouvir.

- É tão estranho ver as senhoritas assim. Como se sentem? Desoladas? Abaladas demais para mostrarem suas arrogâncias e levantarem seus narizes? Se sentem como eu me senti? - A voz soava ridiculamente familiar.

Não é possível.

Levantei meu rosto para olhar quem estava ali.

O sorriso... A silhueta inconfundível... O cabelo... Eu só poderia estar louca.

Um passo a mais, seguido por uma risada maléfica, logo levando seu braço com o objeto em suas mãos.

Foi rápido... apenas o barulho alto e nossos corpos ao chão.

Acordo.

Me levanto tão rápido, que quando a tontura me atinge eu quase caio.
Trêmula e suando vou até a geladeira e pego uma garrafa de água.

Apoiada no balcão de mármore, eu tentava esquecer tudo. Mas era tão real. Os detalhes viviam em minha mente, e não parecia que iam parar de se reproduzirem tão cedo.

Que tal apertar na estrelinha para dar um voto, uh?

Squad CrazyOnde histórias criam vida. Descubra agora