VINTE E SETE: "Relatando tudo"

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Maxwell praguejou alto quando Charlotte empurrara Evangeline do peitoril da janela. Praguejou porque não soube se ficou com medo dela se machucar ou porque ela poderia fugir. Tinha alguém esperando por ela lá embaixo, afinal...

Ele saiu correndo escada abaixo, enquanto ouvia os gritos de sua mãe e de Charlotte brigando. Entretanto, os gritos que se destacavam eram com certeza da Baronesa. Seja o que for que Wanda estivesse fazendo com ela, não era nada gentil.

Assim que atravessou a porta de entrada, correu para detrás do casarão abandonado, onde fica a torre. Porém, ao chegar lá, viu o cavalo preto de Lorde Righter partir em meio às árvores. Ele não sabia dizer, mas Evangeline parecia estar desmaiada sobre o ombro do Conde.

E sem perder mais tempo, Maxwell desatou seu cavalo da árvore e o montou, partindo logo atrás deles. Mas Max tinha um plano. Não queria alcança-los exatamente. Seguiria os dois, é claro, mas manteria certa distância. Era um oportunista, sabia disso mais do que ninguém e, por esse motivo, esperaria uma verdadeira oportunidade para agir. Por enquanto, só espiaria mesmo.

Foi quando eles pararam. Maxwell estava algumas árvores atrás, por isso não conseguia ouvir o que estavam dizendo um para o outro. Mas viu quando Evangeline beijou Kevison, o que fez seu estômago dar voltas e voltas. Em seguida, o Conde desceu do cavalo e pegou Evangeline pela cintura.

E foi onde tudo começou...

Infernos! Sabia que tinha a oportunidade ali bem na sua frente. Com certeza nem Kevison nem Evangeline percebeu que estavam sendo seguidos, caso contrário, não estariam fazendo aquilo bem ali. Mas quando o Lorde tirou por completo as roupas de Evangeline, Maxwell enlouqueceu literal e completamente. Ele poderia muito bem chegar por trás com uma pedra grande e acertar os dois, mas a imagem do amor de sua vida completamente nua o deixou completamente desnorteado.

Arrumaria outra oportunidade. É claro que arrumaria. Agora só queria apreciar o corpo delicado de sua amada. Não gostou do modo como Kevison a estava tocando, e por isso só prestou atenção em Eva. Só ela e seus seios existiam naquele momento. E, com isso, abaixou as calças e começou a se tocar sem tirar os olhos do corpo da moça. Teve que fechar os lábios e deixá-los em uma linha fina para que não gemesse.

O único problema foi que teve que parar o que estava fazendo quando percebeu que eles já estavam montando novamente. Mas dane-se!; pensou Maxwell. Já tinha gravado o suficiente do corpo de Evangeline em sua mente; poderia muito bem terminar depois.

Ele montou em seu cavalo também, a uma boa distância de Kevison e Evangeline, então partiu atrás deles, enquanto o sol nascia vagarosamente no horizonte.

♥♥♥

Mesmo quando chegaram à cidade Kevison não desacelerou o cavalo. Passou atravessando as pessoas e carruagens que atrapalhavam sua passagem em uma velocidade absurda, nem se importando com os olhares curiosos que eram lançados para eles.

Evangeline também não se importava nem um pouco. Estava um pouco difícil ficar com a cabeça deitada no peito de seu amado por causa dos ferozes galopes. Mas estava tão cansada... A luta para deixar seus olhos abertos estava deixando-a exaurida porque, caso os fechassem, tinha certeza de que dormiria em segundos. Não podia dormir agora! Tinha muita coisa ainda em jogo. Ainda tinha muita coisa para fazer.

Chegaram, enfim, à Chefatura de Polícia. Kevison estava agitado, percebeu Eva; seus movimentos eram rápidos e ágeis, sem querer perder tempo. E nem percebeu quando foi erguida e colocada no chão.

- Vamos! – Disse ele, puxando-a pelo pulso.

Assim que adentraram o hall principal do local, Kev gritou:

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora