TRINTA E DOIS: " O Casamento...?"

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Sete meses depois...

Era primavera.

Evangeline sempre sonhara em se casar na primavera. Era simplesmente a estação do ano mais linda de todas para ela. E agora que estava ali no ateliê de Madame Krystal fazendo os últimos ajustes de seu longo vestido de cor alva, não podia estar acreditando. Borboletas pareciam fazer festas em seu estômago.

Ela estava parada em frente a um espelho admirando seu lindo vestido de noiva – tirando aquela crinolina ridícula que a estava incomodando tanto. Seus cabelos estavam presos no topo da cabeça em belos cachos bem elaborados e cheios de tiaras enfeitando-o, e, daqui a alguns minutos estará colocando o véu que descia feito cascatas até o chão, como uma calda.

Estava tão animada!

E nervosa...

Porém, doeu no peito da moça ao lembrar-se de que sua mãe não estava ali para ver aquele momento. A parte mais difícil foi, sem dúvida, aceitar quando Kevison lhe contara sobre a morte de Charlotte. Não estava esperando ficar órfã tão nova, foi realmente um baque. Contudo, Kevison era maravilhoso nesse quesito. Ele a fazia tão feliz que sempre se esquecia do que passara. Sem falar que estava feliz por nunca mais ter visto Maxwell ou Wanda.

Evangeline segurou as lágrimas ao passar a mão sobre a pequena barriga já protuberante.

Lembram-se de quando Lorde Righter não terminara de fazer amor na floresta com Evangeline porque "queria um momento especial para isso"? Pois bem, esse bendito momento especial a fez engravidar, e agora estava esperando um herdeiro em seu ventre, caso for menino. Se for menina, será amada do mesmo jeito. Estava agora com três meses e meio, e não via a hora de ver o rostinho de seu primeiro filho.

Duas noites atrás Evangeline e Kevison discutiam arduamente sobre como chamariam seus filhos. Que Deus ajudasse a moça se ela deixasse por conta de seu marido escolher os nomes; era tanta coisa estranha que ela não sabia de onde vinha. Até se lembra de ter ouvido um Marigoldony que, assim que ouvira, achara ser um nome feminino, porém, Kevison teimou falando que era um nome masculino.

Até que uma ideia passou pela mente dela, e não soube se o conde amaria ou odiaria. Ele não parava de inventar nomes até que se virou para o mesmo e berrou:

- Thomaz! – E quando Kev parou abruptamente de falar, ela baixou a voz. – Se for menino, se chamará Thomaz. Se for menina, se chamará Thereza.

Thomaz por causa do falecido e amado irmão do conde, e Thereza porque Evangeline sempre sonhara em ter uma filha com este nome.

Kevison piscou os olhos algumas vezes, parecendo atordoado, mas então subiu em cima de Evangeline na cama e a beijou intensamente.

- Lindos nomes, querida! Lindos nomes!

Thomaz Christopher Righter De La Cruz ou Thereza Cristina Righter De La Cruz... Não podia ter pensado em nomes mais lindos que estes!

Nesse ínterim de pensamentos, se sobressaltou quando Madame Krystal furou de leve sua cintura com uma agulha, acordando-a dos devaneios.

- Desculpe-me, querida. – Pediu a velhinha.

E, como um furacão preparado para destruir tudo o que ver pela frente, a Sra. Righter escancarou a porta do ateliê, seguida por Mirella. Pelo espelho, Evangeline viu a mãe de seu marido vir em sua direção.

- Cruzes! – Ouviu Madame Krystal murmurar baixinho.

- Deus do céu, ajude-me! – Bradou sua sogra com aquela voz melodiosa de quem sempre parece estar cantando ópera. – Estamos tão atrasadas que meu filho deve estar pensando que você, Srta. De La Cruz, o deixou no altar.

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