EPÍLOGO

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-Londres, Inglaterra (1839)

Evangeline Righter não estava aguentando de tanta ansiedade! A saudade que estava sentindo de seus filhos era tão grande que fazia seu peito doer.

Estava na sala de visitas azul de sua casa sobre a colina olhando para a gigantesca janela, de onde via quase toda a Londres em um minúsculo círculo de névoa. Suas mãos estavam tremendo e seu coração acelerado... Deus! Como estavam demorando!

Thomaz Christopher Righter De La Cruz fora para Windsor um ano atrás para estudar na Eton; assim como Thereza Christopher Righter De La Cruz, porém, ela estava em uma escola para moças, aprendendo a tocar instrumentos, pintar e a como se portar como uma verdadeira dama; o que era realmente difícil para Thereza.

Isso mesmo que aconteceu! Evangeline teve gêmeos! Mas não eram idênticos. Por mais que nasceram no mesmo ano, dia e mês, não se pareciam nada fisicamente, muito menos em seus modos. Eram realmente o oposto um do outro. E estavam com 21 anos agora.

Evangeline estava tão ansiosa para vê-los novamente... Já fazia um ano, poxa! Não sabia se aguentaria por muito mais tempo.

Já Nemiah, seu querido filho adotivo, que estava com 33 anos agora, se formou em advocacia em Portugal, e partira para o Canadá com a intenção de exercer sua profissão lá. Há dois anos que ninguém o vê, e Evangeline também não podia medir a saudade que sentia dele. Eles só se falavam por cartas, afinal.

Alguém abraçou sua cintura por trás, e nem precisou se virar para saber que era seu amado marido Kevison, Sr. Sussex.

- Por que está tremendo tanto querida? – Perguntou ele em seu ouvido.

- É que eles estão demorando tanto... Estou realmente começando a ficar aflita.

Assim que terminou de falar, uma carruagem parou em frente à propriedade.

A Sra. Righter soltou um gritinho de felicidade e se desvencilhou do marido.

- Ah! Eles chegaram! ELES CHEGARAM!

Ela partiu para fora da sala de visitas e quase trombou na governanta.

- Ah, Deise, por favor, chame o David e diz para ele pegar as malas de meus filhos que eles chegaram! FINALMENTE!

Estava tão eufórica e animada que temeu desmaiar. Afinal de contas, este ano seria o primeiro de Thereza na temporada londrina! Ela finalmente debutaria! E Thomaz, infelizmente iria para West Sussex como visconde de seu pai. Ele tinha um condado em suas mãos! As moças dariam tudo para se casar com ele.

Evangeline escancarou a porta e desceu os degraus da entrada de dois em dois segurando firmemente as saias de seu vestido. E não teve nem tempo para que seus filhos respirassem um pouco de ar depois de toda a viagem antes de Eva esmagar os dois em um forte abraço maternal.

- Ah, meus queridos filhos estão de volta! – Ela olhou para o rosto de cada um e passou a mão carinhosamente na bochecha deles no instante em que uma lágrima escorreu. – Olhe só para vocês, estão lindos.

Thomaz sorriu de lado.

- Obrigado, mamãe. Mas a senhora não disse nada que eu já não saiba. – Disse ele, arrumando sua gravata.

Ele definitivamente se parecia mais com o pai. Os cabelos curtos eram de um castanho-claro, quase louro. Mas seus olhos eram quase cinzas; uma mistura de preto com verde. Assim como as de sua irmã – pelo menos isso eles tinham em comum. Mas o humor dele era o mesmo de seu falecido tio. Talvez fosse o mal do nome...

- Ah, pelo amor de Deus, Thomaz. Não comece com gracinhas! – Repreendeu-o Thereza, carrancuda. Ela se virou para encarar a mãe. – Acredita que tive que atura-lo toda a viagem? Se não fosse pela graça bondosa de Deus eu estaria morta!

E Thereza era uma mistura de Evangeline e Kevison, com seus cabelos extremamente longos e de um marrom escuro, e estavam presos perfeitamente em um coque com algumas mechas caindo em suas bochechas. Não estava emaranhado ou solto como ela sempre deixava... Os cabelos de Thereza eram tão longos que ela dizia sentir dor sempre que os amarrava. A escola de moças estava fazendo efeito, pelo visto.

Os irmãos começaram uma discussão interminável, e Evangeline só conseguia olhar para os dois com olhos chorosos e com o peito inflando de tanto orgulho. Tinha tanto orgulho da família que construíra...!

David chegou e começou a levar as malas de Thomaz e Thereza para dentro.

Evangeline, então, ficou entre os filhos e passou seus braços pelos deles, arrastando-os para dentro de casa.

- Vamos logo! – Falou, felicíssima. – O pai de vocês o estão esperando!

E eles foram...

FIM

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora