TRINTA E CINCO: "De uma vez por todas"

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Como Maxwell tivera coragem de dar gorjetas a um garoto em situação de rua em troca de seus serviços sujos? O garoto se passara por cocheiro, esperou Evangeline entrar na carruagem e partiu com ela rumo ao destino onde Maxwell lhe ordenara.

Deus! Era só uma criança! Kevison estava estupefato demais para dizer qualquer coisa.

Na verdade, hora nenhuma o garotinho à sua frente citou o nome "Maxwell", mas isso era obra dele. Só podia ser ele!

- Ei, senhor. Não vai dizer nada? – Perguntou o garotinho, abanando a mão na frente do rosto de Kevison.

Quando Kev voltou a encara-lo, viu que ele ainda estava chorando.

- Bem.. Hum... – A voz dele soava estranha. A verdade é que Kevison estava sendo consumido pela raiva novamente. Sua vontade era de partir Maxwell em dois.

Ele sabia o que o garotinho queria que dissesse, afinal. Por isso falou:

- Não se preocupe, menino. Você tem o meu perdão. Se eu estivesse na mesma situação que você, faria o mesmo para poder comer.

- Obrigado, senhor. – O garoto respondeu baixinho.

Kevison se levantou. Precisava resolver aquilo imediatamente.

- Não precisa agradecer. Agora, se me der licença, preciso resolver toda essa confusão.

Ele começou a andar em direção à um estábulo ali perto que ele sabia que alugava carruagens e carroças. Precisava de uma para ir atrás de Evangeline, afinal.

- Ei, aonde você vai? – O garotinho apressou o passo até estar ao lado de Kevison.

- Como disse minutos atrás: resolver essa confusão.

- Mas o senhor nem sabe onde deve ir.

Kevison parou.

Ah, Deus! Em meio ao turbilhão de pensamentos que o deixava exaurido naquele momento, nem parou para pensar onde deveria ir. Certo, ele alugaria uma carroça, e depois partiria... para onde? Como fora burro!

Ele se virou para o garotinho e se agachou até estar à altura dos olhos dele.

- Você sabe onde minha noiva está, não sabe? Você a levou até lá, afinal de contas.

O garoto assentiu.

- Sim, eu sei.

- Consegue me guiar?

Os olhos dele brilharam com um certo entusiasmo.

- Claro que sim! Além do mais, é o máximo que posso fazer para ajuda-lo, já que tudo isso é culpa minha.

Quando os olhos dele começaram a marejar novamente, Kevison levantou o rostinho dele para que lhe encarasse.

- Ei. Nada disso. Já disse que você não teve culpa, menino! – Ele se levantou e passou a mão pelo cabelo louro do garoto. – Agora vamos.

Eles viraram na primeira esquina à esquerda e andaram mais um quilômetro e meio depois até chegarem finalmente aos estábulos que alugava carroças e carruagens. Nesse meio tempo, tudo o que Kevison conseguia pensar era em decepar a cabeça de Maxwell. Sua mente realmente tira se virado para seu lado mais agressivo. E quando colocasse as mãos naquele monstro...

Assim que alcançou a cerca dos estábulos, viu um homem penteando os belos pelos de um garanhão.

- Ei, senhor. – Kevison o chamou.

O cavalariço parou o que estava fazendo e foi até Kev.

- Pois não?

- Por favor, eu preciso de uma carroça e um cavalo imediatamente.

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