LIBERTE-ME

VINTE: "Preparar, apontar... Fogo!"

Preparem os coraçõeszinhos antes de começarem a ler este capítulo... 👀
________________________________

Ninguém mais trabalhava na propriedade De La Cruz, então todos os serviços ficaram para Wanda. Ela ainda tinha que fingir que nada estava acontecendo. Mas isso era por pouco tempo.

A aldrava não parava de bater. A pessoa do outro lado estava ou muito apressada ou desesperada.

Quando abriu a porta, viu uma Mirella ofegante e chorosa. Ela passou por Wanda e adentrou a casa, sem perder tempo.

- Onde está minha tia Charlotte? – Mirella perguntou olhando ao redor da sala principal, desesperada.

Wanda percebeu que a moça segurava alguns papéis, mas não conseguiu ver seu conteúdo.

- ONDE ELA ESTÁ? – Gritou quando Wanda não respondeu.

Antes que pudesse falar, Charlotte apareceu na escadaria. Estava tão acabada e emaranhada que parecia uma moradora das vilas mais pobres de Londres.

- Mirella, querida. Estou aqui!

A moça correu até Charlotte e a abraçou, ainda chorando.

- Ah, titia. Eu sinto muito!

Wanda assistia tudo com muita atenção.

- Acalme-se. – Falou Charlotte suavemente, limpando as lágrimas de Mirella com as mãos quando se desvencilharam. – Sente-se aqui. O que aconteceu? Por que sente muito?

Wanda percebeu imediatamente o medo no rosto de Charlotte. Ninguém sabia que o Barão Duncan estava doente, muito menos que Evangeline havia fugido.

Mirella começou a falar, mas foi interrompida por Charlotte quando a mesma percebeu a presença de Wanda ali.

- Wanda, poderia nos servir bebidas? Chá, café...

Inferno! Ela não demonstrou a raiva que subiu por seu corpo. Queria ficar ali e saber porque Mirella estava tão desesperada e o que eram aqueles papéis que ela segurava com tanto temor.

Mas o que fez foi menear a cabeça e dizer:

- Com licença, miladies.

Ela não foi para a cozinha exatamente; ficou parada ali no corredor, espiando do vão da porta as damas conversarem. Viu quando Charlotte pegou a mão da sobrinha e perguntou:

- Por que sente muito, querida?

Mirella começou a chorar novamente, mas entregou a Charlotte os papéis que segurava, suas mãos tremiam muito.

Charlotte colocou a mão sobre a boca em espanto, os olhos arregalados percorrendo cada centímetro do que quer que estivesse escrito naqueles papéis.

Ela se levantou.

- Mas como...?

Mirella também se levantou.

- Eu não sei como, titia. Eu simplesmente estava indo fazer compras quando me deparei com esses papéis espalhados por toda a Londres!

Lágrimas desceram pela bochecha de Charlotte.

- Quem mandou fazer isso? Quem está à procura de minha filha? – Dizia Charlotte baixinho para si mesma.

Mirella a olhou confusa.

- Não foi a senhora que mandou fazer?

Charlotte baixou a cabaça e balançou-a.

- Eu sei que Evangeline fugiu porque... Porque eu mandei que ela o fizesse. Mas não entendo quem poderia estar atrás da minha filha.