TRINTA E UM: "O pedido"

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Kevison se achava um tolo. Mais tolo ainda era Maxwell que realmente achou que ele deixaria o amor de sua vida ir embora.

Tudo não fazia parte de um plano desde o começo.

Kevison saíra da torre assim que percebera que Maxwell tinha ido atrás de Evangeline, e, com ele, vieram alguns dos muitos homens de Sir Gadrel. Outros poucos ficaram lá para cuidar do corpo de Charlotte e vasculhar um pouco mais o local.

Maxwell teria uma pequena surpresinha quando chegasse na escadaria principal...

O conde permaneceu aflito no quarto até que escutou a porta do hall principal ser escancarada ferozmente. E um dos guardas gritou:

- Fique onde está!

O barulho dos revólveres sendo preparados para atirar foi ouvido mesmo de onde Kevison estava. E, sem perder mais tempo, ele saiu em disparada até a escadaria.

Ele chegou lá discretamente para que Maxwell não percebesse sua presença ali. E quando viu Evangeline ainda sobre o ombro daquele monstro, chorando e com medo, teve que se segurar para não correr até lá e resgata-la. Ao invés disso, o que fez foi colocar o dedo indicador sobre os lábios, sinalizando para Evangeline que ficasse em silêncio assim que ela ergueu os olhos e o viu parado alguns degraus acima. Os olhos da moça pareceram brilhar. Então ela sorriu, como se dissesse "Eu sabia! Eu sabia que não me abandonaria". Por isso Kevison sorriu de volta.

Maxwell, então, tirou Evangeline de seus ombros e colocou-a em sua frente, como um escudo.

- Não irão querer atirar em mim. - Ele rugiu. - Irão acertar a moça, caso tentem.

Kevison percebeu que os quinze homens armados ficaram tensos.

Infernos! Esse Maxwell sempre dava um jeito de ficar um passo à frente! Pense, Kevison, pense...

Infelizmente não deu tempo de pensar em nada, porque Maxwell empurrou Evangeline. Ela soltou um grito, e quando Kevison viu, sua futura noiva estava rolando escada abaixo.

- EVANGELINE! - Kevison gritou no mesmo instante em que começou a descer os degraus atrás da moça.

Maxwell começou a subir as escadas, e até esbarrou no ombro do conde; mas ele não se importou. Evangeline era o que importava agora.

Alguns dos guardas miraram para atirar no homem que tentava fugir, mas os pais de Kevison aparecerem no corredor, e eles acharam que era melhor não arriscar a vida de ninguém. Duas pessoas já tinham ido embora por causa de Maxwell. Os outros guardas correram em direção ao corpo inerte de Evangeline no chão, que tinha um sangramento lateral na cabeça.

- EVANGELINE! - Kevison se ajoelhou ao lado dela. - Evangeline...

Mas ela não respondeu.

Lágrimas de desespero e medo começaram a descer pelas bochechas dele.

- Evangeline, por favor, acorde! - Ele começou a passar a mão com suavidade pelo rosto da moça.

Mas ela não respondeu.

Kevison, então, pegou-a no colo, e senti-la tão bamba em seus braços quase o desmoronou.

Ele correu até a carruagem mais próxima do lado de fora.

- Por favor, preciso de um condutor!

Um dos homens de Gadrel rapidamente subiu na condução. Kevison entrou na carruagem com Evangeline sobre o seu colo. E foi assim até o médico mais próximo.

♥♥♥

Assim que Maxwell saltou da janela do quarto de Evangeline, seu joelho se chocou com uma força tremenda contra uma pedra no chão. Ele tapou a boca e rangeu os dentes com a dor lancinante que percorreu toda a sua perna. Rapidamente o tecido de sua calça começou a ficar úmida com o sangue que começou a escorrer do ferimento, mas não podia mais perder tempo.

LIBERTE-MEOnde histórias criam vida. Descubra agora