✦ Coelhos e Coelhinhos II

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A casa era mais animada, de fato, quando havia dois coelhinhos falantes sentados no sofá.
Sven e Wentor discutiam sobre assuntos aleatórios, como reais crianças e irmãos felizes. Sven, era mais brincalhão e levava qualquer situação em um bom olhar, já Wentor olhava pelo lado realista.
Henrii se sentia feliz! Estava preparando um lanche, como tigelas de sopa e levava tais frutas como maçãs em pequenas caixas separadas. Acabava de explicar sobre como aquele Bosque era importante, sobre como achava Coelhos e o Sacrifício algo errado (Apenas, Wentor levou a sério) E como conheceu Collin.

- E vocês? - Puxou assunto Henrii, sem tirar os olhos das mãos que lavavam algumas maçãs em potes de água - Como chegarem até aqui?

De início, Sven iria falar algo, mas seu irmão lhe bateu no ombro, o que despertou um "Ah!" Do menor que apertou os olhos de raiva.

- Shhh! Eu falo! - Ordenou o irmão maior - Nosso Pai trabalhava no Campo de Páscoa, então eu e Sven passávamos a tarde inteira lá...-

- Sim, mas... - Interrompeu o irmão menor - Um dia, vieram muitos Gatos Selvagens, como você, senhor Besta!

- Eles começaram a atacar qualquer cidadão, e lhes puxar pelos cabelos enquanto alguns fugiam pelas colinas... - Continuou Wentor, que cruzava as pernas e olhava as próprias mãos - Mamãe não conseguia fugir...

- Oh, sim! Isso prova que Pai é um total idiota! - Falou o menor que estava irritado, mas ao mesmo tempo conseguia ser fofo.

Henrii levantou uma das sobrancelhas, mas não se virou para observar o rosto dos dois. Apenas, continuou a preparar o alimento, e questionou.

- Prova? Mas, que prova?..

- Ele fugiu com os outros e não voltou. - Respondeu Wentor, curto e seco - Tentamos ajudar mamãe, mas...

- Oh, Garoto... - Suspirou Henrii - Sinto muito, mas...

- Sentir? É para os fracos, melhor é atacar com pedras! - Respondeu Sven, que recebeu dessa vez um leve chute do irmão.

O Lince teve vontade de rir, mas não conseguia no momento.
O fato de tais crianças não terem uma família que os ajudassem, o chocava... Ainda que Tylor estivesse vivo.
Henrii parou suas ações, e se moveu para trás, vendo os dois meninos brigando como irmãos de sangue fariam... Aquilo lhe lembrou de algo.

"Wester..." Pensou.

Em poucos segundos, suas orelhas felinas como as demais se viraram em direção a porta do chalé, detectando um barulho que viria do Bosque e se aproximava. Imediatamente, o lince se afastou de seus deveres e andou em direção até a porta a abrindo em seguida. Sven e Wentor permaneceram até então no sofá trocando olhares curiosos e calados.

- H-Henrii! - Chamou Collin em um tom de voz alto, andando lentamente e pelo que parecia estava meio ofegante. Talvez, não devesse deixar seu coelho (e coelhinho) andarem essa distância de mata até a clareira dos coelhos? O lince sentiu essa pergunta lhe perfurar, mas não teve tempo de responder, já que correu se aproximando do pequeno Sol, e fazendo o mesmo parar de esforçar seus passos.

- O que houve? Você está bem? - Questionou Henrii abraçando o outro.

- Eh... Estou... Mas, achou mesmo que andei até aqui para você me abraçar? - Uma pergunta retórica e logo um empurrão que resultou em Henrii caído na grama cor de seus olhos. Orgulhoso, o Coelho sorriu - Viu? Não tenho medo algum de linces, já até derrubei um!

De fato, o dono do bosque riu de volta, até poder se questionar com outra coisa.

- Se não foi para me abraçar, vossa excelência... Qual o motivo de sua chegada? - Perguntou irônico.

O Selvagem Do Meu Lince (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora