Eu sempre soube que a vida não seria um mar de rosas, mas ela poderia ser pelo menos um jardim, não?
Também não é novidade que quando tudo está calmo demais é sinal de que vem encrenca grande pela frente.
E bom, depois do que aconteceu com Kel eu...
>>> Pessoal antes de começar esse capítulo preciso avisar que haverá menções de drogas ilícitas e morte. É necessário que leia com ciência disso e se estiver hesitante melhor pular. <<<
Cap. adiantado pra vocês, espero que gostem.
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Quero que entenda que não foi como se nada tivesse acontecido, estava mais para uma página virada, uma nova história, o passado que havia, finalmente, ficado no passado.
Nos sentamos no píer, aonde costumávamos nos encontrar direto para compartilhar o resumo do dia, os sonhos, os planos e conselhos.
Foi ali que eu conheci o Kelvin de verdade, a parte sensível que a maioria dos garotos fingem não existir. Foi ali que eu contei que participaria do campeonato de vôlei e recebi seu apoio, foi ali que eu o incentivei a fazer aulas de francês, foi ali que eu abracei ele e tentei o consolar quando seu pai deixou ele e Celeste, foi ali também que eu chorei quando vi meu amigo se matar aos poucos, foi ali que eu chorei pelo que ele estava se tornando e pelo que estava fazendo comigo, foi ali que eu decidi o perdoar e foi ali que eu o perdoei e que agora estava contando sobre minha nova vida com Cristo.
Kelvin permaneceu calado e com os olhos sempre fixos na água, eu não conseguia ouvir nem o barulho da sua respiração e se não fosse pelo calor do seu braço próximo ao meu eu poderia achar que estava só.
Quando eu terminei meu discurso ele olhou para mim enfim e a única coisa que perguntou foi:
- Posso te levar a um lugar?
Por um momento eu hesitei, no outro fiquei um pouco decepcionada e achei que ele não havia escutado nada do que falara, mas eu olhei pro céu e concordei.
Ele se levantou e estendeu as mãos para me ajudar.
- Eu tenho que avisar minha mãe e tenho que estar aqui antes das... - olho no relógio - Quatro, tenho que passar na casa do Andrew. - digo e ele assente.
- Tudo bem, não é muito longe, não vamos demorar. - afirma e eu concordo.
A presença dele me causava um misto de emoção, não conseguia explicar todas, mas a que se sobressaltava era a alegria por vê-lo bem de novo.
Caminhamos em silêncio até em casa e aquilo estava passando de agradável para perturbador, era pra ele estar falando, não era?
- Me espera aqui fora? - pergunto e recebo sua confirmação.
Entro e vou até a cozinha aonde elas tomavam café da tarde, minha tia estava ali também com sua vestimenta formal.
- Mãe eu vou dar uma saída. - aviso depois de cumprimentar minha tia e pedir a sua benção.
- Vai aonde Angel? - minha mãe pergunta me olhando.
- Não sei, o Kelvin disse que quer me mostrar um lugar. - falo e ela instantaneamente olha para Celeste que não esconde um sorriso gigantesco.
