Cap. 8

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Olho para o céu esbanjando a sua cor cristalina e percebo a harmonia presente naquele lugar. Se eu já vi algo parecido com isso não me recordo. Você consegue pensar em uma beleza imensurável totalmente natural? É aqui.

Estamos em um bosque esplendoroso, a grama verde percorre até onde nossos olhos alcançam, as árvores se organizam quase perfeitamente em fileiras como se estivessem guiando nosso caminho  e ao andar mais um pouco achamos uma pequena Cachoeira que dá origem a um lago com a água transparente nos permitindo ver as pequena espécies de peixe que habitam ali. O próprio ar parece mais limpo e convidativo, quase como se estivesse nos hipnotizando, e as fragrâncias sentidas ali eu nunca senti em perfume algum.

—Gostou? - Ethan chama minha atenção me fazendo virar a cabeça em sua direção.

—Gostar é pouco. Eu amei, isso sim. - Vou em sua direção com um sorriso enorme no rosto, sento-me ao seu lado na beira do lago e tiro minhas sapatilhas adentrando meus pés naquela água perfeita como ele está fazendo. Por mais que estivesse frio, ainda é uma sensação gostosa. - Como um lugar assim pode existir?

—Existem muitos outros lugares assim. - Foco no seu rosto e ele faz uma pausa como se estivesse pensando em algo. - É bom sair do palácio de vez em quando, não é?

—Mais do que bom. Quando eu saio, normalmente, é só por questões Reais. Não lembro da último vez que me diverti assim. - Suspiro e ele me olha assustado.

—Como não? Olívia, você ainda tem que aprender o que é viver. - Aponta para o meu rosto e eu acabo rindo.

—Talvez isso seja verdade. - Começo a enrolar a grama no meu dedo indicador enquanto penso sobre isso. Eu nunca vivi? Seria mesmo isso? Eu nunca achei que minha vida era ruim também. Eu também nunca pensei muito sobre o assunto, pelo menos até conhecer o Ethan. - Mas eu não sei como fazer isso. - Falo cabisbaixa.

—Eu te ensino. - Sorri de lado e volta o olhar para o lago. - Temos bastante tempo até o casamento. Posso te ensinar a se divertir. Afinal, tá pra nascer alguém mais divertido do que eu. - Pisca de uma maneira engraçada e acabamos gargalhando.

—E como você faria isso? Já foi difícil sair hoje sem sermos percebidos. - Arqueio as sobrancelhas.

—Não duvide de minhas habilidades, pequeno gafanhoto. Seu professor é mestre nas artes da fuga. - Faz uns movimentos de karatê com as mãos. - Se tem alguém que consegue fazer a sua vida ficar mais divertida, esse alguém sou eu.

—Ah, então você é meu professor agora? - Pergunto divertida.

—Eu mesmo. E quer saber? Vamos começar a primeira lição já. - Arqueio as sobrancelhas vendo ele se levantar. Ele estende a mão para mim e eu hesito um pouco antes de pegá-la. Quando finalmente estamos os dois em pé ele começa a ajeitar a barra da calça para que fique acima de suas canelas. Não é possível que ele vá... Ah, ele vai sim. Ethan começa a entrar no lago, depois se vira para mim e acena com a mão pedindo para que eu chegasse mais perto. Ele está louco, só se for. Tudo bem que é lindo e tudo. Mas está frio demais. De jeito nenhum que eu vou entrar aí. - Vem logo, Olívia. Estou esperando há um século já.

—Não quero ficar doente. Está muito frio. - Grito para que ele consiga me escutar.

—Não vai ficar doente. - Ele volta a estender a mão. - Confia em mim, vai. Vem cá. - Sabe olhar de cachorro perdido do caminhão de mudança? Pronto, ele estava com esse olhar. Como eu posso dizer não para isso? Começo a andar em sua direção um pouco a contra gosto. Parecia que a cada passo que eu dava mais frio ficava. Até que finalmente consegui chegar perto dele, mas para minha sorte eu tropecei bem ali, se não fosse a mão dele me segurando eu tinha tomado um belo banho. - Tá vendo? Eu disse que podia confiar.

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