Royal Connection

Cap. 4

Anne começou a soltar alguns comandos finais para algumas pessoas sobre o seu vestido e comecei a sentir o cansaço do dia chegar a mim. Talvez o casamento arranjado tenha me estressado mais do que imaginei. Não me entenda mal, eu até simpatizei com os irmãos, mas a minha confiança é valiosa demais pra ser depositada após apenas um dia os conhecendo. Não tenho dúvidas que teremos mais oportunidade de fazê-lo no jantar.

—Olívia. Vá ao seu quarto se arrumar. Tem terra em seu vestido. - Abaixo o olhar e percebo que ela está certa. Acho que o passeio no jardim não foi tão inofensivo quanto eu imaginara. Vou aos meus aposentos e encontro Kate arrumando algo em meu armário junto com mais duas criadas. Sei que deveríamos ter uma relação um pouco restrita de princesa e criada ou de funcionária e patroa, mas eu não consigo tratar indiferentemente alguém que está comigo desde meu nascimento. Kate é definitivamente a pessoa com quem eu tenho mais intimidade aqui, tirando minha irmã, é claro.

—Kate. - Me jogo na cama e ela faz careta ao ver meu vestido.

—Podem ir. Eu cuidarei da senhorita.- Ela acena para as outras deixando apenas nós duas no quarto. - Olívia, como conseguiu essa proeza?

—Nem eu sei. Quando vi já estava toda suja. - Ela faz cara de brava e faz um movimento com a cabeça indicando para eu tirar os pés da cama - Não briga comigo. - Faço beicinho e ela acaba rindo. É lógico que ela tenha mandado as outras duas embora, ninguém pode saber que a nossa relação é assim, muito menos que Kate pode me dar sermão. Afinal, não seria bem visto uma criada dando sermão na princesa, mesmo ela sendo quase como uma mãe. Minha irmã não podia nem sonhar com isso.

—Como foi o passeio? - Começou a tirar meu vestido e me ajudar a entrar na banheira.

—Definitivamente, melhor do que imaginei. Eles são bem bonitos, também.

—Claro que sim. O Príncipe Nathan é super almejado pelas garotas das Províncias do Sul. O que esperava? - Arqueia as sobrancelhas.

—Eu não sabia disso, ok? Pensei que poderia ser um velho da idade do meu pai com barba, talvez até banguela. - Eu realmente tinha pensado em todas as possibilidades, principalmente nas piores possíveis. Sei que Anne também fez isso. Só não esperava que o resultado fosse o total oposto, não só ele, mas seu irmão também. Ambos bem bonitos e fortes.

—Você é a pior. - Joga água no meu rosto.

—A pior que você ama. - Faço uma cara fofa e começamos a rir juntas. - Não acredito que eles vão ficar aqui mesmo. Achei que em algum momento alguém pularia de uma cadeira e gritaria: "Pegadinha".

—Os quartos deles foram praticamente reformados para isso. Fique tranquila, não será por muito tempo e pode ser melhor para os futuros reis se acostumarem com a presença um do outro. - Kate sempre sabendo o que dizer. Acabo o banho e ela me veste com um vestido longo de seda com cores peroladas.

—Acho que tem razão. Tenho que ir, não quero chegar atrasada no jantar e fazer uma desfeita dessas com meu cunhadinho querido. - Faço uma expressão engraçada e Kate começa a gargalhar.

—Até mais, Olívia. Boa sorte. - Estende o punho fechado ao lado da cabeça como se me desejasse força.

Começo a andar em direção ao Salão onde ocorre as refeições da família real. Não consigo parar de olhar todas as pinturas pelos corredores e como retratam nossa nação com uma tenacidade indescritível. Meus pensamentos são cortados quando alguém cutuca meu braço direito. Quase dou um pulo pelo susto.

—E aí, Alteza? - Claro, tinha que ser.

—Ethan. Você quase me matou. - Coloco a mão no peito.