Mesmo usando atalhos, levava certo tempo para chegar em casa.
"Preciso morar mais perto do trabalho". — Tinha o planejamento fazia algum tempo.
Morar naquela quadra não lhe agradava por vários aspectos: achava muito expositivo; detestava a velhota da esquina; achava pouco seguro; não conhecia os vizinhos. Mas como o valor do aluguel não era tão alto, sobrava mais para juntar e, no futuro:
"Compro o meu abatedouro." — Sorriu com a ideia.
Sua residência ficava próximo à quadra industrial de Taguatinga, logo abaixo da feira permanente. Já o trabalho era a pouco mais de 20 minutos dali, no Guará. E, mesmo assim, muitas coisas lhe eram cômodas, como os mercados, os shoppings, hospitais, postos de gasolina. Estava bem localizado.
Levando uma vida boêmia e descompromissada, Marcos tinha cuidados para consigo, como a academia, o salão de beleza, as roupas de grife. Era meticuloso com isso. Uma das coisas que lhe dava suporte, claro, era o emprego. Trabalhando como diretor na RatstaR Publicidade e Design, ganhava bem o suficiente para bancar tudo o que precisava, e um pouco mais. Isso era resultado de uma família que não era rica, mas que investia na educação dos seus. Por isso ele, e sua irmã Pâmela, como resultado desse investimento, se tornaram ótimos profissionais, tanto que ela irmã viajava o mundo como arquiteta.
Marcos chegava em casa um pouco cansado, mas era apenas o começo da noite:
"Um banho vai me animar. Tô precisando de gás." — Pensava ao manobrar o carro.
Porém não pode estacionar. Outro veículo, frente à residência, bloqueava a entrada da garagem.
"Mais essa agora".
E buzinou várias vezes.
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Ehso
RomanceFoi por sofrimento e constrangimento que Amália, aos 35 anos, saiu de Goiânia quase fugida. Em Brasília ela encontrou pessoas pouco conhecidas, mas que estavam dispostas a apoiá-la. Nessa nova etapa da vida conhece Marcos, 28 anos, seu vizinho. Um r...