Tranquilamente manobrou o carro, entrando na garagem. Ao parar o veículo, não desceu de imediato. Permaneceu em seu interior, pensando nos últimos acontecimentos.
"Que noite de merda!"
Nada do que desejou aconteceu.
"Absolutamente nada!" — se enervou.
Do nada, pensou na vizinha e aquilo o distraiu.
"Vagabunda! Essas com cara de santa são as mais safadas!"
A afirmação não viera ao acaso. Na adolescência teve conversas com um amigo, Lucas, o dono de uma lanchonete na avenida Comercial Norte de Taguatinga.
"— Cara, essas aí só têm a aparência de santa."
"— Pô, Lucas! Você não respeita nem as fiéis?"
"— O problema não é comigo, meu caro. É com elas." — Ele falava enquanto preparava um lanche para o rapaz. — "Tô pegando uma daquela igreja no centro de Taguatinga. Ontem mesmo ela veio aqui, na hora do encontro deles, e subimos para o meu apartamento. Acho que nunca trepei com mulher mais fogosa."
"— Conheço a igreja. Um colega meu frequenta lá."
"— Marcos, te juro. Ela já chegou aqui sem calcinha, me empurrou na cama e se ajoelhou entre as minhas pernas. Trepamos a noite inteira, e ainda saiu daqui prometendo voltar."
"— Só acredito se ver fotos ou vídeos." — O rapaz ainda se mostrava incrédulo.
"— É o seu dia de sorte..." — Ele parou o que fazia, pegou o aparelho e entregou ao jovem. — Gravei nossa última foda. Olha o que tenho aqui.
No vídeo a mulher devorava o membro esbranquiçado do seu colega da lanchonete. Chupava, lambia, beijava, passava na cara, pedindo para ser possuída...
"— Me fode! Me estoura! Me arrebenta!"
Implorava ao erguer o vestido e, praticamente, pular sobre o membro rijo.
"— Mas, Lucas, ela é casada."
"— É sim..."
Lucas falaria mais algo, porém um cliente chegou e precisou atendê-lo. Marcos ficou com o aparelho e focou bem o rosto da tarada. Ele a reconheceu desde os primeiros minutos de vídeo: dona Sônia, mãe do Rafinha e esposa do pastor fundador da igreja."
Não que esse conceito fosse uma máxima no seu mundo, mas essa observação pautou parte da vida de Marcos. Com a recordação, e um sorriso no rosto, adormeceu ao volante.
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Ehso
RomanceFoi por sofrimento e constrangimento que Amália, aos 35 anos, saiu de Goiânia quase fugida. Em Brasília ela encontrou pessoas pouco conhecidas, mas que estavam dispostas a apoiá-la. Nessa nova etapa da vida conhece Marcos, 28 anos, seu vizinho. Um r...