Capítulo 9 - Um novo posto para Otâni

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Já era o final da tarde quando Ayron terminou o seu trabalho, ou ao menos se cansou o suficiente para continuar o restante no dia seguinte. Ele não tinha feito o suficiente, exceto na parte da manhã que ajudou a treinar os rapazes com Yrian. Depois do almoço, ele não conseguia se focar direito em todos os pergaminhos para assinar e todos os assuntos do clã para verificar. Embora Arli o auxiliou em boa parte, quando o lupino expressou sua falta de paciência, Ayron resmungou em desânimo.

— O que diabos está havendo com você, Ayron? — Perguntou Arli com uma expressão infeliz no rosto, suas sobrancelhas quase se juntando. Ele mantinha essa intimidade somente quando estavam sozinhos. — Você raramente perde o foco durante o trabalho.

— Só não estou tão bem hoje. — Ayron se recostou de volta em sua cadeira em seu ambiente de trabalho. Havia dezenas de rolos de pergaminho sobre a mesa. — Vamos continuar com isso amanhã, está certo? Prometo que estarei mais disposto.

Seu amigo lhe deu um olhar perigoso, mas consentiu.

— Tudo bem. — Ele se levantou da cadeira em que estava, e antes que saísse, se virou para olhá-lo, como se estivesse ponderando. Ele desistiu de dizer algo e saiu.

Com isso, Ayron soltou um longo suspiro de alívio.

Enfim, sozinho.

Ele amava Arli como um irmão. Eles passaram boa parte da adolescência juntos desde que o lupino chegou ao vilarejo, mas ainda sim tinha momentos que somente queria ficar sozinho.

Seus pensamentos estavam cheios com Sanny. Ele sabia que isso era errado, que não deveria estar se importando tanto e muito menos perdendo o seu tempo com alguém que... não fazia parte de seu futuro. Sanny era um dominante. O próprio ancião curandeiro confirmou isso, e Ayron, por mais que fungasse próximo do rapaz, não conseguia sentir seu cheiro. Talvez algo muito leve, muito fraco como suor ou o frescor de suas roupas limpas, mas nada realmente que dissesse o que Sanny era e que fosse um cheiro próprio.

Ayron se pegou pensando em seguida como iria ser as próximas aulas de Sanny. Que tipo de treinamento iria fazer primeiro, ou em qual ordem. É claro que o que ele mais queria era ensiná-lo como seduzir um lupino... e aproveitar um pouquinho do momento para chegar mais perto.

Quando lembrou-se do abraço que teve com Sanny no dia anterior... droga, ele endureceu no mesmo momento!

Sanny estava tão lindo... molhado do banho, apenas uma toalha em torno dos quadris. Seu olhar inocente e rosto corado. Seus lábios apenas um pouco afastados... seu corpo quente quando o sentiu. As curvas delgadas e os pequenos mamilos cor de rosa como picos duros com o choque térmico.

Ayron estremeceu apenas em lembrar de quão bom foi senti-lo em seus braços. E deuses, ele queria repetir isso.

Isso não estava certo. Ele bateu com a cabeça sobre a mesa de carvalho. Não estava! Não estava!

Mas ele tinha certeza que iria tentar mais... conforme fosse treinando Sanny... ele não iria conseguir se segurar o suficiente.

Ficar perto dele apenas iria alimentar sua sede por tocá-lo. E se Sanny continuasse assim tão submisso a ele, permitindo suas carícias...? Céus! Não sabia onde iria chegar.

Quando a noite chegou, junto a ela veio um grande temporal. Ayron enfim deixou seu local de trabalho e andou pela casa com o intuito de ir até a sala e curtir a lareira, mas desviou os passos automaticamente para o quarto de Sanny, ao lado do seu.

Ele não encontrou Sanny no cômodo, mas ao ouvir sons infantis seguidos de uma gargalhada que acertou profundamente o coração de Ayron, sabia que ele estava no quarto dos bebês.

A Origem de Sanny [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora