Capítulo 27 - Origem

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— Quem é... você? — Sanny perguntou fracamente. Em seu interior sabia de quem se tratava, mas sua mente se recusava a acreditar. Aquilo era um sonho? Ainda estava sonâmbulo? Estava com problemas mentais?

O lobo branco do tamanho de um Ômega saltitou sobre o pequeno lago cristalino e suas patas pisaram sobre a água, levitando. Ele não tinha uma aparência perigosa, nem um pouco, com todo aquele pelo branco e os olhos azuis brilhantes, Sanny podia facilmente confundi-lo com um cão das neves.

— Sei o que está pensando, meu jovem. — A voz doce novamente reverberou em sua mente. — Sou Navi, o deus dos lobos. E esta é minha casa, escondida acima das montanhas, onde ninguém jamais será capaz de encontrar.

— Oh. — Sanny estava fraco dos joelhos. A força invisível que o segurava se desfez e ele caiu sentado no chão de pedra. De repente, ervas daninhas brotaram das fendas entre as pedras e forraram todo o chão abaixo dele. Pequenas flores lilases se abriram, revelando pequenos brotos de luz que flutuaram do ar. As paredes de quartzo refletiram o brilho e Sanny se viu deslumbrado com a magia.

— O que são... estas coisas? — Sanny indagou, apaixonado pela beleza daquele lugar. De repente, todo o medo que sentia se dissipou, e o que restou era uma extrema paz, alegria pura.

— São flores sagradas. O brilho delas é extremamente benéfico para o coração de um lobo, mas são raríssimas. — O deus lobo saltitou levemente para o lado de Sanny, suas patas mal tocaram o chão. Ele se sentou e seu rabo felpudo bateu nas costas de Sanny. Era tão fofo.

— Por que me trouxe aqui? Não sou...

— Especial? — Navi perguntou. — Mas é claro que é. — Sua voz continha amor e Sanny sentiu seu coração se acalmar. — Já se questionou sobre as suas origens, jovem Sanny?

— Sim. — Disse sem hesitar. — Mas sei que meus pais eram Ômegas e que trabalhavam para o vilarejo de Lupus.

— Seus pais eram homens gentis de puro coração. Eles estão muito felizes agora, descansando nas terras divinas, onde podem te assistir desde os céus.

— Oh... — A garganta de Sanny se fechou e sentiu seus olhos arderem. Seus pais realmente estavam assistindo por ele? Eles ainda o amavam?

— Eles ainda o amam. — Navi respondeu sua pergunta interior. — Sempre o amarão. Mas você, Sanny, foi escolhido por mim antes mesmo de nascer, para que se tornassem um Ômega importante.

Isso era impossível. Sanny olhou incrédulo. Mas ele não podia questionar um deus. Deuses nunca mentiam, não é? Eram seres puramente sagrados que lhes deram a vida. Sanny não podia duvidar de Navi.

— Mas Ômegas...

— Ômegas são seres frágeis, representam a suavidade em uma matilha de lobos. Eles são responsáveis por manter o equilíbrio, manter a calma dentro de uma sociedade, apresentar o amor aos mais fortes. — Navi falou com total orgulho. Seus olhos cintilaram para Sanny, um brilho todo especial em sua direção. — E você, Sanny, passou por dificuldades por um povo que não merecia os Ômegas. Você, especialmente, nasceu para um dia governar e transformar um simples vilarejo em um grande Império. Você e os seus descendentes serão a força que Lupus precisa para prosperar.

Sanny mal estava acreditando naquelas palavras. Seu queixo literalmente caiu e seus olhos eram enormes para o grande deus a sua frente.

Navi saltitou para o seu outro lado e sentou graciosamente, sua cauda mais uma vez atingindo Sanny. Era quase insuportável a necessidade de querer tocá-lo.

A Origem de Sanny [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora