Capítulo 23 - Invasão

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Sanny estava preocupado que Ayron não tinha aparecido. Ele ouviu gritos e sons de batalha, além do rosnado perturbador de lobos lutando. No momento em que avistou um dragão descer do céu e lançar chamas sobre uma fileira de casas, seu sangue congelou.

— Você nunca vai encontrá-los.

Cécil tinha o semblante mais louco que já havia visto, ele estava sorrindo.

— Já os encontrei.

Os olhos de Sanny se arregalaram. Ele olhou para a porta de casa e lá estava o pai progenitor de Otâni, carregando Anat que berrava, e Yuri que também chorava, estava nos braços de outro homem encapuzado.

— Não posso crer... — Seu coração parecia ter sido pisoteado brutalmente no solo batido.

— Bem, agora que encontramos as crianças, é hora de oferecer o sangue do escolhido ao nosso deus. — Disse o pai de Otâni com um sorriso diabólico em seu rosto.

Sanny não se surpreendeu que Cody, o pai de Otâni estivesse envolvido com O Povo da Escuridão. O conhecia desde que nasceu e o homem nunca tinha sido gentil com ele. Era ambicioso e outro sedento por poder como Cécil. Entendia porque Otâni tinha sido daquele jeito antes, ele apenas tinha aprendido com o próprio pai como ser um idiota bastardo.

Não fazia ideia do que poderia fazer. A angústia de ter os seus bebês nas mãos de pessoas más fazia coisas indescritíveis dentro dele. Seu lobo emergiu para fora como uma besta saída do inferno. Ele era pequeno, muito jovem ainda para ser visto como um verdadeiro lobo lupino adulto. Disseram-lhe várias vezes que ele seria sempre como um filhote. Mas tinha certeza que seus dentes pontiagudos e a forma como rosnava os assustava.

— Você não pode fazer nada, Sanny. Eles tem o bebê. Vai simplesmente arriscá-los? — Cécil se aproximou e Sanny rosnou profundamente na direção dele. O lupino riu, porém em seguida seu semblante ficou sério. — Se você quer que eles vivam, então entregue-se e nada acontecerá a eles.

Sanny não estava aceitando isso. Cécil era um monstro. Seu coração estava com medo, mas seu lobo estava assumindo um ódio descomunal por esses malditos que resolveram voltar dos mortos.

— Já que é assim... — Cécil balançou a cabeça com desgosto.

Seu rosnado morreu no momento em que homens muito grandes encapuzados trouxeram Ayron, Zion e Arli para onde Sanny estava, jogando o trio à frente dele. Eles tinham ferimentos e Arli parecia o pior com queimaduras horríveis em um braço. Ayron tinha um olho roxo e cuspiu sangue. Zion grunhiu, igualmente abatido.

Sanny viu aquilo e seu coração afundou.

Se eles tinham os três mais fortes do vilarejo caídos, não haveria outra saída.

Levantou-se em sua forma humana desta vez, seus olhos esbugalhados.

— O que fizeram com eles?

— Assumimos. — Cody se juntou a Cécil e ambos ergueram suas mãos, revelando anéis de matrimônio. Eles, dois lupinos, tinham se casado? — Agora seu vilarejo é o nosso vilarejo. Vocês todos vão morrer, mas claro que vamos nos divertir um pouquinho. É nossa forma de agradar o nosso deus.

— Mas claro, antes disso o nosso ritual precisa acontecer. — Cécil se inclinou sobre o ombro de Cody mexendo com o bebê chorando. — Que pirralho tão desagradável. — Ele fez uma careta exagerada de aborrecimento.

Eles não batiam bem da cabeça, principalmente Cécil.

— Pai!

Sanny olhou de onde a voz veio, encontrando Otâni do outro lado do gramado. Seu olhar era cômico e seu queixo estava quase nos joelhos.

A Origem de Sanny [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora