Capítulo 15 - A queda de Otâni

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Otâni acordou antes mesmo do sol nascer, já sem qualquer resquício de sono. Estava se acostumando a ser assim todas as madrugadas desde que perdeu a memória após o acidente. Acordava com uma estranha sensação quente no corpo que irradiava por toda pele e principalmente que se concentrava em maior teor em sua virilha. Seu membro já estava duro e ele sentou-se desconfortável na cama.

Nem mesmo teve sonhos molhados para acordar assim, mas suspeitava que eram sintomas normais para quem estava perto de seu companheiro predestinado e precisava acasalar. Era cruel suportar isso quando ansiava tanto por alguém que, aparentemente, não o queria.

Otâni se levantou e olhou para a tenda que sua ereção fazia em sua roupa de dormir. Era uma simples bata branca sem qualquer desenho ou bordado. Ele pegou um de seus travesseiros de penas e colocou por cima para cobrir o óbvio, levando consigo quando saiu do quarto.

Estava bastante silencioso.

Atravessou o corredor, andando como se possuísse plumas nos pés para evitar acordar os demais. Stav estava em um sono bastante pesado e até mesmo roncava um pouco. Otâni sorriu e abanou a si mesmo. Ele iria diretamente para o banheiro e depois para a cozinha, ele não podia ir... até o quarto de Zion.

Droga.

Ele parou bem em frente e abriu a cortina de peles pesadas na porta, olhando curiosamente para dentro.

O corpo grande e bronzeado do curandeiro estava sobre a cama bastante grande para caber dois Zions.

Otâni fechou os olhos com força e amaldiçoou mentalmente a si mesmo por não resistir à aproximação. Ele tinha se aliviado sozinho todos os demais dias, resistido o máximo que conseguia, por que queria conquistar seu predestinado, mostrar a ele que era uma nova pessoa em que ele poderia confiar. Mas estava sendo tão difícil, Zion o evitava sempre que podia, e quando o via, era frio.

Sabia que ele não era uma má pessoa... ele não o tratava mal ou dizia coisas que o magoavam, apenas... não demonstrava qualquer interesse nele, mas ainda sim era muito bom com Stav e não tinha dito uma palavra sobre expulsá-los de sua casa.

Otâni sabia que se as coisas continuassem como estavam, ele teria que desistir de Zion e encontrar outra casa para viver com seu irmãozinho. Ele não queria ir embora... apenas pensar em estar longe de Zion fazia seu coração se contorcer dolorosamente. Ele queria ser aceito, não podia desistir ainda.

Aproximou-se lentamente da cama, o travesseiro ainda bem firme em frente de seu quadril, e inclinou-se para olhar Zion dormindo. Ele estava deitado de costas, um grosso cobertor de peles douradas e marrons sobre o corpo. Parecia que ele não estava vestindo qualquer roupa por baixo. Sua feição era suave e seus cabelos castanho-escuros estavam jogados sobre os travesseiros de penas.

Otâni engoliu difícil.

A sensação era demais dolorosa para ele suportar.

Queria abraçá-lo, beijar toda a pele exposta e deliciosamente bronzeada dele, além de esfregar seu pênis duro contra o de Zion. Droga, não se lembrava, mas com toda certeza jamais teve pensamentos assim, tamanha a vergonha de tê-los agora. O mínimo pensamento erótico que teve o fez querer chorar, porque tinha noção da mancha molhada de pré-sêmen em suas vestes.

Otâni sequer conseguia pensar direito ou com sabedoria naquele momento, o calor que antes estava queimando dentro dele, agora flamejava chamas muito grandes que envolviam todo o corpo, e ele estava se sentindo bastante hipnotizado pela aparência bela e sedutora daquele que tanto desejava.

Devagar e com cautela, subiu sobre a cama e se aproximou ainda mais, até que estava sobre Zion, inclinado em seus cotovelos de cada lado da cabeça dele e joelhos ao redor dos quadris dele.

A Origem de Sanny [Romance Gay]Onde histórias criam vida. Descubra agora