CAPÍTULO UM

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É incrível como a mente humana desprovida de consciência, pode viajar a qualquer lugar no tempo e se misturar à realidade sem barreiras. Não que isso seja uma coisa ruim, apenas ocorre que somos pegos de surpresa em diversas situações, algumas até tendem provocar em cada pessoa desde um leve sonho ao pior dos pesadelos.

Passei quase toda a noite acordada com insônia, e conseguindo dormir apenas às três da manhã.
O que ocasionalmente levou à minha falta de sono repentina, foi o fato de eu despertar para uma realidade na qual ignorar seria a melhor saída. (Fingir que não ouvi nada e que não sinto nada). Porém, fechar os olhos para tudo isso seria como se eu fizesse vista grossa para mim mesma. Algo impossível de se acontecer.

"Essa coisa de se apaixonar é caótica", é o que escuto das bocas alheias, mas particularmente acho um inferno pessoal, na qual muitas vezes o sentimento precisa ser retido. Freado e colocado dentro de uma caixa de metal e enterrada. Talvez alguém encontre essa caixa e fique curioso com seu conteúdo e a abra algum dia, e assim esse alguém goste do que vê e abrace com toda sua força.

No momento é assim que me sinto. Preciso gurdar esse sentimento dentro de uma caixinha por muitos motivos.
Apesar de ser como sou, não gosto de magoar ninguém. Às vezes acontece, fazer o quê? Mas prefiro calar a voz do meu coração a cobrir o grito dos outros.
E então após ler doze capítulos inteirinhos de "A vida é um Disfarce", enfim consegui dormir. Mas acordei depois com meus próprios gemidos de medo.

Medo do desconhecido, medo do que estou sentindo, medo do simples pensamento pelo sentimento enraizado; medo de perder tudo o que já tenho.

"Eu estava apenas pedindo um conselho sobre vendas para Fernando, mas ele me olhava tão intensamente com seus olhos azuis enquanto eu falava, que não pude deixar de me perder em seu olhar. Parecia inevitável. Eu respirava conforme sua vontade. Tentava me concentrar no que eu estava falando, porém gaguejava muito e ficava cada vez mais nervosa com seu olhar e o sorriso de quem sabia o que estava provocando em mim.
Ele se levantou e deu a volta na mesa, de forma elegante colocou as mãos nos bolsos da calça social que fazia o tecido, marcar sua bunda linda. Se sentou na mesa à minha frente, cruzou os tornozelos e ficou a me olhar. Ao vê-lo assim, minha vontade de me encostar nele e beijá-lo era insuportável; mas como eu faria isso a meu chefe? E Clarice? E nossa amizade? Cruzei as mãos e as pernas para me segurar; minha cabeça dizia "não", mas meu corpo gritava "sim".
Vendo meu nervoso, ele se aproximou, segurou minhas mãos e esfregou entre as suas para aliviar a tensão que só aumentou ainda mais. Gemi sem saber por quê.
Um segundo depois sua boca estava na minha, me beijando com urgência e fome. Suas mãos subiram por meu corpo e desceram para o zíper da saia. Logo ela caiu a meus pés, suas mãos voltaram a subir e tiraram minha blusa branca de babado, expondo meu sutiã meia-taça branco rendado. Fernando parou de me beijar para me olhar por inteira com seu olhar apreciativo e faminto. Possessivo até.
"Você é minha, sempre foi"
Voltou a me beijar e a me tocar com desespero. Eu deixava porque o queria e estava derretendo por dentro em expectativa. Estava completamente entregue. Ele poderia fazer o que quisesse comigo, e eu queria que ele fizesse tudo.
Seus braços me colocaram em cima da mesa e vareram os vários objetos que caíram no chão com um barulho de protesto. Se encaixou entre minhas pernas me beijando sempre mais ávido. O envolvi com elas e logo o som do seu cinto e o zíper pude ouvir, deitei sobre a mesa ainda olhando no azul de seus olhos; então se inclinando sobre mim, ele mordeu levemente meu lábio e o soltou, no mesmo instante em que sua ereção encontrou passagem para dentro de mim. Soltei um gemido longo e joguei os braços acima da cabeça com os olhos fechados, sentindo ele dentro de mim cada vez mais, a cada movimento que fazia para me invadir com força.
"Minha Pérola" ele dizia. Ofegante eu respondia "sim, sempre sua". Sem saber o porquê, apenas dizia com os olhos fechados, mergulhada nas ondas de prazer que ele me proporcionava. Seu corpo se chocava contra o meu cada vez mais forte e rápido. "Você me ama?" Sussurrou em meu ouvido enviando uma onda de arrepios por meu corpo já sensível. E nesse instante, o orgasmo me invadiu forte. "Sim, sempre te amei" consegui dizer antes que o êxtase do meu prazer o pegasse também e gozassemos juntos, com ele gemendo forte enquanto suas investidas, derremavam dentro de mim o resto do seu prazer quente e líquido.
"Eu te amo" disse levantando o rosto do meu pescoço a me olhar. Olhos tão azuis e jovens, muito jovens marcados pela insegurança e..."

QUEM É ELE?--UMA PAIXÃO (Livro 3 Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora