QUEM É ELE?--UMA PAIXÃO (Livro 3 Concluido)

CAPÍTULO TREZE

__Pérola, você me disse que ele confessou te amar.__Jhon franze o cenho.

__Mas não voltou a repetir, Jhon. Ele tem namorada e pelo que sei, é ciumenta. Eles têm tudo em aberto, mas ela já teve uma briga com a recepcionista da empresa dele. Uma alpinista social; é um colega de trabalho igualmente aos outros quatro. E o pai dela fez pressão quanto ao casamento.
  Os amigos dele, dois já me cantaram na mesma noite do evento, mas consegui deixar as coisas bem para todos. Envolvimento com amigos homens é ruim por isso, entende agora porque evito? Só que agora quem se ferrou foi eu.

__Alguém mais sabe disso?__pergunta.

__Não. E espero que você fique de boca fechada, já estou mal o sulficiente para aguentar vozes no meu ouvido. Principalmente a do meu pai. Ele tem muita fé nesse contrato.

  Jhon suspira com as mãos à frente do rosto, como se fizesse uma prece.

__Apesar de tudo o que está acontecendo com você, mantenho minha opinião sobre ele. E agora  mais do nunca, acho que vocês vão acabar juntos.

__Acha é?__ironizo.__Nós vamos é acabar um com o outro.

__Se for na cama... que seja.__ergo a sobrancelha pra ele que sorri com malícia. Ele se levanta num rompante.__Vou cuidar da minha vida agora, o que eu queria aqui já consegui.

__De forma muito baixa, até leviana eu diria.__resmungo contrariada.

__Mas consegui, isso é o que importa. E aposto meu Rolex como você se sente melhor por ter contado a alguém.

  Jhon não espera eu responder e sai da sala. Realmente me sinto muito melhor por ter contado e alguém ouvido. Ele foi a pessoa certa pra isso, ama Julie e me conhece desde pequena. Um amigo homem livre de outros pensamentos.

  A semana corre igualmente as outras anteriores, consigo me manter mais em foco na academia, e quando saio para ir até a casa de Kary na quinta depois do trabalho, ela insistentemente pergunta o que há de errado comigo. Peço apenas seu apoio e digo que a situação é delicada. Que em outro momento prometo lhe contar tudo.

  Meu pai nada diz ao me ver sem graça durante esse tempo todo, e agradeço a ele por isso. Fernando não mais entrou em contato, e com uma frequência assustadora me pergunto o motivo para seu silêncio, me deixando um grande aperto no peito sempre que  seu nome ou sua imagem me vem à cabeça.

   Consigo me distrair um pouco mais quando chega o fim de semana e, fico aflita só de pensar que terei que ir a um evento beneficente que ajuda crianças com Aids. O projeto existe há dez anos e sempre compareço desde os cinco anos em que dou minha contribuição. Richard sabe que o dinheiro extra depositado na minha conta, destino à causa. "Eles precisam mais do que eu", digo sempre a ele e ele sempre fica orgulhoso por minha ação.

  O evento em si não é o problema, o problema é ter que ver os mesmos rostos ano após ano, e ainda manter um sorriso educado enquanto ouço conversa fiada. Algumas mais piores que outras.

  Após ir a um salão para fazer as unhas e aparar as pontas do cabelo, chego em casa com um grande coque na cabeça. Tomo banho cuidadosamente para não estragar o penteado e começo a me arrumar.
  O vestido preto tomara que caia todo rendado abaixo do busto e acima do umbigo, é o que mais gostei quando o vi na vitrine da loja. Claro que Kary ajudou a escolher, e elogiou a fenda lateral que expõe minimamente a perna.

  Uma última confirmação do espelho e saio do apartamento com a carteira na mão.

__Nossa senhora dos bons olhos! Isso tudo é pra mim?__Gabriel me vê fechar a porta e se aproxima. Sorrio e ele segura minha mão me fazendo dar uma voltinha.