CAPÍTULO DEZENOVE

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  Depois de uma noite maravilhosa e acordar ao lado de um homem lindo, é hora de encarar a realidade. A que ele tem uma namorada e ainda por cima é meu chefe e amigo. E não devo me esquecer de vizinho. Não dá pra esquecer tudo isso.
Fernando pergunta se quero continuar como estávamos antes dessa loucura toda acontecer.

__É o que eu quero.__respondo certa do que quero e vejo apagar em seus olhos, o brilho da alegria. O que fica é um homem distante.

  Sinto um aperto no peito ao ver ele agir como o Fernando de sempre, pois se quer brinca ou me olha de maneira maliciosa como outras vezes.
Paro na casa dos meus pais para deixar Félix e encomendo a Nancy, que cuide dele muito bem.
De volta ao carro, ligo para meu pai que está trabalhando.

__Pai, preciso de um favor.__falo e olho pelo o retrovisor.

__E de qual favor estamos falando? Não devia estar no aeroporto a essa hora?

__Eu já estou a caminho, mas preciso que Vinny vá buscar o carro e o traga de volta. Eu me esqueci de avisar ao senhor.

__Eu vou avisá-lo para ir buscar; você está bem, parece animada?__sorrio com a pergunta. Por que os pais sempre sabem dessas coisas? Será que possuem algum tipo de radar? Se for, o do senhor Richard Keverllan nunca falha. Olho para o banco do passageiro.

__Está sim, pai; vou esperar por Vinny, tchau.

__Tchau querida.__desligo o telefone e sorrio. É melhor ter cuidado até como se respira perto de Richard, o menor sinal e ele já fez perguntas. Soltou o ar pela boca me sentindo uma criança travessa. Coitado do meu pai, se ele soubesse o que estou aprontando...

__Você está empenhada em não deixar que ninguém descubra sobre nós.__Fernando sorri e liga o aparelho de áudio do carro. Dua Lipa canta Hotter Than Hell e uma sensação de bem estar me invade.

__Eles não precisam saber de nada.__falo tranquila.

  Olho pra ele e volto minha atenção para frente. Ninguém mais precisa saber sobre nós; sobre o quanto tudo isso é errado e insano. Ou o quanto insano podemos ser quando nos perdemos um no outro.
Não sei se algum dia isso vai passar, mas ficará grandes marcas.

  Dirijo até o aeroporto e esperamos por Vinny que ao ver Fernando a meu lado, sorri.

__Cuidado com meu bebê.__aviso entregando as chaves a ele que recebe como se ganhasse a um prêmio.

__Vim de táxi e vou voltar em um Audi.__fala animado apertando o pequeno chaveiro na mão. Rio e até Fernando sorri.

__Obrigada, Vinny; e sobre meu amigo aqui, ninguém precisa saber não é?__faça uma carinha meiga que nunca falha. Pelo menos com ele.

__Concordo.__confirma uma vez mais aumentando meu sorriso.

  Se ele contasse tudo que escondo... meu pai me daria um sermão que duraria o mês inteiro. Apesar de sua lealdade a meu pai, Vinny sabe o quanto Richard pode ser controlador, por sorte somos mais que bons conhecidos, quase amigos, o que me garante passos livres e sua discrição quando preciso.

  Ele vai embora e esperamos pela chamada dos passageiros.
Entramos no avião e como previsto, Fernando se senta distante de mim. Contudo, não dava pra prever a loira alta de corpo perfeito que se senta ao lado dele cruzando as pernas assim que o enxerga melhor.
  Ela puxa conversa com ele a toda hora e Fernando, não apenas conversa com ela, como também ri. Cruzo os braços irritada com o que vejo e olho para meu lado esquerdo. Uma senhora idosa faz tricô e olho com tédio para o que ela faz. Poderia se um moreno alto de olhos hipnotizantes, que tivesse um sorriso fácil e beleza suficiente para deixar qualquer homem com invenja. Isso me seria sulficiente para ter os olhos de Fernando grudados em mim a viagem inteira e não na mulher a seu lado, e de quebra ainda teria uma companhia muito agradável. Mas olho de olhos bem aberto para a senhora para ver se estou enxergando direito, e então olho melhor para a lentidão com que tece. Jesus, essa viagem vai ser longa... muito longa.

QUEM É ELE?--UMA PAIXÃO (Livro 3 Concluido)Onde histórias criam vida. Descubra agora