QUEM É ELE?--UMA PAIXÃO (Livro 3 Concluido)

CAPÍTULO DOZE

 

   Duas semana após eu ter chegado em Jacksonville, consigo trabalho sulficiente para me distrair de todas as dores do coração. Fico até as sete da noite na empresa durante alguns dias, trabalhando até não aguentar mais. Na esperança de chegar em casa muito cansada e dormir à noite toda. E não sonhar como tem acontecido nos últimos dia.
  Tudo tem que ser bem relatado, documentado e anexado às pastas para serem apresentados em Charleston na próxima vez.

   Na terceira semana, meu pai me destina todos os relatórios da K&V, mas confesso fora dos ouvidos dele, que tenho levado trabalho para casa para não acumular, assim me mantenho distraída. E em meio a tanto trabalho, ainda sim minha mente arranja um tempinho para pensar em Fernando.

  Kary notou algo estranho em mim quando nós falamos pela última vez, mas não contei nada a ela porque eu iria ouvir "você mesma quebrou uma regra sua?"
  E então eu olharia pra ela arrependida de ter aberto a boca. Mas revelei pelo menos sobre o apartamento, e ela também achou sensata minha decisão de alugar um local para mim.

  Thaís... Eu ia ligar pra ela e xingá-la por não ter me ligado no dia do meu aniversário, e jogar na cara dela seu silêncio mais infantil do que minha reação, mas aí ela me liga dando uma desculpa esfarrapada que deve ter ensaiado o dia todo. Pediu desculpas por ter sido tão seca quando liguei e ouvi tudo sem dizer nada.
   Não acreditei em nada do que ela disse e ainda falei o que estava preso em minha garganta quando ela terminou. Também não comentei nada com ela sobre Fernando, ela iria criar expectativas, além disso, não seria vantagem nenhuma alguém ficar sabendo. Acho que agora estamos bem novamente.

  As noites na academia, praticamente tenho sido chamada a atenção em todas as aulas. Na maioria das vezes por estar distraída, e outras por não conseguir acompanhar os passos. Kal tenta me conduzir para ver se consigo acertar, mas desisto e vou me sentar no banco como da última vez.

  Como será que ele está? Quando me ligou pela última vez, estava em horário de almoço na empresa, e estava tão taciturno, distante. Amarro as mechas soltas do cabelo, e me levanto para ir tomar banho antes que o banheiro feminino fique lotado.
  Ao sair do chuveiro da academia, é que as outras meninas estão chegando.

__O que está acontecendo com você?__Wal mais me repreende do que pergunta por curiosidade ou por preocupação.

__Nada, só estou exausta por causa do trabalho. Tem aparecido muito desde que cheguei de Charleston, tenho dormido muito tarde.__minto nada animada em falar do real motivo.

__O que você precisa é de um bom sexo.__Let se anima. Por ela eu escolheria qualquer um de sua lista imensa.

  Não preciso de nenhum que não seja Fernando.

__Pode ser.__concordo distraída.__Faz tempo que não sei o que é isso.

__Então está combinado, amanhã vamos sair e caçar homens.__empolgada ela faz alguns passos de jazz. Sorrio fraco.

__E eu vou avisar aos garotos, com licença.__Wal passa por nós indo em direção ao banheiro masculino com seu rebolado famoso por deixar qualquer homem babando.

__Mas eles estão tomando banho agora.__Kary a avisa. Waléria vira pra nós com seu sorriso travesso e as mãos na cintura.

__E daí? Vou fechar os olhos. Ou não.__e ela sai determinada em provocar impacto. Ficamos olhando uma para a outra até elas se tocarem de que precisam tomar banho.

   Na manhã seguinte, acordo cedo e começo a preparar o café, faço carinho em Felix e encho sua vasilha de atum, esforçando-me para não fazer uma careta enquanto olho para a pasta rosada que ele devora com imenso gosto.
  Volto ao quarto e visto um short folgado e coloco uma regata, comemorando o dia mais quente que o anterior. Prendo o cabelo em um rabo de cavalo e ligo o aparelho de som e o conecto ao IPad; escolho uma seleção diversificada de músicas e começo a faxina.
 
  Nada melhor para distrair a cabeça do que trabalho. Mas quando ouço Harder We Fall, meus pensamentos vão até Fernando. Não com melancolia, mas com um sentimento de ternura.