Capitulo Seis

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-Sente-se melhor? - ele perguntou.

-Sim. - foi sincera, realmente sentia que poderia capotar a qualquer momento após sua massagem

Paco parou as mãos e antes de tirá-las dali depositou um beijo suave na nuca de Dulce.

-Que bom, sabe hoje tive bastante tempo para ficar sozinho com meus pensamentos -começou ele alcançando a garrafa de vinho e removendo o lacre a abriu servindo as duas taças.

-Eu avisei que iria demorar – rebateu Dulce.

-Eu sei, não estou te acusando. - ele riu e entregou uma taça para Dulce que de imediato tomou o primeiro gole. - Como eu estava dizendo, tive muito tempo para ouvir meus pensamentos e acabei concluindo uma coisa.

Ele se sentou ao seu lado e apoiando um braço no encosto do sofá brincou com uma mecha de cabelo de Dulce.

-O que? - ela perguntou curiosa.

-Você não pode ficar sozinha nessa.

-Eu sei, e não estou sozinha. Tenho meus amigos e você ás vezes. - ela deu de ombros tomando mais um gole do vinho desviou o olhos de Paco.

-Era exatamente nisso que eu estava pensando. Você tem seus amigo mas eles não estão o tempo todo com contigo e eu vivo viajando, isso não está certo.

-Onde quer chegar? - perguntou ela confusa.

-Dul você precisa de mim agora mais do que nunca, não dá para continuar com esse relacionamento em corda bamba, você precisa de alguém que esteja todos os dias com contigo e eu quero ser essa pessoa.. Conversei com um amigo e ele disse que tem uma vaga no escritório onde ele trabalha, o salário não se compara com o meu atual mas eu estaria presente, acompanharia o crescimento de Luma e te ajudaria com as tarefas do dia-a-dia. As coisas não ficariam tão pesadas pra você.

Dulce franziu o cenho boquiaberta e irritada com tudo o que ouviu levantou-se do sofá de supetão caminhando pela sala mantendo uma distancia significante de Paco, ela levou as mãos a cintura encarando-o

-O que aconteceu Paco? Tinha ar tóxico nessa ultima viagem que você fez? - disse ela cuspindo as palavras – Quem te disse que eu preciso de você?

-Minha nossa Dulce! O que aconteceu com você? Desde que cheguei está estranha, distante e irritada!

-E com todo esse tempo para pensar, em momento algum passou pela sua cabeça que o motivo de eu estar assim seja você?

Pablo ficou em silencio encarando Dulce com certa perplexibilidade, ela por sua vez soltou o ar dos pulmões arrependendo-se do que acabara de falar.

-Não que seja exatamente você. - tentou corrigir e fechou os olhos com força tentando encontrar as palavras certas para dizer – Paco o fato de eu ter uma criança sobre minha responsabilidade não significa que tenha que me casar com alguém.

-Eu não falei em casamento Dulce.

-Não falou com palavras especificas mas a sua proposta foi exatamente essa.

-Falei pensando no seu bem, você precisa de alguém ao seu lado e eu estou disposto a largar minha carreira por você, quem mais faria isso Dulce?

-Tudo bem, eu sei, sua atitude é muito honrosa mas em momento algum eu pedi que você fizesse isso.

-Prefere ficar sozinha?

-Eu já disse que não estou sozinha. - exclamou Dulce alterando a voz irritada – Paco diferente do que você criou na sua cabeça, eu não sou uma coitada carente necessitando de atenção.

-Não é isso que eu estou querendo dizer

-Então é o que? Você aparece depois de ficar semanas fora e se acha no direito de decidir algo por mim dizendo que eu preciso de alguém e que esse alguém deve ser você!

Paco respirou fundo abaixou a cabeça fechando os olhos com força na tentativa de manter sua paciência e então tornou a encará-la

-Então o que você quer Dulce?

Dulce ficou em silencio por um momento, a resposta que viria era certa e até mesmo obvia mas ela se perguntou se realmente deveria dizê-la, lembrou-se da conversa que teve com Anahi anteriormente e então olhou nos olhos de Paco e mesmo temendo que o falaria fosse magoá-lo , sabia que não poderia mais mentir para si mesma.

-Eu quero um tempo de você

O silencio pairou pelo ambiente mas foi logo quebrado com o resmungo de luma vindo da babá eletrônica, Paco agiu trocando o peso de um pé para o outro e de cabeça baixa assentiu.

-Tudo bem, vou pegar minhas coisas e sair.

-Me desculpe.

-Não peça desculpa de algo que não se arrepende Dulce.

O resmungo de Luma tornou-se agora um choro preguiçoso, Paco moveu-se a caminho da escada subindo-as de forma silenciosa enquanto Dulce permaneceu imóvel, de fato ela não estava arrependida do que disse mas sentia o aperto no peito por ter o magoado.

Poucos minutos depois Paco surgiu descendo a escada com sua pequena bagagem na mão, ele caminhou pelo rumo da porta em silencio sobre os olhos sentidos de Dulce e abriu a porta virando-se para Dulce antes de sair

-Eu sei que não é reciproco mas eu te amo Dulce, e se algum dia deixar de ser tão orgulhosa e precisar de mim estarei á sua disposição.

Dulce abriu a boca para contestar mas ele saiu antes que ela falasse algo, Dulce sentiu o nó na garganta e engoliu a vontade de chorar ao ouvir que Luma irritava-se mais do outro lado do aparelho, ela caminhou até o quarto da sobrinha e chagando lá a pegou no colo aninhando em seus braços como magica a menina voltou a dormir tranquilamente.

Dulce colou sua bochecha á de Luma ouvindo a respiração profunda e agitada da sobrinha ficou um tempo ali sem sentir vontade de devolve-la ao berço, precisava sentir sua pequena, estar próxima a ela lhe transmitia a calmaria que necessitava no momento.

Ela saiu dali com Luma em seus braços e entrando no seu quarto deitou-se junto com a sobrinha em sua cama e após um tempo velando o sono da sobrinha acabou adormecendo.

Direito de Amar   (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora