Capítulo Dezenove

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-Ah meu Deus Anahí, o que você fez? - Exclamou Dulce assustada com toda a situação ao seu redor.

Christopher permanecia desacordado caído no lado de fora da casa, Anahí resmungava de dor e seus olhos lacrimejavam enquanto mirava com desespero a amiga e Luma confusa olhava toda a cena em pé no sofá apoiando o corpo no encosto do sofá.

-Dulce eu acho que realmente quebrei minha mão - disse Any com a voz embargada, Dulce mirou sua mão e arregalou os olhos pelo tamanho do inchaço e vermelhidão.

-Vem aqui! - disse ela empurrando a amiga até a cozinha, ela alcançou um refratário e o encheu de gelo e água - Coloca a mão aqui, acho que vai melhorar.

-Au – resmungou Anahí chorosa quando enfiou a mão dentro do gelo – Eu não deveria ter feito isso, agora tem um cara morto na sua varanda e eu perdi uma mão.

Any resmungou arrependida e Dulce lembrou-se de Christopher jogado no chão.

-Acho que ninguém morre com um soco, Any.

-Depende, eu assisti MMA ontem antes de dormir.

-Tudo bem, eu vou ver se ele está bem.

Dulce saiu às pressas em direção a porta da frente e encontrou Christopher apoiado em um braço enquanto o outro tocava a região vermelha envolta do olho.

-Ah que bom que está vivo. - Dulce respirou aliviada ajoelhando-se de frente pra ele, ela apoiou as mãos nos joelhos de Christopher e aproximou o rosto pra ver o regaço que aquele soco lhe causou. - Você está bem?

-Eu juro que vim em paz – Com dificuldade ele esticou o braço até seu lado esquerdo alcançando o buquê de flores jogado ali o entregou para Dulce – Toma, pra você.

Dulce pegou as flores franzindo o cenho – Que merda é essa Christopher?

-Um pedido de desculpas. - Christopher tirou a mão do olho e tentou piscar algumas vezes, mas o inchaço impediu - Tá muito feio?

-Deixa eu ver – Dulce curvou-se mais um pouco para frente olhando diretamente para o olho machucado de Christopher, pasmou-se com o resultado do murro de Anahí até porque ela desconhecia tamanha força vindo da loira

-Humm –Dulce resmungou analisando o ferimento, e somente após notar o quão próximo estava de Christopher e a forma como agora ele a mirava com o olho bom, ela afastou-se – Você também precisa de gelo.

Dulce fechou a porta da sala, deixou o buque que acabara de ganha em um móvel ao lado e caminhou com Christopher ao seu lado até a cozinha onde Any permanecia com a mão dentro da água com gelo e agora tinha companhia de Luma que tagarelava coisas incompreensíveis, a menina assim que viu Christopher esboçou uma feição animada e correu em sua direção, ele e pegou no colo abraçando a menina.

-Oh! Dodói! -exclamou ela olhando para o olho inchado e vermelho de Christopher – Todo mundo Dodói, Mamãe dodói do coração, tia Any dodói da mãozinha e o tio Chris dodói do olhinho.

Christopher soltou uma risada da esperteza da menina e ao mesmo tempo mirou Dulce que agora procurava algo pela cozinha, confuso com o que a menina acabara de falar referente a ela.

-Logo, logo não vai ter mais ninguém dodói Luminha – disse ele depositando um beijo em sua bochecha.

Dulce voltou com um saco cheio de gelo na mão que entregou a Christopher e pegou Luma de seu colo.

-Ann... bom acho que já se conheceram, mas enfim, Any esse é o Christopher e Christopher essa é a Any.

Anahí fuzilava Christopher com o olhar, o ódio era múltiplo quando ela unia a imagem daquele homem á alguém que queria destruir a vida de sua amiga e que acabara de destruir a sua mão que latejava de dor dentro da água com gelo.

-Oi, infelizmente não poderei dizer que é um prazer te conhecer porque acho que perdi a visão total de um olho. - Disse Christopher tirando o saco de gelo do olho e apontando para a região afetada.

-Se ficasse quieto no seu canto desde o início, jamais teria que se preocupar com a possibilidade de usar olho de vidro, agora se fode aí otário.

-Any! - exclamou Dulce pasma colando o rosto de Luma contra o seu tampando o ouvido da menina.

-Desculpa, estou nervosa.

-Não sei o que eu fiz pra você. - Disse Christopher, Any sorriu sem som e o encarou com os olhos cerrado.

-Você ainda pergunta?

-Tudo bem! - exclamou Dulce entrando no meio dos dois – Talvez não tenha sido uma boa hora para apresentar vocês, e Christopher você não deveria estar aqui.

-Preciso conversar com você.

-Se é sobre o que eu estou pensando, você sabe que deve falar diretamente com meu advogado, aliás vou te passar o número dele. - Dulce tirou o celular do bolso procurando pelos contatos.

-Não é sobre o que você está pensando, eu juro.

-Eu não quero conversar com você Christopher – disse ela com os olhos sobre o celular enquanto ainda buscava o número, ela sentiu a mão livre dele tocar seu braço e então levantou o olhar para encará-lo.

-Por favor. - ele pediu com a mesma cara de pidão de quando ele pediu para conhecer Luma.

-Você acha que é só fazer essa carinha de cachorro pidão que está tudo bem e eu vou aceitar conversar contigo numa boa?

-Eu acho que perdi um olho pra ter essa conversa contigo, por favor.

Dulce cerrou os olhos o encarando por mais um tempo e então virou-se para Luma.

-Você cuida da tia Any só um pouquinho? - A menina assentiu - faça ela se comportar tudo bem? A mamãe vai ter uma conversa com tio Chris e já volta!

A menina assentiu novamente e Dulce a colocou no chão, ela correu até Any e a abraçou pelas pernas, Any ainda fuzilava Christopher com o olhar e Dulce por um momento ignorou a atitude da amiga e saiu carregando Christopher até a sala. 

Direito de Amar   (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora