Capítulo Nove

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Dulce estava inquieta e caminhava de um lado para o outro na sala, Christian e Any a encaravam preocupados enquanto Luma brincava com alguns dos brinquedos espalhados ali.

-Me conte tudo Dul – pediu Christian.

-Alguns minutos depois que vocês saíram daqui, apareceu esse homem, Christopher alguma coisa dizendo ser o pai de Luma.

Dulce passou as mãos pelo cabelo e sentou-se na poltrona ao seu lado.

-Ele queria vê-la, mas eu não deixei e disse que voltaria amanhã pra concluir o assunto. - Dulce soltou o ar dos pulmões e deixou-se ser vencida pelas lagrimas que agora escorriam em sua face – Ele vai tirá-la de mim.

-Calma Dul, as vezes ele apenas quer conhecê-la. - Disse Any tentando acalmar a amiga.

-Tudo bem, vamos por etapas. - começou Christian pensando na melhor forma de resolver tudo – Ele fez alguma ameaça, algo do tipo?

-" Não me faça apelar para a justiça" soa ameaçador pra você - Disse ela irônica.

-Tudo bem, ele disse que retornaria certo? - Dulce assentiu aguardando que o amigo continuasse – você vai atendê-lo e ouvir tudo o que ele tem pra te falar e exigir um exame de DNA, até porque não sabemos se ele fala a verdade.

-sim - concordou

-Se você quiser dar uns tapas nele pode viu, só me chama pra estar aqui na hora. Eu daria tudo pra ver.- disse Any descontraindo o ambiente e fazendo todos rir.

-Não ouça essa maluca, mas ela me fez lembrar de uma coisa. Seja forte, mostre que você é a mãe de Luma e que é capaz de cuidar dela, não fraqueje em momento algum nem sequer com palavras, ok?

-Com isso não precisa se preocupar, por Luma tiro forças de onde sequer sei que existe em mim, e Any eu realmente vou precisar que venha aqui para ficar com Luma enquanto ele estiver aqui, não quero que ela tenha contato com ele.

-Pode contar comigo.

Mais tarde Dulce rolava de um lado para o outro na cama ansiosa e angustiada não conseguia pegar no sono, sua mente martelava e a fazia viajar para o dia seguinte e a preocupação aumentava ao pensar que Christopher poderia querer a guarda de Luma.

-Mamãe – Dulce estranhou a voz manhosa vindo do lado de fora da porta e levantando-se depressa correu para abri-la, Luma estava em pé diante dela com olhos pequenos e sonolentos saboreando sua chupeta cor-de-rosa e abraçada a sua boneca de pelúcia, Dulce a pegou no colo tirando seus pés descalços do chão gelado e a menina aninhou-se em seu colo.

-Como você saiu do berço? – perguntou perplexa

-Pulei

-Como você conseguiu?

-Mamãe soninho – resmungou Luma deitando a cabeça no colo de Dulce

-Tudo bem – Dulce deitou-se na cama com Luma deitada sobre si, a menina a agarrou com as pernas e braços brincando com uma mecha de cabelo de Dulce entre uma das mãos.

-Você anda muito levada – Disse Dulce ainda pasma pela proeza que a menina fizera, Luma levou a pequena mão livre para o rosto de Dulce fazendo uma leve carícia ali.

-Te amo, mamãe

-Você sabe o que fazer para que eu não fique zangada não é mesmo?

Dulce sorriu e a envolvendo em seus braços a apertou com força contra seu corpo, a menina resmungou com o apertão e Dulce aliviou a pressão ainda abraçada a ela

-Eu também te amo, minha vida, assim como sua outra mamãe - disse ela fazendo a menina se lembrar de Marina, a imagem que ela jamais permitiria que Luma perdesse.

-Mamãe Mari?

-Ela mesma. - Dulce sorriu iniciando um cafuné na pequena, Luma bocejou e esparramou-se sobre o corpo de Dulce.

O silencio pairou no ambiente e Dulce ouvia a respiração de Luma tornar-se mais pesada anunciando que ela pegara no sono, e o aperto em seu peito retornou ao imaginar uma vida sem momentos como esse, sem ter sua Luma por perto , o nó em sua garganta tornou-se mais apertado e lágrimas silenciosas rolaram por seu rosto, ela beijou o topo da cabeça de Luma e a abraçou contra seu corpo.

Luma que até então parecia estar dormindo levantou a cabeça mirando Dulce e pela luz fraca que entrava da janela Dulce pode ver os pequenos e brilhantes olhos preocupado dela

-Não chora mamãe- disse Luma ao tirar a chupeta da boca para falar com mais clareza, ela limpou as lagrimas do rosto de Dulce que só fez derramar mais uma porção com o ato da menina.

-Não sei o que faria sem você minha pequena – disse em um sussurro

-Luma é da mamãe, não chora mamãe - a menina com a voz embargada e os olhos preocupados inciou um choro sentindo enquanto limpava as lagrimas que desciam do rosto de Dulce.

-Tudo bem meu amor, não vou mais chorar – ela limpou as lagrimas do rosto da pequena e com um beijo estralado em sua bochecha e fez deitar a cabeça novamente sobre seu colo – vamos dormir ta bom?

Luma assentiu levando novamente a chupeta a boca e lançando os braços ao redor de Dulce os apertaram com força em um abraço, o silencio pairou novamente enquanto Dulce sentia a força do amor de sua pequena por ela, carregada por essa força ela sabia que lutaria até o fim por Luma e que não permitiria que a tirassem de seus braços. 

Direito de Amar   (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora