Dulce abaixou-se na altura de Luma e a olhou nos olhos, a menina fez o mesmo aguardando o que ela falaria.
-Eu volto logo tudo bem? - a menina assentiu – promete se comportar? - novamente ela assentiu, Dulce depositou um beijo estralado em sua bochecha e se levantou para falar com Nany
-Muito obrigada por ter vindo, prometo que não irei demorar.
-Vá tranquila querida – disse com simpatia a senhora de cabelos grisalhos
-Obrigada– ela se despediu mais uma vez e pegando sua bolsa saiu.
Dulce havia recebido uma ligação da clinica em que fez o exame de DNA dizendo que o mesmo já estava pronto, na mesma hora telefonou para Nany que de imediato atendeu a seu pedido de que ficasse com Luma para que ela pudesse ir e agora ela estava a caminho da clínica, sabia que encontraria Christopher lá e tratou de se preparar para estar mais uma vez diante daquele homem.
O nervosismo aumentou assim que ela estacionou o carro em frente a clínica, batucou com os dedos o volante enquanto respirava fundo buscando esperança de que o resultado do exame fosse negativo e tudo não passar de um pesadelo. Ela puxou mais uma generosa quantidade de ar antes de sair do carro, desfilando sobre seu salto e esbanjando segurança em cada passo seu ninguém diria que por dentro ela estava um poço de nervos.
Ela entrou na clinica e seus olhos foram direto para o homem em pé andando de um lado para o outro e trajando sua convencional roupa social, assim que Christopher notou sua presença ali, caminhou em sua direção com o seu costumeiro sorriso de canto.
-Como vai senhorita Saviñón?
-Melhor do que Você pelo jeito – disse ela notando a fina camada de suor e sua testa.
-Confesso que estou nervoso. -Ele franziu o cenho olhando para um canto qualquer e então voltou a encará-la com uma careta -você tem costume de se atrasar ou o que?
-Não estou atrasada – disse ela olhando em seu relógio e só então tomou consciência do tempo
-Está sim, quinze minutos para ser mais especifico
-Eu tenho uma criança, não é fácil sair de casa.
-Seu problema com atrasos será resolvido logo – ele riu debochado e ela cerrou os olhos o encarando entendendo sua indireta.
-Luma não é e nunca será um problema para mim, se é isso que você está insinuando.
Christopher abriu a boca para iniciar a discussão mas parou quando ouviu seu nome e o de Dulce sendo chamados, imediatamente se direcionaram a recepção e após assinarem um documento a secretaria entregou para cada um deles em envelope, Dulce apressou-se em abrir mas parou quando Christopher tocou suas mãos a impedindo e ela o encarou confusa.
-Tanto você quando eu estamos nervosos, e sei que você não me suporta mas acho que seria melhor abrirmos esse envelope em um local menos tenso do que esse.
Dulce o encarou confusa com os olhos cerrados buscou entender se havia alguma coisa por trás de sua gentileza, ele franziu a testa diante dos olhos desconfiados de Dulce e por fim disse
-Vamos lá, um suco, vinho, água, o que quiser. Prometo que não mordo – ele sorriu como sempre fazia.
Alguns minutos depois eles estavam sentados um de frente para o outro em uma lanchonete a céu aberto, Sobre à mesa um copo de suco para Dulce é um de água para Christopher é os exames ao lado de cada um deles, ambos estavam ansiosos e enquanto Christopher balançava de forma frenética uma perna, Dulce roía as unhas sem tomar consciência do que estava fazendo.
-Você rói unha, isso faz mal – disse ele fazendo uma careta
-Você treme as pernas e acha que está tudo bem? Você sabia que isso pode aumentar significamente a probabilidade de você desenvolver parkinson?
-Suas unhas podem cortar a parede do seu estômago e você não percebe até que esteja morrendo, qual é pior?
-Isso é história da carochinha -ela deu de ombros e tomou um gole de seu suco, Christopher fez o mesmo com sua água e Dulce o encarou com uma careta.
-Você é sempre implicante?
-Nem sempre – ele deu com os ombros e sorriu divertido
-Tudo bem, vamos abrir os envelopes?
Christopher assentiu e imediatamente ambos alcançaram seus envelopes e sem esperar mais um segundo sequer rasgou a embalagem tomando o exame nas mãos, Dulce abriu e antes de olhar o resultado encarou Christopher que tinha os olhos foçados no exame, seu rosto não tinha uma expressão distinta e logo ela mirou o exame em suas mãos.
Positivo. Dulce leu e releu aquela palavra por um longo tempo e então levantou os olhos para olhar Christopher, ele a encarava com um sorriso no rosto que era diferente do seu convencional deboche, ele estava fascinado com a nova notícia.
-Posso vê-la? – ele perguntou, Dulce notou o brilho em seus olhos - Por favor.
-Não – ela estava com medo, seu coração palpitava acelerado e imaginar Christopher com Luma aumentava o nível de seu pavor
-Eu tenho direito de vê-la
-Perante a lei sei que não sou obrigada a permitir, a guarda está em meu nome.
Christopher respirou fundo, tentou entender o lado de Dulce e sabia que se a respondesse com o que tinha na mente a briga seria certa e ele não conseguiria ver sua filha, então decidiu deixar por um momento o orgulho de lado
Christopher estendeu a mão sobre a mesa alcançando a de Dulce, ela tentou recuar com seu toque mas ele apertou sua mão com certa força, ela o encarou confusa franzindo o cenho.
-Dulce, por favor deixe-me vê-la . Tente entender meu lado, eu tenho uma filha de dois anos e só fiquei sabendo através de uma ligação anônima, não imagina como estou agora.
Dulce ficou em silêncio enquanto o encarava, a lembrança do que Anahi falou no dia do shopping agora corria em sua mente e por um momento ela observou seus traços, sua beleza era nítida e a forma como ele a olhava agora lhe causava uma sensação que a anos não sentia, o calor da mão dele sobre a sua a fez despertar e em um movimento rápido tirou livrou-se daquele toque.
-Tem uma praça no bairro onde eu moro, levarei ela amanhã às quatro da tarde para brincar. -Christopher sorriu agradecido e Dulce segurou-se para não fazer o mesmo diante a sua reação – Se fizer qualquer gracinha eu nunca mais permito que a veja.
-Serei um bom garoto .
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Direito de Amar (Vondy)
FanfictionPassar por tudo o que a jovem Dulce Maria de vinte e três anos passou não é algo que qualquer um teria a capacidade de suportar, talvez nem mesmo ela. Mas Dulce não vê escapatória e precisa superar suas dores para conseguir criar sua sobrinha e assi...