Capitulo Sete

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Dois anos depois

Tudo agora estava indo bem, Após mudar-se pra a nova casa e dar um fim em coisas que anteriormente a deixavam confusa e insegura, agora Dulce conseguia levar bem sua vida, cuidava das ações da empresa na maior parte do tempo em casa mas buscava estar presente na empresa pelo menos uma vez na semana e nesse período em que se ausentava de Luma ela podia contar com a ajuda de Nany – uma simpática e meiga senhora que lhe fora indicada para babá por algumas mães que trabalhavam na Mondelez.

Desde o dia em que discutiu com Paco, Dulce nunca mais o viu ou ouviu falar dele, no inicio sua ausência foi dolorosa mas com o tempo Dulce percebeu que havia tomado a decisão certa, talvez as coisas não estariam tão bem se ele estivesse presente.

Luma cresceu e agora esbanjava simpatia e sorrisos por onde passava, Dulce podia ver as qualidades de Marina em Luma, a garotinha carregava consigo um bom astral e um jeito meigo e delicado que encantava qualquer um que a visse, Luma é o tipo de criança que acena para qualquer estranho na rua, faz amizade com facilidade e não pensa duas vezes ao demonstrar carinho com beijos e abraços, mas parte de sua personalidade Dulce a certo ponto desconhecia o que a fazia definir que fosse algo referente ao pai, teimosa, manhosa, dorminhoca e quando queria muito brigona, era adjetivos que Dulce não via na irmã  e alem de reconhecer que ela mesma tinha um pouco de cada um deles, ainda assim a culpa disso ia toda para o pai até então desconhecido.

A casa de Dulce estava cheia de crianças correndo pelo gramado e as mães dessas crianças espalhavam-se em grupos pela área usando da incrível habilidade de falar, pensar e cuidar de uma criança - ou mais, que somente mães tinham e ainda conseguir se socializar, Christian trajava uma ridícula roupa de palhaço e tentava entreter as crianças com magica das mais baratas, havia balões cor-de-rosa espalhado por todo canto, pula-pula e piscina de bolinha e uma vasta mesa de salgados e doces, Luma completava dois anos e Dulce providenciou uma pequena festa para comemorar, sabendo que nessa fase ela precisaria ter contato com outras crianças, Dulce decidiu convidar algumas mães que trabalhavam na Mondelez  mas não imaginou que as crianças eram bem mais velhas do que Luma.

Pela janela da cozinha Dulce observou quando ela tentou se enturmar com um grupo de meninas com idade por volta dos cinco anos e foi totalmente ignorada, ela cruzou os braços emburrada, mostrou a língua e saiu pisando duro pelo gramado, Dulce riu da situação e não demorou muito para que a pequena aparecesse puxando a barra de sua blusa pra baixo, ela a encarou e segurou-se pra não rir da sua cara emburrada.

-O que aconteceu meu amor?

Luma apontou para o grupo de meninas e voltou a encarar Dulce

-Chatas – além de não saber muitas palavras, Luma hora ou outra arriscava-se em dizer algo que ouvira.

-Onde  aprendeu isso?

-Tia Any

Dulce negou com a cabeça observando any que parecia perdida no meio de duas mulheres falando, Dulce cogitou que o assunto fosse filhos e esse seria o motivo da cara de desespero de Any.

Dulce voltando sua atenção para Luma abaixou-se na altura dela e a olhou nos olhos

-Olha, elas não são chatas e não pode dizer essas coisas tudo bem? – Luma assentiu ainda emburrada – E porque você não mostra pra elas que é legal brincar contigo?

Luma levou um tempo para entender o que Dulce falava e então assentiu e saiu correndo em direção à Christian, Dulce a observou bater insistentemente na perna do Tio até que ele voltou sua atenção para ela que esticou os braços pedindo colo, ele a pegou e Dulce pode ouvir quando ela pediu "cavalinho", Christian atendeu o pedido da menina a colocando no pescoço saiu trotando pelo gramado fazendo com que ela soltasse gargalhadas gostosas.

O grupo de meninas nomeadas como Chatas por Luma olharam a cena encantadas e correram em direção à Christian pedindo que ele fizesse o mesmo,Dulce riu por pena do amigo que ficaria cansado, ele falou algo para Luma que assentiu e desceu sem reclamar dos ombros de Christian, já no chão ela encarou todas as meninas analiticamente e apontou com o dedo a escolhida a dar uma volta no cavalinho, a menina pulou animada e esticou os braços pra Christian que a pegou com mais dificuldade por ser maior e a colocando sobre os ombros fez o mesmo circuito que fizera com Luma.

Minutos depois as "chatas" incluíram Luma em sua brincadeiras e agora andavam unidas de um lado para o outro e por incrível que pareça Luma ordenava quais brincadeiras seriam feitas, a menina mal tinha tamanho de gente mas a sua personalidade e inteligência eram fortes e quanto a isso Dulce se gabava e inflava o ego, o espírito de liderança - que também pode ser chamado de jeito mandão Luma havia herdado exclusivamente dela.

Dulce colocou a travessa com cachorro quente sobre a mesa de salgados, algumas crianças imediatamente atacaram, Dulce franziu o cenho pasma e afastou-se da mesa, Notou quando Any inventou uma desculpa para sair do grupo de mulheres que não paravam de tagarelar e caminhou em sua direção

-Depois que se tem filho só se fala deles? – perguntou Any pasma confirmando a hipótese de Dulce

-Nem sempre, algumas são fanáticas – Dulce deu com os ombros  - Você ensinou Luma a xingar?

-"Chata" não é xingamento – se defendeu Any sorrindo encantada em seguida -  E ela fica uma gracinha falando

-Não ensine essas coisas pra ela  - retrucou Dulce.

-A fofoqueirinha já foi abrir a boca pra você não é mesmo?

-Ela não esconde nada de mim -Disse dando com os ombros

As duas voltaram a atenção à Christian que chegou exausto e expulsando algumas crianças que insistiam em pedir que ele fizesse "cavalinho" com elas .

-O cavalinho tá cansado, vão comer! -disse ele despistando as crianças que emburradas e resmungando saíram, Christian apoiou as mãos na cintura respirando fundo encarou Dulce exausto.

-Heh Dul, não quer cantar parabéns pra Luminha e já despistar essa galera? Não aguento mais colocar criança nos ombros.

Dulce e Any se olharam riram da cara do amigo.

Mais tarde todos estavam posicionados em frente à mesa do bolo onde Dulce segurava Luma nos braços que sorria empolgada pelo momento só dela.

Ao sinal de Christian todos iniciaram a cantoria de parabéns em meio a palmas animadas, Luma foi a loucura rindo e batendo palmas enquanto balançava o corpo em uma dança desengonçada, Dulce sorriu com a alegria da sobrinha e balançou o corpo em sintonia a dança dela, ao final da cantoria, Luma teve a ajuda de Dulce para assoprar a vela e ao receber um caloroso "eeee" dos convidados ergueu as mãos para o alto imitando o som.

Mais tarde Dulce se despediu-se de Christian e Any praticamente os expulsando quando disseram que a ajudaria na bagunça, foram os últimos a sair e fechando a porta da entrada respirou fundo, notou que Luma dormia profundamente sobre o sofá e caminhou até ela a pegando no colo com cuidado a levou até seu quarto deitando-a sobre a cama, Luma remexeu endireitando o corpo e voltou a dormir profundamente, Dulce beijou com delicadeza seu rosto e saiu deixando a porta encostada, além de estar exausta da festa sentia alegria por estar com Luma e por conseguir realizar o ultimo e mais importante pedido de sua irmã.

Dulce caminhava até a sala se preparando para iniciar a organização da bagunça quando ouviu a campainha tocar, estranhou mas imaginando ser alguma mãe que esqueceu algo ou coisa do tipo foi até a porta para atende-la, ao abri-la deu de cara com um homem trajado em um formal paletó com barba bem feita e cabelo castanho claro levemente desalinhado em ondas, algo nele lhe era familiar mas Dulce não conseguia definir exatamente o que era.

-Dulce Maria saviñón? – sua voz fez com que Dulce despertasse dos seus pensamentos.

-Pois não?

-É  um prazer, meu nome é Christopher Uckermann. Teria um momento para falar comigo?

Direito de Amar   (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora