Entrega

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"As coisas que eu amei, as coisas que eu perdi

As coisas que eram sagradas para mim e que abandonei

Eu não mentirei nunca mais, você pode apostar

Eu não quero aprender o que eu precisarei esquecer (...)


Nós não provocaremos o passado"


-Doesn't Remind Me, Audioslave


-Jacob


Estávamos na estrada quando meu telefone tocou e o atendi no viva voz.

—Sim?

—Jake_ era Sue _Estou avisando que Rachel entrou em trabalho de parto, seu pai pediu que lhe dissesse._ soou a voz pelo fone.

—Ela está bem? Não é um pouco cedo?­_ disse nervosamente enquanto me concentrava um pouco mais na estrada e na garota observadora, ao meu lado.

—No hospital da reserva, mas já vamos para transferi-la para Forks, não se preocupe, apesar de ser cedo tudo parece bem.

—Obrigada, estou indo para lá.

—Até logo_ e a linha se foi.

—Quem está tendo bebê?_ Anne perguntou hesitante.

—Minha irmã, Rachel_ respondi e ela assentiu com entendimento. _Se importa se formos até lá?_ o hospital de Forks era antes da casa de Anne e eu precisava ver se estava tudo bem, se Billy precisava de algo.

—Claro que não, tudo bem_ disse-me ela.

Embora eu preferisse dirigir a 150mk/h, Anne ficou um pouco apavorada e não havia como explicar minhas habilidades ao volante, de qualquer forma o caminho foi rápido de volta à Forks.

Na ala da maternidade do hospital, estavam Billy e Sue. Paul estava com Rachel, imaginei logo, ele não a deixaria por nada. Era capaz de socar cada médico que o impedisse de entrar com minha irmã.

—Como ela está?_ perguntei afagando o ombro de Sue ao meu lado, meu pai parecia muito sereno e feliz, bebericando um copo de café puro.

—Está bem, o bebê vai para o berçário, para ser examinada, só por ter sido apressada. Em uma hora estará com a mãe_ Sue respondeu.

—É uma menina, Jake_ disse meu pai, bobo de tão risonho_ Uma netinha!_ uma onda desconhecida e de certa forma já esperada de ternura me invadiu: uma sobrinha! Dei tapinhas no ombro de meu pai, que sorriu largo ao perceber Anne hesitante ao meu lado. Billy me lançou um olhar sugestivo.

—Anne, esse é Billy, meu pai_ apontei_ e Sue, amiga da família.

Sue sorriu enquanto Anne trocava um aperto de mão com Billy e depois com ela.

—É um prazer conhecê-los.

Billy e sua discrição me olharam parecendo duas vezes mais contentes e eu revirei os olhos para ele, nesse momento um médico surgiu na sala de espera, chamando por meu pai e pedindo que o seguíssemos. Fomos até o berçário, onde uma janela de vidro nos separava das crianças com rosto de joelhos e ciciando. O médico apontou a coisinha agitada dentro da caixa transparente que era a incubadora. Paul estava lá dentro, vestindo uma roupa verde que facilmente o faria passar por médico se não fossem os olhos enormes de adulação pela pequena. Não pensei que ele deixaria Rachel tão cedo.

DuskOnde histórias criam vida. Descubra agora