Epílogo: Fragmentos do Futuro

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"Quando olho em seus olhos

É como observar o céu de noite

Ou um belo amanhecer

Eles carregam tanta coisa

Como as estrelas antigas"

-I Won't Give Up, Jason Mraz

3 anos depois

-Jacob

"Meu último horário é às 16h, preciso me arrumar e, eu iria correndo, mas não garanto o bom estado de minhas roupas, então só posso prometer estar lá por volta das 19h. Falei que seria melhor remarcar"

"Vá com calma. Podemos ir discutindo as coisas enquanto isso. Não queremos você brincando de patinar no gelo com o guardian também, certo?", enviei a mensagem e não pude deixar de sorrir imaginando a expressão de ultraje de Renesmee ao mencionar o acidente de carro que quase literalmente a colocou em meus braços.

Cheguei ao restaurante 15 minutos antes do combinado e depois de beber 2 latas de refrigerante, vi o homem que devia ter por volta dos 40 anos ser conduzido até minha mesa, reservada antecipadamente com meu nome.

—Jacob Black?_ ele estendeu a mão e aquiesci, de pé, enquanto trocávamos um aperto de mãos.

—Senhor, Davis?

—Pode me chamar de Ryan _disse enquanto sentávamos. —Desculpe o atraso, meu filho... Contratempos pessoais.

—Entendo, tenho um com 3 anos recém completos. Sei como são imprevisíveis.

—Mais imprevisíveis são as mães. Guarda compartilhada_ disse como se isso fosse explicativo o bastante.

—Ah_ foi só o que pude dizer dando um gole no refrigerante servido numa taça de cristal, enquanto o garçom vinha atendê-lo. Ele pediu uma dose de whisky, parecia estar precisando de algo forte.

—Então, pensei que a reunião seria com você e um sócio.

—Uma das sócias. Ela não pode estar livre a tempo e pediu desculpas antecipadamente, mas deve estar chegando a qualquer momento.

—Certo, me conte sobre suas projeções para expandir seu negócio. Você tinha boa fama na região 3 anos atrás e ela cresceu, de acordo com minhas pesquisas. Confesso que pensei que já fosse um empreendimento um pouco maior, julgando pela dimensão de sua popularidade. Inclusive, fiquei surpreso com o e-mail pedindo uma reunião informal.

Meneei a cabeça.

—Quando a proposta partiu do seu grupo, não era o momento certo. A sócia que conhecerá hoje foi quem me convenceu de que agora, sim_ ele balançou a cabeça com compreensão e então segui: —Nós prezamos, acima de tudo, pela qualidade do serviço que oferecemos, deve imaginar que, sem automatização, estamos pessoalmente atentos a cada detalhe, o que não permite um grande fluxo de clientes, mas garante que algumas pessoas nos procurem apesar da distância e confiem completamente em nossas habilidades, tanto artísticas como mecânicas.

Falando do que eu gostava de falar: carros, peças e motores, o tempo passou muito rápido, exceto quando ela apareceu em meu campo de visão. Seus batimentos cardíacos únicos me avisaram de sua chegada ainda na recepção, tudo congelando, e apenas a mulher rubra (contando todos os tons de vermelho entre seu cabelo e sua pele) tomando minha atenção quando a vi. Meu coração acelerando como sempre acontecia, exatamente como quando a vi pela primeira vez.

Nessie caminhava seguramente, acompanhada do maitre que parecia muito atordoado para saber realmente o que fazia. O vestido justo no corpo, azul anil destacando a pele marfim, parecia acentuar as curvas certeiras de seu corpo, mesmo debaixo do casaco bege. As pernas alongadas e torneadas ficaram ainda mais elegantes, apertadas nos joelhos pelo corte do vestido, caminhava impossivelmente equilibrada num sapato alto e tão delicado que uma parte pequena em minha mente se perguntava como alguém poderia calçá-los, ela mais parecia flutuar sobre ele. Por alguns segundos eu pensei em meia dúzia de maneiras para dispensar o homem comigo à mesa e arrastá-la para qualquer lugar onde eu pudesse...

DuskOnde histórias criam vida. Descubra agora