Metades

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Sob seu feitiço de novo

Eu não consigo dizer não para você

Deseje meu coração e ele estará sangrando na sua mão

Eu não consigo dizer não para você

Eu me sinto boa o bastante para você

-Good Enough, Evanescence

-Renesmee

Os dias que seguiram foram tão lentos quanto os primeiros, portanto resolvi que sairia algumas horas mais cedo, na sexta. Não faria mal matar duas horas de cálculo. De malas prontas e, desta vez avisando a família, peguei a estrada.

Nós não havíamos combinado nada sobre horários, eu apenas havia dito que iria depois da última aula quando me ligou de manhã, dizendo que viria me buscar, tive que lembrá-lo de que tinha um tanque de guerra para dirigir, agora. Mal podia acreditar que duvidassem tanto de minhas habilidades ao volante.

Diminui quase a metade o tempo de viagem e antes do que esperei me vi curiosa olhando a delegacia de Charlie enquanto respeitava o sinal vermelho. Havia uma chuva fina, mas o céu parecia mais claro em direção à praia.

Não foi nada difícil encontrar o caminho para a casa de Jacob, no entanto eram só quatro da tarde e ele devia estar no trabalho. Estacionei na entrada da rua, em frente à Wolves, ouvindo a movimentação lá dentro, o tilintar de metal e o murmúrio que parecia uma discussão.

Hesitante, desci do carro e fui em direção ao galpão de fachada vermelho escuro. Antes que pudesse dizer qualquer coisa dois rapazes que podiam facilmente ser irmãos de Jacob me olharam, os dois margeavam um capô aberto.

—Olá_ acenei e tentei sorrir, intimidada com os dois grandões me olhando com total reconhecimento.

Os dois sorriram, abertamente, como se fôssemos velhos amigos, no entanto o mais esguio, que imaginei ser o mais novo, veio em minha direção limpando a mão no macacão manchado e me oferecendo. De repente, ele agiu como se tivesse feito algo errado e fez menção de retirar a mão, com um sorriso de desculpas, mas a peguei antes, provavelmente, mais rápido do que um humano faria.

—Que bom que veio, Nessie_ disse ele me surpreendendo por um segundo, então lembrei que ele me conhecia mesmo. Ele e todos os outros, o que me fez ficar desconfortável, já que eu sabia muito pouco deles. —Sou Seth, seu tio.

—Filho de Sue!_ deduzi. Seth me puxou pelos ombros num meio abraço.

—Este é Quil_ apontou para o outro rapaz de pele castanha. Estendi a mão cumprimentando-o.

—Jacob não está?_ eu quis saber.

—Foi até Forks fazer um orçamento. Ele não esperava que você viesse tão cedo_ respondeu Quil.

—Eu também não_ dei de ombros.

Em poucos minutos estávamos envolvidos numa conversa animada sobre carros e eles voltaram a discutir sobre o provável problema que fazia o motor da caminhonete Ford 88 falhar. Seth dizia que era o cabo das velas gastos e Quil teimava dizendo que o filtro estava entupido. Um tentava convencer o outro enquanto remexiam no capô a fim de retirar o motor.

—Vocês vão mesmo tirar o motor?_ me vi perguntando. Eles olharam um para o outro. —Se você são bons sabem que não é realmente necessário tirá-lo para verificar esses problemas.

—Temos mãos grandes, não alcançamos algumas partes_ disse Quil parecendo ofendido.

—E não temos certeza sobre qual o problema, a partida está..._ Seth fez careta.

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