Lily e os meninos (Fanfic)

Capítulo 18: Nariz de porco

LILY POV

        Meu coração bate rápido no peito quando sinto os lábios de James nos meus. Todos os milhares de pensamentos e toda a raiva que estavam fervilhando na minha mente alguns segundos atrás desapareceram como num passe de mágica. Minha mente está completamente em branco. Talvez a mente de James também esteja assim porque ele está tão congelado quando eu. Sua mão continua segurando o meu pescoço e sua boca está pressionando a minha com força, mas isso é tudo. Ele não dá qualquer indicação de que pretende aprofundar o beijo e nem de que pretende se afastar. Não tenho ideia de quando tempo passa até sentir a mão dele se afrouxar. Por favor, me deixe sentir os seus lábios só por mais alguns segundos. Minha vontade é de segurar a sua camisa e impedir que ele se afaste de mim, mas sou covarde demais para fazer isso.

       Quando o beijo acaba James parece surpreso e assustado e eu também não sei ao certo como agir. Sinto o sangue circulando rapidamente pelo meu corpo e tenho a sensação de que a minha cabeça vai explodir. Na verdade, sinto como se todo o meu corpo fosse explodir. Logo, faço a única coisa que consigo pensar. Sigo, novamente, o conselho estúpido de Frank e pressiono o meu nariz com o dedo indicador na vão esperança de que isso faça o meu corpo se acalmar.

JAMES POV

       Ela está fazendo a coisa estranha com o nariz de novo. Eu não tenho ideia do que isso significa nem da importância disso para ela, mas, no momento, também não me interessa. Tenho coisas mais urgentes para pensar como O QUE DIABOS EU ACABEI DE FAZER? Eu não tenho ideia do que deu em mim. Em um momento eu estava ouvindo perplexo as duras palavras de Tommy e no segundo seguinte eu estava a puxando para mim e a beijando.

       Quer dizer, eu estava realmente surpreso por Tommy estar gritando comigo pela primeira vez e, principalmente, pelo quão doloroso estava sendo escutar tudo aquilo, mas devia haver uma maneira melhor de fazer ela parar gritar do que a beijando. Não havia? E por que diabos eu não me afastei assim que percebi o que estava fazendo?

       Agora eu estou aqui parado na frente dela sem saber o que fazer para dar um jeito na burrada que fiz. Tommy está me olhando de forma tão surpresa e assustada que tudo o que eu quero é sair correndo e fingir que nada aconteceu. Covarde!

— James... — Ela começa ainda com o indicador pressionando o nariz.

       Eu não quero que ela diga algo porque eu simplesmente não saberia o que responder. Eu não tenho como justificar a minha atitude. Então faço a única coisa que consigo pensar. Eu rio. Uma risada alta, escandalosa e totalmente falsa. De alguma forma Tommy consegue me olhar ainda mais assustada do que antes e abaixa rapidamente o braço que está levantado. Seu nariz fica levemente avermelhado onde ela estava pressionando e eu não consigo evitar de pensar que isso a deixa adorável. Foco, James!

— Isso foi engraçado, não? —Espero que só eu consiga notar o desespero na minha voz.

— Engraçado?

— Bom, eu preciso ir. A gente se vê mais tarde, Tommy. — O quão rápido eu consigo sair daqui sem parecer que estou fugindo?

— Espera, James! — Ela grita quando já estou quase alcançando a saída. — Aonde você vai?

       Pensa rápido...

— Seguir o seu conselho e dizer pra Cornélius que eu aceito trabalhar naquela canção.

       Me viro e caminho de volta para dentro do estúdio o mais rápido que consigo sem parecer um desesperado. É só quando eu me refúgio na sala de ensaio que percebo qual foi a última coisa que eu disse para ela. Ah, não! Eu não acredito que eu disse isso! Você é mesmo um idiota, James Potter.