Capítulo 2: O novo membro

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JAMES POV

— Cornélius está nos esperando.

       A Sr.Brown, secretária particular de Cornélius, levanta a cabeça e assente assim que me reconhece e pega o telefone pra fazer avisar nossa chegada. Quando ela desliga o telefone e me diz para aguardar um pouco eu me afasto da sua mesa e vou me juntar a Sirius e Remus que esperam no canto da sala.

— O que será que o Cornélius quer com a gente? — Sirius bocejou cansado, já que mal dormimos essa noite. Nós tivemos um grande show ontem à noite e depois fomos obrigados a ir em uma dessas festa de lançamento de um produto qualquer que acabou bem tarde.

— Eu não sei. —Respondeu Remus. — E Frank não está atendendo o celular deste de manhã.

       Frank é o nosso assistente pessoal e responsável por cuidar de toda a nossa logística. Normalmente a gente recebe milhares de ligações e mensagens dele por dia e ele está sempre nos cercando quando temos que falar com o diretor, mas hoje ele desapareceu misteriosamente.

— Vocês já podem entrar.

       Agradecemos a Sr.Brown enquanto seguimos para a sala de Cornélius, que parece mais com uma galeria de tantos quadros que tem na parede. A diferença é que aqui todos são fotos dos artistas contratados pela gravadora. Bem em cima do largo sofá branco fica uma foto imensa, maior que todas as outras, da capa do nosso último disco. Assim que entramos e a secretária fecha a porta Cornélius se levanta da sua cadeira atrás da mesa de vidro e vem em nossa direção com os braços abertos.

— Marotos, meus garotos favoritos.

       Ele se aproximou da gente e apertou a mão de cada um de nós sem tirar o sorriso do rosto. A verdade é que Cornélius é um grande puxa-saco. Sempre preocupado com o marketing e quando dinheiro ele está perdendo ou ganhando. Mas como ele é o responsável por toda a nossa carreira nós temos que abaixar a cabeça e entrar no jogo dele.

— Que bom que vocês chegaram. Tenho notícias para vocês. Na verdade, é uma grande novidade que vai mudar os rumos da carreira de vocês e aumentar ainda mais o sucesso dos Marotos.

— Vai logo ao ponto, Cornélius. — Peço a ele de forma nada simpática.

       Eu não gosto de enrolação e Cornélius é o rei nisso. Seria capaz dele ficar aqui o dia inteiro fazendo milhares de elogios a gente e falando sobre o seu grande sucesso sem nunca chegar ao ponto principal que fez ele chamar a gente aqui.

— Claro, claro. Você tem toda a razão, James. — Seu sorriso diminui um pouco com o que eu disse, mas ele logo se recupera e nos olha ansioso. — A partir de hoje os Marotos terá um quarto integrante. — Anuncia ele animado.

       O QUÊ?

— O quê? — Remus e Sirius expressaram em voz alta exatamente aquilo que eu estou gritando dentro da minha cabeça.

— Mas porquê? — Pergunta Sirius.

— A gente precisa disso? — Questiona Remus.

— Isso não vai acontecer. — Afirmo.

— James, veja bem

— Não, Cornélius. — O interrompo bruscamente— Fui em quem criou essa banda e ninguém vai entrar nela sem a minha autorização. Eu, Sirius e Remus tocamos juntos a anos, deste a escola. Os Marotos não precisam de mais ninguém.

— Não é isso que diz as pesquisas. —Argumenta ele.

— Que se dane as pesquisas! — Retruco em tom firme e nem um pouco disposto a ouvir essa baboseira.

— Dê uma chance para o garoto. — Implorou ele. — Você vai ver só. Tommy Evans é incrível. Ele canta como um anjo.

— Não.

       Sirius e Remus estavam em silêncio e revezavam seus olhares entre nós dois esperando para ver quem ganharia essa disputa. Depois da minha primeira recusa eles nem tentaram mais entrar na discussão, pois sabem que me contrariar é um negócio arriscado. Mas pelo visto Cornélius não estava pensando do mesmo jeito.

— James, a banda precisa de um novo integrante. Alguém para assumir o teclado e dividir os vocais com você.

       Essa era boa. Ele ainda queria que esse tal Tommy cantasse na banda. Cantasse as minhas músicas.

— O Marotos é um trio e vai continuar sendo. — Sentencio.

— Chega, James. —Cornélius esbraveja quase gritando. —Você não tem escolha. Eu já tomei minha decisão e Tommy Evans será um Maroto. Ele vai assinar o contrato hoje.

       Antes que eu pudesse pensar em qualquer uma resposta a nossa discussão foi interrompida pelo toque do telefone. Cornélius vai até a sua mesa e aperto o botão do viva voz. Na mesma hora a voz profissional da Sr.Brown se espalha por toda a sala.

— O Senhor Frank está aqui junto com o Tommy.

       Frank? O nosso assistente Frank? Então ele já sabia de tudo isso e estava ajudando esse Tommy. Era por isso que ele estava sumido? Calma aí, esse Tommy está aqui fora agora. Fiz sinal pra Remus e Sirius me seguirem e abrir irritado a porta da sala para encarar o garoto ruivo sentado ao lado de Frank no sofá. Frank me olhou assustado devido ao barulho da porta, mas o garoto parecia estar em pânico. E era bom mesmo que estivesse. Andei firme até ele querendo explodir de tanta raiva.

— Você é Tommy? — O menino pareceu pensar por alguns segundos, como se eu tivesse feito uma pergunta muito difícil até finalmente balançar a cabeça concordando.

— Ótimo. — Agarro ele pelo braço e começo a puxá-lo em direção ao nosso estúdio de ensaio. Estou quase correndo pelos corredores da gravadora sem nem mesmo me preocupar se o garoto está conseguindo me acompanhar direito. Ele que se esforce para não cair. Escuto vários passos atrás de mim e Cornélius e Frank gritando o meu nome, mas eu não paro. Cornélius não falou que ele tem a voz de um anjo? Se esse garoto quer entrar para os Marotos vai ter que mostrar todo esse talento. Não importa o quando Cornélius esteja decidido a colocar esse menino na banda, se ele não provar que pode não entrará.

       Remus e Sirius conseguem me alcançar e entram no estúdio um pouco antes de eu bater a porta na cara de Cornélius e Frank. Esse é um assunto da banda e que tem que ser resolvido somente pela gente. É só quando largo o garoto no meio da sala que paro para realmente observá-lo. Eu, Sirius e Remus fazemos uma roda em volta dele e começamos a analisá-lo de cima a baixo.

— Você não é meio pequeno? — Sirius é o primeiro a falar se inclinando um pouco na direção do garoto.

— E tem alguma coisa estranha com o seu cabelo. — Remus também observa.

       O tal Tommy leva imediatamente as mãos até seu cabelo e tenta arrumá-lo, mas da mesma forma que eu que nunca consigo deixar os meus fios no lugar ele também não consegue. Começamos a rodar em volta dele para observá-lo melhor e ele nos encara apavorado. Observo que ele ainda não falou uma palavra deste o momento que eu o arranquei da sala de espera de Cornélius e trouxe para cá e isso está começando me dá nos nervos.

— Canta. — Ordeno esticando a partitura de uma das nossas músicas que estava encima do teclado para ele.

— O...o que? — Ele gagueja e parece mais apavorado do que antes. Se (é que) isso é possível.

— Você não quer ser um Maroto? — Pergunto levantando minha sobrancelha direita. Ele balança rapidamente a cabeça em concordância. — Então canta.

Lily e os meninos (Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora