Hyuuga

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Todos os clãs foram afetados pela doença mais temida da história...a peste negra.
Ômegas homens e mulheres entraram em extinção, não havia sobrado ninguém, toda a população restante da cidade são betas e alfas, em sua maioria Uchihas, a família mais nobre já vista, no entanto nenhum ômega era existente e aquilo irritava o rei maioral, Madara não se conformava em ter que passar os dias de cio com betas, não lhe saciava, todos os alfas pensavam assim. Ômegas eram insubstituíveis.
Mas somente um ômega havia sobrevivido daquela doença, para sua sorte, um Hyuuga, os céus deveriam estar a seu favor, um Hyuuga era conhecido por ser Muito gentil e submisso a seus superiores e não havia nada mais prazeroso do que humilhar as pessoas para Madara. Conseguiria aquele ômega para si, o procuraria o mais rápido possível e comandaria nele ao ponto que ele beijasse o chão em que andava.
— O que está a pensar Sasuke? – Madara perguntou ao sobrinho. Sasuke era o único Uchiha de seu sangue, seus pais haviam morrido a muito tempo, Fukagu era o antigo rei, sua morte fora em uma batalha Entre reinos onde Mikoto o acompanhou, Sasuke era recém nascido quando seus pais faleceram,essa foi a história que ouviu desde pequeno, seu irmão mais velho havia desaparecido, Sasuke nunca o encontrou, eles tinham uma grande diferença de idade, Madara conta que o irmão mais velho havia fugido pela dor de perder os pais e a responsabilidade de comandar o reino, visto que nunca quis aquilo. Sasuke não tinha ninguém além do tio e isso o deixou amargurado, fora treinados a vida toda para assumir o trono quando Madara falecesse mas ia demorar muito ainda, nunca teve felicidades em sua vida e Madara o proibia de sair do castelo, Sasuke nunca fora obediente, mas também nunca teve muita vontade de sair, voltou o olhar a Madara sem importância bebericando seu chá, o silêncio gritando entre ambos era terrível, o café da manhã parecia mais um velório
— Realmente fará o único ômega da espécie ser seu escravo e prisioneiro sexual?
— Falando dessa forma parece ser algo ruim...coloquemos como...meu hóspede.
— Hóspedes não ficam em celas.
— Bem, se quiser pode usufruir dele...quero dizer, depois que eu me cansar, o'que será impossível, óbvio. Lembra do cheiro que ômegas carregam? É deslumbrante.
— Realmente, todos tem um ótimo cheiro...não pretendo usá-lo a força como você, na verdade não pretendo nada com ele, jamais faria isso, mas não acha que ele tentará fugir?
— Temos homens o suficiente para o parar. E ômegas são tão fracos, dóceis e submissos. Um comando meu e ele me obedecerá.
— Isso é ridículo.
— Como?
— Forçar uma pessoa a ficar com você. A se deitar com você. É nojento e vulgar. – Madara o encarou com um olhar desafiador.
— Não estou entendendo Sasuke.
— Não entendo o porquê, sendo que disse-lhe da melhor forma que acho sua idéia algo baixo e nojento.
— Pense da forma que quiser, mas quando o ômega chegar, não quero que encoste nele, que não converse, nem olhe para ele.
— Não pretendo fazer nada com ele. Não o desrespeitarei nem o machucaria. Agora você...
— Ômegas nasceram para servirem e serem humilhados por nós, alfas.
— Ômegas são pessoas. Não seus objetos, aprenda que a única pessoa no mundo que não pode ser considerada humano é apenas você – o Uchiha mais velho sorriu, pouco se importava com as palavras de Sasuke, já estava acostumado a ser adiado, para ele amor, ou qualquer tipo de afeto era considerado fraqueza.
— Estou de saída – se levantou jogando o guardanapo em cima da mesa arrumando parte das vestes vermelhas aveludadas. Colocou suas luvas brancas com o Brandão dos Uchihas com toda destreza de uma realeza – Vou buscar meu prêmio – Sasuke lançou-lhe um olhar de desprezo. Ah como odiava o tio, era tão desprezível, um ser daquela não lhe servia para ser o rei.









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Não muito longe dali, ouvia-se risadas altas vindas de uma taberna, a música irlandesa sendo tocada alta para seus ouvintes era capaz de ser ouvida a uma grande distância, a dança animada dos camponeses e a bebedeira que se alastrava entre todos como fogo. Gaara finalmente pôde encontrar o "irmão" que já estava muito tempo longe. Mesmo coberto com sua capa para disfarçar seu cheiro, os olhos azuis - que poucos tinham na época- podiam ser vistos.
— Eles devastaram mais uma cidade. – o encapuzado comentou com o ruivo bebendo um copo de vinho. — Malditos Uchihas...detesto cada célula deles.
— O'Que me importa é...quando voltará para casa? Nossa mãe o espera a semanas, por onde andou?
— Eu fui até uma cidadezinha próxima daqui. Queria saber como estava a situação lá, só me decepcionei.
— O que houve? – Naruto ia tirar o capuz da capa mas Gaara não deixou. — Está maluco?!!! Não pode tirar isso. Até seus cabelos tem seu cheiro! O'Que acha que esses bêbados irão fazer se descobrirem que é o único ômega da espécie? Afinal, porque escolheu esse lugar?
— Não tem importância. Vou ficar mais alguns dias fora.
— Para onde vai dessa vez?
— Em minha última viagem, descobri algo que me interessou.
— Conte-me.
— Beba seu vinho primeiro.
— Não estou apto a bebidas alcoólicas logo pela manhã, o'que me interessa é o'que pretende fazer. Conte-me. – o Uzumaki suspirou cansado.
— Soube que há uma pessoa em busca de um ômega. E o único que resta sou ele.
— Todos estão em busca de um ômega.
— Mas essa pessoa agora é importante...Gaara, é da realeza – o ruivo suspirou, bebeu um longo gole do vinho, impaciente.
— Nós também somos. Que diferença faz?
— A diferença...é que ele é um Uchiha.
— O QUE?!!! – gritou espantado e irritado com o irmão postiço. Se levantou alterado e todos da taberna olharam. Naruto puxou ele pela armadura.
— Sente-se – assim o alfa fez, mesmo não querendo.
— Está muito enganado se pensa que o deixaria fazer uma loucura dessas! – cochichava irritado — Onde está com a cabeça? Quer o que? Se infiltrar no campo inimigo? Você é um ômega, será usado e abusado da forma que aqueles vermes quiserem!
— Eu não me importo. Já tenho um plano, Gaara, podem fazer oque quiser com meu corpo. Minha mente é forte. Você sabe que eu tenho um objetivo desde que meus pais morreram queimados. Eu posso ter a chance de realizar tal desejo agora. Não quero que me atrapalhe.
— Não seja teimoso! Vão estuprar você! Usá-lo em dias de cio, ou até usar os seus cios! Talvez até morra antes disso! E se descobrirem que é de campo inimigo? Pior, se descobrirem que é filho de Kushina e Minato? Os mais fortes bruxos da história? Que tem seus genes?!!! Você não pensa nisso?!!!
— Eu penso, mas isso não me faz mudar de ideia, vou manter uma falsa identidade. Me apresentarei como um Hyuuga, jamais saberão que eu sou um Uzumaki. Nunca irão descobrir quem eu sou. Eu preciso disso, eu não consigo fechar meus olhos sem pensar o quanto odeio todos os Uchihas, me enojam, Gaara...meu pais morreram queimados na minha frente, eu tinha 08 anos, seus pais que eram amigos dos meus, o rei e Rainha da areia me adotaram, sempre tive o amor necessário em minha vida, mas é por eles...para honrar seus nomes. Vou destruir o reino Uchiha. Um por um. Sabe que temos aliados em Coimbra, mais de 800 soldados, talvez chegue até mil. Minhas viagens são necessárias para isso, eu lhes concedi armamento, era a única coisa que precisavam, todos odeiam os Uchihas, estão espalhados pelo mundo apenas esperando meu sinal para atacar, lutamos por justa causa, queremos tirar a coroa de Madara.
— Papai e mamãe ficarão furiosos se souber onde está.
— Por isso não pode contar. Já dei muito desgosto para eles. Usei boa parte do dinheiro da minha herança em compra de armas. Eles nunca podem saber disso e muito menos onde estarei, deixem que eles pensem que estou viajando de lugar em lugar, sei que preocupa eles, mas essa é minha razão de viver Gaara. Como meu irmão, me prometa que jamais...jamais contará nada disso a eles...por favor – o de olhos verdes pensou, estava muito atordoado, não podia imaginar seu único irmãozinho para toca de lobos, era como um cordeiro indo para o abate. Mesmo que não concordasse, Naruto faria, conhecia bem o Loirinho, não desistiria fácil, afinal, desde pequeno tinha essa ambição, nada o faria mudar de ideia.
— Tudo bem...– deu o braço a torcer, o que estava fazendo? E se Naruto morresse? Fosse estuprado? Torturado? Seus sentimentos estavam tão confusos, sentiu seus olhos encherem de água — Eu não vou interferir...prometi a você que deixaria tomar suas próprias decisões depois que fizesse 18, não posso mais prendê-lo. Quero que tome cuidado, lembre-se dos nossos treinamentos, seja forte, mais forte do que já é, os Uchihas não são piedosos, se descobrem quem você é, não quero nem imaginar o que fariam...– Naruto sorriu passando a mão nas bochechas do outro.
— Eu vou me cuidar, prometo voltar para nossa família. Cuide da mamãe, não deixe ela descobrir nada sobre isso, muito menos o papai, ele me traria de volta. Quando puder mandarei cartas para você, mande-as para mim também, no castelo trabalha um amigo meu o único servo que não é Uchiha, ele é guarda, seu nome é Shikamaru ele vai me ajudar com isso também, já está alguns meses no reino foi contratado por sua inteligência e a maestria de um diplomata, suas estratégias serão completamente úteis para mim, ele conhece cada fresta daquele castelo Nojento.
— Eu mandarei, se precisar de algo, não hesite em me pedir. Eu atenderei às pressas.
— Obrigado...pelo voto de confiança...nii-san...– abraçou Gaara com confiava, o ruivo também, como se demonstrasse que confiava em Naruto, mas na verdade pensava que aquele seria o último abraço de ambos.
— Naruto, e o seu cio?
— Ele acabou de terminar, por isso meu cheiro está mais forte, encontrei um alfa nessa cidadezinha para acabar com meu cio...tenho 3 meses até que ele volte, termino até antes meu serviço. Fique tranquilo, ninguém me tocará. Eu não deixarei.
— O que aconteceu com o alfa que você conheceu?
— Sabe que ninguém pode descobrir que sou ômega. Nenhuma quantia de dinheiro pagaria a boca fechada de todos os alfas com quem já me relacionei. Nem barras de ouro, eles sempre querem me marcar. Não posso deixar isso acontecer.
— Então...
— Obviamente o matei. Você sabe que nunca deixo rastros do que faço. Eu apenas os uso e descarto para minha segurança. Ninguém jamais se deitou comigo e saiu vivo...creio que isso prosseguirá para a eternidade.
— Seu coração não dói nem um pouco por matá-los? – Naruto riu, meneando a cabeça em negação.
— As vezes eu me pergunto se realmente tenho um. – Gaara riu.
— Óbvio que tem...tome cuidado.
— Tomarei. Ainda colocarei a Bandeira dos Uchiha queimada, pendurada no mesmo local em que meus pais morreram – bebeu mais um gole da bebida, olhou no relógio sob a parede da taberna...faltava 15 segundos — Gaara, eu preciso ser rápido e Franco...marquei esse encontro com você aqui porque o exército Uchiha virá me buscar...– olhou o relógio novamente...6 segundos — Madara está a caminho. Não temos muito tempo.
— Espere! Madara? Uchiha Madara?!!! Ele que quer um ômega? Naruto, você está realmente possesso, te apoiei agora mas é de Madara que estamos falando...ele que mandou matarem seus pais.
— Eu sei, eu sei! Mas é minha única escolha! – olhou para o relógio novamente...o alarme do reino se aproximava, o barulho das armaduras pesadas e gritos firmes eram ouvidos, a cavalaria real se aproximava, as mulheres se assustavam...a cidade estava alarmada...eles haviam chegado. Naruto se levantou e ficou diante dos soldados, Madara logo surgiu de trás dele, ficando de frente para ele, encarando seus olhos. — Sou eu a pessoa quem procuram. – Madara se aproximou em passos pesados, a música parou, ninguém falava nada, todos os olhares dirigidos ao ômega...todos morriam de medo da coroa. Madara sorriu de forma vitoriosa por finalmente encontrá-lo, os olhos de Naruto o encaravam, Madara retirou seu capuz para que pudesse ver seu rosto claramente, os olhos azuis safira raramente vistos no Vilarejo se destacavam, acompanhados pelos cabelos loiros bem tratados, sua expressão de desejo e luxúria se manifestavam e a de Naruto de desprezo e desinteresse também.
— É tão belo quanto imaginei...– se aproximou de seu pescoço e inspirou forte seu cheiro sentindo cada parte de seu corpo se excitar. Passou a língua nos lábios em demonstração de desejo, o membro começando a se excitar e se tornar pulsante, era insuportável o desejo em apenas senti-lo...tinha que se controlar — Jamais senti cheiro tão deslumbrante quanto o seu...é inigualável – os olhos de Naruto e sua expressão não mudaram, não tinha medo de Madara e pouco se importava com suas ações e palavras baixas, recebia tudo aquilo como um boneco de porcelana, não sentia nada, pouco parecia ter alguém ali, todos os seus sentimentos foram bloqueados. Nada mais o afetava. — Acompanhe eu e meus homens. Você será meu prêmio – acariciou o rosto do ômega, que sentiu repulsa pelos dedos finos e longos tocarem sua face.
— Só se ganha um prêmio quando é merecedor – Madara apertou sua bochecha encarando seus olhos.
— E eu sou. Mereço o mundo...o mundo está abaixo dos meu pés. E você também estará – soltou sua bochecha deixando marcas vermelhas que pouco a pouco foram sumindo. Naruto olhou para Gaara...seus olhos estavam marejados, o loirinho não sentiu dor nenhuma, seu coração estava trancado a sete Chaves, Gaara tinha que ser forte, assim como ele estava sendo, Madara se afastou deixando rastros da armadura pesada, Naruto disse de forma muda apenas mexendo os lábios um "Adeus" para Gaara que entendeu por leitura labial. Os guardas se aproximaram do loirinho que logo se afastou. — Não quero que me toquem. Eu posso ir sozinho– os soldados riram e se aproximaram do ômega tocando seus braços o puxando com brutalidade...pobrezinhos.
Naruto se soltou de dois que seguravam cada braço seu, com um murro no rosto de ambos os nocauteando, quatro dos soldados vieram para cima. Naruto pegou quatro facas que estavam sob a mesa, as colocou cada uma entre seus dedos e as jogou acertando o pescoço de cada um...exatamente onde queria...somou a distância de todos, a pontaria treinada e o espaço que ambos se ocupavam...era um ótimo guerreiro, Gaara sorriu, vendo que seus treinamentos haviam dado resultado. Madara correu até seus homens caídos no chão, dois nocauteados e 4 mortos, o sangue dos recém-cadaveres se espalhava pelo chão, ouvia-se gritos das mulheres, Choro das crianças e alvoroço dos homens. — Eu disse para não me tocarem. Você mesmo ouviu, não gosto quando não me ouvem – Naruto dirigiu a palavra a Madara com certa irritação,o Uchiha lhe lançou um olhar curioso, talvez desafiador...que coisa era aquela? Os Hyuuga eram famosos por serem dóceis, havia dado algo errado na linhagem sanguínea de Naruto?
— Certo...me acompanhe – mais 4 guardas estavam ali com certo medo do ômega, onde já se viu? Medo de um ômega? Era ridículo, mas ele lhe dava arrepios. Naruto seguiu Madara, deixando a taberna.
Gaara via seu irmãozinho adotivo pouco a pouco sumir da taberna, os olhares ligados a eles e a cavalaria real...seu coração se quebrava em pensar que seu otouto estava fazendo o nó de sua sua própria corda para a forca.




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